quinta-feira, 7 de julho de 2016

PESOS E CONTRAPESOS

Um dos avanços da humanidade foi quando no século XIII a Inglaterra publicou a Carta Magna, que criou o Parlamento.
A lei também previa que tudo o que o rei fosse fazer, ele teria que pedir aprovação do Parlamento.
Ou seja, a Inglaterra foi a primeira nação a ter uma lei que limitava os poderes do rei.
Pode parecer pouco, mas numa época em que reis tinham poderes divinos e ilimitados essa prerrogativa criou o primeiro sistema de pesos e contrapesos.
Essa decisão que se irradiou entre os países europeus deu inicio ao processo de democratização que hoje tanto brindamos.
Mas, há alguns entre nós que ainda insistem em tornar o estado absolutista.
Quando me deparo com pessoas que pedem o retorno dos militares ao poder, vejo um retrocesso a esse avanço.
A democracia, por pior que seja praticada pelos políticos que hoje infectam a política no Brasil, ainda é a solução para que vivamos um ambiente de liberdade e com possibilidade de revertermos as situações indesejadas.
Graças às instituições, que compõem o sistema democrático, com todos seus defeitos, conseguimos estabelecer pesos e contrapesos para a harmonia dos poderes.
Assim, para impedir que o poder Executivo, através do plantonista que exerce seu mandato eleito por esmagadora maioria, possa extrapolar seus desígnios legais, há o Legislativo e o Judiciário que são o contrapeso ao peso dos excessos daquele plantonista que esta no Executivo.
Num regime militar, a exemplo que já tivemos no passado, por mais glorioso que tenha sido em suas realizações desenvolvimentistas, está presente a péssima característica de sufocar a liberdade de expressão.
No nosso caso, durante o regime militar, os demais poderes institucionais ainda que coexistissem, não tinham a total liberdade para exercer o contrapeso quando necessário atuar.
O que acabou acontecendo foi que muitas lideranças que hoje poderiam compor o cenário nacional, de alguma forma, foram tolhidas pelo regime autoritário.
E sentimos falta delas.
É verdade que o que hoje se apresenta no cenário político nacional trata-se de oportunistas que enxergaram no poder uma forma fácil de enriquecimento ilícito.
E foram conduzidos democraticamente!
Lambuzaram-se no poder a tal ponto de hoje estarem compondo as manchetes dos jornais nas paginas policial.
Entretanto, graças a esse sistema de pesos e contrapesos conseguimos tolhe-los.
Se não todos eles, pelo menos uma grande maioria, serão defenestrados da vida publica.
Outros melhores poderão ir para o poder.
Cabe a nos escolhê-los.
Ai sim.
Temos que cumprir a nossa parte e exercer a democracia com consciência.
Mas, se esses calhordas tivessem o poder imperial, nada poderíamos fazer contra eles.
Ficariam no poder indefinidamente.
Sempre é bom lembrar que na Venezuela e Coréia do Norte o poder imperial só e possível graças a força militar.
Assim como em outros países, como Cuba, a democracia foi substituída pela ditadura disfarçada de democracia.
Na verdade é o poder dominante que determina em quem votar, graças ao voto de cabresto, seja pelo medo, seja pela compra do voto através do assistencialismo de resultado.  
O fato é que a força não democrática instituída impede a liberdade de pensar, de escolher, de decidir.
Viva a democracia.


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