sexta-feira, 24 de agosto de 2018

O ilusionismo político




Quando leio as pesquisas eleitorais fico sem entender como é possível que a candidatura fake de Lula faz tanto sucesso.
Primeiro porque é sabido que ele não poderá ser o candidato.
Então na pesquisa nem deveria aparecer.
Mas, aparece.
Ainda que desqualifiquemos as pesquisas por uma serie de razões que não vem ao caso, mas, independente delas, o fato real é que Lulla tem um eleitorado cativo.
Para essa militância pouco importa que ele esteja preso.
Para eles foi um ato de injustiça.
E Lula deveria, para eles, ser sim um dos candidatos a presidente.
Não importa que a candidatura seja fake.
Seus eleitores acabarão votando em quem ele indicar.
Ate porque, sempre é bom lembrar que não se vota no nome de nenhum candidato.
Vota-se no numero do candidato.
Seja ele quem for.
Daí a certeza de transferência de votos.
Mas, o que faz as pessoas quererem tanto que Lula volte?
Voltemos no tempo.
Quando Golbery de Couto e Silva alavancou politicamente o líder sindical Lula, acreditava que ele, como excelente pelego que era, faria o papel oposicionista que tanto o governo militar precisava.
Era importante para o equilíbrio democrático ter um oposicionista de prestigio.
E sendo de origem pobre ele vestia o figurino perfeito.
Entretanto parte da elite pensante, os chamados intelectuais de esquerda, também identificou em Lula a marionete perfeita para ser o representante da causa.
E incutiram na cabeça dele que ele deveria ser candidato a presidente da republica.
Assim esses intelectuais o manobrariam para levar o Brasil ao comunismo que desejavam.
Ele gostou da ideia.
Afinal não tinha a nada a perder.
E competiu em todas as eleições para presidente ate que, finalmente, em 2002 conseguiu se eleger.
Só que aqueles intelectuais não eram tão espertos como acreditavam se-lo.
E Lula passou-lhes a perna.
Aliou-se aos poderosos da política e fez um excelente governo em seus dois mandatos.
O Brasil teve um crescimento econômico fabuloso.
Graças a uma exportação espetacular que trouxe uma enorme quantidade de dólares.
Essa foi a mágica do governo Lula.
Que realmente proporcionou a muita gente, que estava alijada do mercado de consumo, a poder usufruir dessa benesse.
A ponto dos jegues do nordeste serem aposentados pelas motocicletas e D-10.
Esse crescimento foi tão surpreendente que cegou a todos de um impeachment que caberia a Lula em seu primeiro mandato, por conta do mensalão.
Lula tirou de letra, reelegendo-se.
Mais ainda, conseguiu fazer de Dilma sua sucessora!
Mesmo que depois Dilma tenha conduzido mal, quem praticou um mau governo foi ela.
Não ele.
Essa memória do bom governo de Lula é que de fato faz com ele tenha tantas intenções de voto, principalmente no nordeste brasileiro.
As razões que o ajudaram a fazer um bom governo é outra estória. 
Resumindo.
Havia uma condição econômica financeira mundial favorável.
Hoje não tem.
O povo em sua ignorância acredita que se ele voltar, como num túnel do tempo, o mundo voltaria a ser o que já foi.
Isso acontece também na cabeça dos militaristas que incensam Bolsonaro.
Há um recall da mesma proporção.
No caso dos militares a memória esta nos anos Médici.
Sobrava empregos e a classe media vivia no paraíso.
A razão do desenvolvimento foi outra.
Foi lastreada pelos petrodólares, que vieram fácil.
Sobrava dinheiro no mundo para ser emprestado a quem quisesse se endividar.
É verdade que há uma enorme diferença qualitativa entre os dois crescimentos.
Lula teve o melhor tipo de crescimento.
Foi pela via da exportação, que gerou receita limpa.
Se ele tivesse sabido aproveitar, hoje a situação não estaria caótica como esta e, quem sabe, ele ate viraria um deus adorado por todos.
Mas, Lula caiu na luxuria e comandou o maior assalto aos cofres públicos.
Já Médici promoveu um crescimento maior do no governo Lula.
Mas, a via disponível do endividamento, não é uma receita limpa.
Acabou, posteriormente, causando enormes problemas econômicos a ponto de o Brasil ter declarado moratória e sofrido uma hiperinflação.
Mas, há uma diferença ai também.
O governo militar não trilhou o caminho da corrupção nos níveis do governo Lula.
Esse ponto é explorado favoravelmente pelos militantes de Bolsonaro.
Mas, ambos os extremos acreditam em ilusões.
Não voltaremos aos tempos de Médici.
Nem tampouco aos anos dourados do governo Lula.
O mundo é outro!
Melhor seria se fossem eleger David Coperfield!

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