A grande mola propulsora do impeachment de Dilma foi o estado de terra
arrasada que ficou a economia nacional.
Engana-se que foi a roubalheira do PT.
Na verdade, a roubalheira foi o argumento utilizado para desgastá-la
politicamente e dar legitimidade a sua queda.
Calma!
Não estou aqui defendendo ela e o PT.
Muito pelo contrario.
Fiquei feliz com sua saída.
Nem tanto pelo estrago que eles causaram, mas pela perspectiva de que se
continuassem no poder, conduziriam o Brasil para uma venezuelização.
E ai sim, seria difícil tira-los do poder.
E ai sim, viveríamos uma desgraça total.
Basta ver o que acontece na Venezuela e mesmo em Cuba.
Quando me solidarizei a Temer, que anunciava uma mudança de rumo tanto
na economia como na política brasileira, nunca dei muito credito.
Apoiava com euforia para não atrapalhar o processo que estava em curso.
Não que fizesse muita diferença individualmente.
Mas, como diz o velho ditado, de grão em grão a galinha enche o papo.
Não me arrisquei a ser um grão contra.
O fato é que todas aquelas promessas que Temer fez, acabaram por desenvolver
em cada um de nós uma esperança.
Uma esperança de que ele resolveria a crise econômica rapidamente.
Mas, hoje vemos que aquelas promessas não estão se materializando no
ritmo pretendido.
Por várias razões.
Uma delas é que os políticos que definem as leis são os mesmos de antes.
E eles são movidos ao seu próprio interesse e para se manterem no cargo, acabam por ouvir o que a população quer, quando esta exige.
Por isso tateiam varias soluções, para observar a reação da população.
Que de seu lado tem um arco de opiniões as mais variadas possíveis.
Dificultando a visualização de uma solução adequada.
Por outro lado, os detentores do poder que foram destronados, entrincheiram-se
na oposição.
Como são ativos politicamente e mobilizados, começaram com as manifestações
contra tudo.
Abstém-se das discussões, como sempre fizeram.
Se não forem eles os protagonistas, não ajudam a construir o melhor
caminho para todos.
Simplesmente são contras.
Essa oposição manipula um pequeno grupo de estudantes profissionais que
invadem escolas, com mantras desconexos, alegando apoio a educação.
Mas impedem de estudar os verdadeiros estudantes que querem, embora
estes sejam maioria.
Agem como uma ditadura da minoria.
O pior é que não são incomodados.
O governo temendo ser taxado de autoritarismo simplesmente assiste a
tudo, acreditando que vencera pelo cansaço.
Que de fato uma hora ira acontecer.
Mas, enquanto isso, esses ditadores da minoria prejudicam impunemente milhares
de estudantes que estariam neste fim de semana realizando a prova do ENEM.
Fica transparente que o objetivo desses invasores é ser contra tudo que
o atual governo tentar fazer para resolver a questão econômica.
Não estão nem ai com os verdadeiros estudantes.
Isso sem contar as invasões em prédios, promovidas pela outra ala dessa milícia
oposicionista.
O objetivo desses oposicionista é criar um clima de incerteza.
Sabemos que incerteza não é um motivador para a retomada da economia.
Assim, fica nítido que eles não estão nem um pouco preocupados com a
população.
Suas ambições mesquinhas de retomada do poder é que o leme de suas
manifestações.
Mas, há outro componente nessa equação.
E é cultural.
Nós brasileiros agimos como um paquiderme nos processos de mudança.
Seguimos aquela máxima.
Cautela e caldo de galinha não faz mal para ninguém.
Não é verdade.
Muita cautela faz mal.
O tempo passa rápido.
E as oportunidades também.
E não somos eternos.
Quem não se recorda do tempo que se levou para se fazer a transição do
governo militar para o governo civil?
Quando tudo poderia ter sido resolvido rapidamente, com uma canetada dos
militares saindo imediatamente e os civis assumindo o poder.
Esse processo levou anos!
Ate presidente civil por eleição indireta inventaram e tivemos.
E, como se não bastasse, a nossa
falta de sorte ainda fez com que aquela presidência viesse a cair nas mãos
modorrentas de um dos membros mais atuantes do governo militar.
Sarney!
Essa cultura de letargia ficou mais uma vez evidente, desta vez numa
situação inversa.
A pressa na mudança.
Quando Collor mudou a economia, abrindo a importação, que ate então nos
mantinha no atraso tecnológico, ele caiu.
Caiu não porque roubasse.
De fato, ele roubou, ainda que nada tenha sido provado.
Afinal a Justiça não é justa, como bem sabemos.
Mas, Collor caiu porque contrariou interesses de poderosos.
A nós que deveríamos apoia-lo, não o fizemos.
A nossa cultura resistente a mudanças bruscas nos impediu, fazendo com
que atendêssemos aos interesses dos poderosos.
Atualmente vivemos o mesmo processo.
Até nós, que queremos mudanças, não aceitamos que se mexa em nada.
Esta entendendo como fica o cenário?
Assim aquela retomada da economia, não se engane, não será rápida.
Ainda teremos longos e entediantes anos pela frente, com reformas mínimas
e nada ousadas.
Ou mudamos a nossa cultura ou sempre seremos o país do futuro!
E o presente sempre será aquela insatisfação permanente.
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