É uma
discussão acalorada, com viés ideológico bem definido.
Em geral
aqueles que se intitulam de direita são a favor das privatizações e os de
esquerda a favor da estatização.
Mas, há de
fato alguma diferença para quem recebe o serviço?
Se uma
estatal ou a própria estrutura de governo presta um bom serviço, por que se a
estatal for privatizada prestara melhor serviço?
Prontamente
ouvirei que haverá competição.
Mais ainda.
Esse é o
diferencial que determina que o serviço seja bem prestado.
Mas, na
pratica isso é verdade?
Por
exemplo, o transporte publico.
As empresas
municipais de ônibus são privadas.
No passado
havia a CMTC na cidade de São Paulo.
Houve a
privatização da exploração das linhas de ônibus e hoje quem presta o serviço
são empresa de ônibus, escolhidas por licitação publica.
Mas, elas realmente
prestam um bom serviço?
Não!
Ouço muita
reclamação.
Não mais do
que o metro, que é uma estatal.
Ate anos
atrás o metro era o exemplo de serviço publico.
De uns
tempos para cá o serviço vem apresentando falhas operacionais.
Ai os “direitistas”
vão sentenciar:
Privatiza
que melhora.
Será mesmo?
Não será possível
ter duas empresas diferentes de metro passando pelo mesmo local.
Que competição
haverá?
Na escolha
da empresa que prestara o serviço?
As empresas
de ônibus são assim.
Mesmo privatizadas,
para cada trajeto, há apenas uma empresa prestando o serviço.
É verdade
que em parte substancial de determinados percursos há ate superposição de linhas
de ônibus passando pelo mesmo trajeto.
Há varias linhas
de ônibus que trafegam no mesmo itinerário, mudando apenas ou a origem ou o
destino final.
Mas, isso
provoca alguma competição?
Não!
Então, na
verdade, o que fará tanto uma empresa privada como uma publica prestar um bom serviço
não é apenas a competição.
O que de
fato fará uma empresa prestar um bom serviço é haver antes de tudo uma política
empresarial promovida por seus dirigentes para que a empresa preste um bom
serviço.
Para
atingir esse objetivo, a empresa deve contratar pessoas habilitadas e disponibilizar
equipamentos e materiais necessários.
Deve manter
um programa permanente de qualificação de seus funcionários, assim como manter
um programa de manutenção preventiva e de atualização dos equipamentos e materiais.
Por outro
lado, a direção deve realizar programas permanentes de avaliação de desempenho
de seus funcionários.
E demitir
quem, apesar de tentativas de qualificação, continuar mostrando-se desidioso em
sua função.
Mas, isso
tudo não basta.
Os funcionários
devem ter orgulho de trabalhar na empresa.
Desde o
faxineiro, que dever se sentir integrado no que a empresa faz.
Ele tem que
saber que, independente da posição que ocupa, ele faz parte de uma engrenagem
que só funciona quando todas as partes fazem bem feitas seu serviço.
O funcionário
deve gostar do que faz.
Saber muito
bem o que faz.
E estar imbuído
de prestar sempre um bom serviço.
Para mim,
pouco importa quem será o dono do serviço prestado.
Quero ser
bem atendido.
O fato de
tudo ser estatizado não garante qualidade.
No exemplo
citado, se hoje temos empresas de ônibus que não prestam um bom serviço há uma
responsabilidade direta dos empresários de ônibus.
É incontestável.
Mas, também
há uma responsabilidade da administração pública, que cabe fiscalizar.
A administração
publica deve ter em mente os mesmos princípios que uma empresa deve ter para
prestar um serviço de qualidade.
Para poder exigir
a qualidade desejada de seus fornecedores ou prestadores de serviços públicos.
Independentemente
da posição ideológica o que entendo é que se você privatizar e não tiver uma administração
publica que fiscalize adequadamente, o serviço poderá não ter boa qualidade,
tanto quanto se fosse uma estatal.
A ideologia
que deveríamos defender é a de servir bem.