Um dos avanços da
humanidade foi quando no século XIII a Inglaterra publicou a Carta Magna, que
criou o Parlamento.
A lei também previa que tudo
o que o rei fosse fazer, ele teria que pedir aprovação do Parlamento.
Ou seja, a Inglaterra foi
a primeira nação a ter uma lei que limitava os poderes do rei.
Pode parecer pouco, mas numa
época em que reis tinham poderes divinos e ilimitados essa prerrogativa criou o
primeiro sistema de pesos e contrapesos.
Essa decisão que se
irradiou entre os países europeus deu inicio ao processo de democratização que
hoje tanto brindamos.
Mas, há alguns entre nós
que ainda insistem em tornar o estado absolutista.
Quando me deparo com
pessoas que pedem o retorno dos militares ao poder, vejo um retrocesso a esse
avanço.
A democracia, por pior que
seja praticada pelos políticos que hoje infectam a política no Brasil, ainda é
a solução para que vivamos um ambiente de liberdade e com possibilidade de
revertermos as situações indesejadas.
Graças às instituições, que
compõem o sistema democrático, com todos seus defeitos, conseguimos estabelecer
pesos e contrapesos para a harmonia dos poderes.
Assim, para impedir que o poder
Executivo, através do plantonista que exerce seu mandato eleito por esmagadora
maioria, possa extrapolar seus desígnios legais, há o Legislativo e o Judiciário
que são o contrapeso ao peso dos excessos daquele plantonista que esta no Executivo.
Num regime militar, a
exemplo que já tivemos no passado, por mais glorioso que tenha sido em suas
realizações desenvolvimentistas, está presente a péssima característica de
sufocar a liberdade de expressão.
No nosso caso, durante o
regime militar, os demais poderes institucionais ainda que coexistissem, não
tinham a total liberdade para exercer o contrapeso quando necessário atuar.
O que acabou acontecendo
foi que muitas lideranças que hoje poderiam compor o cenário nacional, de
alguma forma, foram tolhidas pelo regime autoritário.
E sentimos falta delas.
É verdade que o que hoje
se apresenta no cenário político nacional trata-se de oportunistas que
enxergaram no poder uma forma fácil de enriquecimento ilícito.
E foram conduzidos democraticamente!
Lambuzaram-se no poder a
tal ponto de hoje estarem compondo as manchetes dos jornais nas paginas
policial.
Entretanto, graças a esse
sistema de pesos e contrapesos conseguimos tolhe-los.
Se não todos eles, pelo
menos uma grande maioria, serão defenestrados da vida publica.
Outros melhores poderão ir
para o poder.
Cabe a nos escolhê-los.
Ai sim.
Temos que cumprir a nossa
parte e exercer a democracia com consciência.
Mas, se esses calhordas tivessem
o poder imperial, nada poderíamos fazer contra eles.
Ficariam no poder
indefinidamente.
Sempre é bom lembrar que
na Venezuela e Coréia do Norte o poder imperial só e possível graças a força
militar.
Assim como em outros países,
como Cuba, a democracia foi substituída pela ditadura disfarçada de democracia.
Na verdade é o poder dominante
que determina em quem votar, graças ao voto de cabresto, seja pelo medo, seja
pela compra do voto através do assistencialismo de resultado.
O fato é que a força não democrática
instituída impede a liberdade de pensar, de escolher, de decidir.
Viva a democracia.
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