quinta-feira, 9 de agosto de 2018

A vida não é um video game




Tenho dificuldades em entender a lógica do pensamento alheio.
De um lado os crédulos de que o presidiário de Curitiba possa ser candidato e eleito.
Mais do que isso, acreditam que se fosse eleito ele resolveria os problemas que ele mesmo, assim como seus correligionários, nos causaram.
Dele nem preciso mais comentar, pois não conseguira se candidatar.
Só faz barulho pra tentar emplacar seu fantoche Haddad.
Que tampouco arrebatará todos os votos que seriam dele.
Carta fora do baralho.
De outro extremo, uma nova seita surgiu.
Os Bolsonaristas.
É impressionante a garra com que defendem a candidatura dele.
Mais do que isso, acreditam que seja o salvador da pátria!
Pelo fato de Bolsonaro ser autentico e falar o que pensa.
Acreditam que com suas bravatas ele conseguira impor todas as mudanças que desejamos.
So que não é bem assim.
O presidente não é um tirano.
Vivemos numa democracia.
Tem que haver um dialogo com o Congresso.
Para qualquer mudança constitucional é preciso ter três quintos dos votos, ou seja, na Câmara é preciso que 308 deputados aprovem e no Senado 49 senadores.
Com o Congresso que dificilmente será muito diferente deste que está ai.
Enquanto ficamos discutindo se A ou B é o melhor presidente, esquecemos totalmente de apoiarmos os verdadeiros donos do poder que são os Congressistas.
O fato lamentavel é que não sabemos em quem votar pra deputado e senador!
Isso a gente se preocupa no dia da eleição, dira algum.
Ou, na hora a gente vota naquele que tivermos uma lembrança ou votamos num partido....
Qual mesmo?
Sei la...
O fato é que nem sabemos quantos tem e quais são...
Com excessão dos mais famosos.
Enquanto isso, a seita dos Bolsonaritas acredita na integridade moral e ética de seu candidato.
É importante, sim, que elejamos um presidente honesto e não envolvido em corrupção.
Mas, mesmo que paire suspeitas nos demais que estão no páreo o único condenado e expurgado da competição é o presidiário de Curitiba.
Os demais têm a sua honestidade presumida.
E estão aptos para se candidatar e ser eleitos.
Embora não entenda a lógica do pensamento alheio, enxergo um resultado pratico nessa discussão toda.
Querendo ou não houve uma depuração entre os Congressistas.
Como eles perceberam os riscos de serem pegos se continuassem agindo com a mesma ênfase desonesta que tiveram, hoje estão mais comedidos.
Essa é a mudança.
É pouca, eu sei.
Mas, é um primeiro passo.
Ainda que grande parte dos que serão reeleitos no Congresso sejam os mesmos, ha essa perceptível mudança comportamental.
Na verdade, isso so aconteceu porque a Lava Jato, apesar de não ter acabado com a corrupção no Brasil, trouxe a tona e provocou uma discussão desse mal que não víamos.
Ou não queríamos ver.
Embora a corrupção sempre esteve presente na vida nacional, ela ocorreu com mais ênfase por um oportunismo no governo PTista.
De um lado a certeza da impunidade e de outro uma vultosa disponibilidade de recursos públicos fruto de uma arrecadação aparentemente superavitária.
Era preciso gastar todo aquele recurso!
E surrupiar uma grande parte através dos fornecedores do estado.
Poucos não se deixaram levar.
Não pense que entre nós que somos contra esse assalto aos cofres do estado não teriam milhares que não hesitariam em participar.
É fácil constatar.
Estamos assistindo um aumento de 17% nos salários dos funcionários do Poder Judiciário.
Embora a situação econômica financeira do estado brasileiro seja deplorável, algum deles será contra?
Mesmo sabendo das dificuldades orçamentárias do estado, eles entendem que a rigidez ética e moral so valem para os outros.
Para eles tudo.
Para os demais...
“Quem manda não fazer concurso”!
O problema é que não serão apenas eles que se beneficiarão.
As demais categorias, que classifico como marajás do estado, também acompanharão o aumento.
Inclusive os Congressistas, que deveriam zelar pela estabilidade do orçamento publico, pegarão carona e aproveitarão para aumentar seus vencimentos!
Será um verdadeiro arrastão nos cofres públicos.
Ah!
Todos votam!
E participam da discussão do qual candidato a presidente é o mais honesto e que vai salvar o país.
Suas cabeças deletam os privilégios que irão receber, como se fosse um vídeo game e iniciam um novo jogo em defesa do bem do Brasil!
E assim vamos em frente.
Os políticos com uma nova performance de que são honestos e preocupados com o Brasil.
Os eleitores certos de que vão eleger aquele ungido e que resolvera todos os problemas.
O fato é que enquanto não houver uma mudança radical na maneira de pensar das pessoas, que passem a se preocupar com o bem comum, como se fosse delas próprias, o Brasil seguirá capengando.
Seja quem for o eleito presidente!
Seja quem for os Congressistas!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é bem vindo!
Agradeço sua participação.