Ficamos
todos indignados, perplexos e reflexivos sobre o tamanho da roubalheira feita
pelos partidos políticos capitaneados pelo chefe Lulla.
Claro
que todos partícipes tinham seus esquemas tradicionalmente operantes, que lhes
permitia roubar dentro do padrão aceitável pelo uso e costumes da sociedade
brasileira, que é tolerante a isso.
Por
outro lado, sempre houve uma, digamos assim, certa complacência entre os políticos
e os agentes públicos responsáveis pela sua área de atuação.
O
agente publico vendo a roubalheira ou entra, se for convidado, ou espia quieto.
Ele sabe
que se abrir a boca perde o emprego ou no mínimo é afastado ou deslocado para
um local desprezível.
Ou
seja, o preço dele na conivência quieta é o emprego.
Cobra
pouco pelo tanto que é roubado.
Mas,
sabe que nunca será pego!
É a
velha lei de mercado.
Quanto
maior o risco, maior o lucro.
Quanto
menor o risco menos chance de ser pego.
Para
impedir o roubo individual, foi criada toda uma estrutura de pesos e
contrapesos formada por Leis e regulamentos que exigem uma vasta lista de ações
nos negócios públicos.
O
pensamento era de que quando um só rouba, é pego.
Acreditando
que esse sistema impedia o roubo individualizado essa estrutura se acomodou.
Ou
seja, foi estabelecida a confiança no sistema.
Essa
confiança determinou que todos são honestos, ate prova em contrario.
Quando
o pensamento deveria ser o oposto.
Há uma
premissa que faltou a esses estruturadores:
Nunca
subestime a capacidade do outro.
Principalmente
a capacidade de criar mecanismos para roubar!
O
fato é que essa estrutura habilmente arquitetada não se atentou pelo roubo em
quadrilha.
Até
porque é impossível evitar isso.
Quando
parte de uma sociedade é corrupta, não há leis que impeçam que esta banda podre
aja com sucesso.
O
problema se agrava quando são pegos e ficam impunes.
Mas,
a pergunta que não quer calar é como todo esse sistema de controle não detectou
o volume de dinheiro sendo desviado.
Não
detectou porque essa estrutura é compartimentada.
Não permite
uma visão sistêmica.
Cada
parte é como um feudo.
O responsável
por determinado feudo nunca se preocupa com o que acontece no outro feudo.
É a
lei do eu cuido do meu e você cuida do seu.
Não há
o pensamento de que o todo só é saudável se as partes forem saudáveis.
Não há
pensamento sistêmico.
Essa
falta de comunicação entre os feudos permitiu a dimensão que tomou a
roubalheira.
Apesar
de que cada feudo tenha todo um arsenal de combate ao roubo, na pratica, o
feudo so se atenta ao formalismo.
Estando
o roubo formalmente legal, o roubo é aceito.
Mas,
como isso é possível?
É possível
porque os responsáveis não pensam.
Não
se interessam em fazer contas comparativas para entender porque algo custou
mais caro que outro algo semelhante.
Em
situações únicas, então, nem se atrevem a faze-lo.
Dá
trabalho.
E a
lei do mínimo esforço sempre fala mais alto.
Os responsáveis
não se interessam em conhecer com detalhes e com senso critico o que esta sendo
feito.
Enquanto
isso, alguns dos seus subordinados vão comendo pelas bordas as migalhas da roubalheira
que suas bocas podem alcançar.
É
fato que quando alguém se interessa, toma um cala boca e se submete ao dito no
enunciado no inicio desta reflexão.
A
corrupção é estrutural.
Finalmente,
arrisco a dizer que essa roubalheira toda so aconteceu nessa dimensão, pela
audácia da liderança da quadrilha.
Como essa
liderança é irresponsável, não conseguiu enxergar a verdadeira extensão do
roubo.
Pela
"má gestão" da roubalheira foram pegos.
Mataram
a galinha dos ovos de ouro!