segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Privatização versus Estatização




É uma discussão acalorada, com viés ideológico bem definido.
Em geral aqueles que se intitulam de direita são a favor das privatizações e os de esquerda a favor da estatização.
Mas, há de fato alguma diferença para quem recebe o serviço?
Se uma estatal ou a própria estrutura de governo presta um bom serviço, por que se a estatal for privatizada prestara melhor serviço?
Prontamente ouvirei que haverá competição.
Mais ainda.
Esse é o diferencial que determina que o serviço seja bem prestado.
Mas, na pratica isso é verdade?
Por exemplo, o transporte publico.
As empresas municipais de ônibus são privadas.
No passado havia a CMTC na cidade de São Paulo.
Houve a privatização da exploração das linhas de ônibus e hoje quem presta o serviço são empresa de ônibus, escolhidas por licitação publica.
Mas, elas realmente prestam um bom serviço?
Não!
Ouço muita reclamação.
Não mais do que o metro, que é uma estatal.
Ate anos atrás o metro era o exemplo de serviço publico.
De uns tempos para cá o serviço vem apresentando falhas operacionais.
Ai os “direitistas” vão sentenciar:
Privatiza que melhora.
Será mesmo?
Não será possível ter duas empresas diferentes de metro passando pelo mesmo local.
Que competição haverá?
Na escolha da empresa que prestara o serviço?
As empresas de ônibus são assim.
Mesmo privatizadas, para cada trajeto, há apenas uma empresa prestando o serviço.
É verdade que em parte substancial de determinados percursos há ate superposição de linhas de ônibus passando pelo mesmo trajeto.
Há varias linhas de ônibus que trafegam no mesmo itinerário, mudando apenas ou a origem ou o destino final.  
Mas, isso provoca alguma competição?
Não!
Então, na verdade, o que fará tanto uma empresa privada como uma publica prestar um bom serviço não é apenas a competição.
O que de fato fará uma empresa prestar um bom serviço é haver antes de tudo uma política empresarial promovida por seus dirigentes para que a empresa preste um bom serviço.
Para atingir esse objetivo, a empresa deve contratar pessoas habilitadas e disponibilizar equipamentos e materiais necessários.
Deve manter um programa permanente de qualificação de seus funcionários, assim como manter um programa de manutenção preventiva e de atualização dos equipamentos e materiais.
Por outro lado, a direção deve realizar programas permanentes de avaliação de desempenho de seus funcionários.
E demitir quem, apesar de tentativas de qualificação, continuar mostrando-se desidioso em sua função.
Mas, isso tudo não basta.
Os funcionários devem ter orgulho de trabalhar na empresa.
Desde o faxineiro, que dever se sentir integrado no que a empresa faz.
Ele tem que saber que, independente da posição que ocupa, ele faz parte de uma engrenagem que só funciona quando todas as partes fazem bem feitas seu serviço.
O funcionário deve gostar do que faz.
Saber muito bem o que faz.
E estar imbuído de prestar sempre um bom serviço.
Para mim, pouco importa quem será o dono do serviço prestado.
Quero ser bem atendido.
O fato de tudo ser estatizado não garante qualidade.
No exemplo citado, se hoje temos empresas de ônibus que não prestam um bom serviço há uma responsabilidade direta dos empresários de ônibus.
É incontestável.
Mas, também há uma responsabilidade da administração pública, que cabe fiscalizar.
A administração publica deve ter em mente os mesmos princípios que uma empresa deve ter para prestar um serviço de qualidade.
Para poder exigir a qualidade desejada de seus fornecedores ou prestadores de serviços públicos.
Independentemente da posição ideológica o que entendo é que se você privatizar e não tiver uma administração publica que fiscalize adequadamente, o serviço poderá não ter boa qualidade, tanto quanto se fosse uma estatal.
A ideologia que deveríamos defender é a de servir bem.

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