segunda-feira, 22 de setembro de 2025

O Brasil após as sanções

Trump comprou gato por lebre ao acatar a narrativa dos traidores da pátria Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que apresentaram uma realidade mentirosa de que os brasileiros vivem uma ditadura.
Não ha uma ditadura.
As eleições foram livres, houve troca de presidentes, governadores e prefeitos.
Estes não sentem-se obrigados a uma subserviência ao poder central, pois agem autonomamente em suas decisões.
Mas, ha excessos institucionais, em especial no Legislativo e mais forte no Judiciário.
Justificam os apoiadores dessa dupla, que para estes eles são heróis nacionais, que o Supremo avançou além de suas prerrogativas constitucionais.
No que estão certos.
O Supremo, realmente, interferiu no jogo politico, através do cancelamento de todo o processo criminal, que colocou Lula na cadeia, resgatando-o de la e o colocando no tabuleiro eleitoral como forte opositor a reeleição de Bolsonaro.
Aquele seria o momento certo de um contra golpe de Jair Bolsonaro e seus apoiadores, através de mobilização junto ao Senado para remover um ou outro dos ministros do Supremo.
Mas, a soberba foi maior. 
Jair Bolsonaro acreditava que seria reeleito.
Depois, inconformado com sua derrota, quis dar um golpe. 
Mas, ai, já era tarde.
Assim voltaram com a ladainha insistente de que houve fraude no processo eleitoral.
Os votos que elegeram Lula foram legítimos.
Tanto o é que foram eleitos governadores, apoiados por Bolsonaro, como Tarcísio de Freitas, que era uma figura politica desconhecida no estado, além de não ser um paulista!
Quanto ao Legislativo há uma percepção, não apenas dos bolsonaristas, mas de todos que conseguem enxergar excessos no Supremo, que este, por razões de interesses pessoais dos congressistas, não colocaram os devidos freios no Supremo, como é a expectativa de muitos, através da cassação de alguns ministros.
Com isso, em 2026, haverá o objetivo de eleger o maior numero de senadores capazes de promover cassações de ministros do Supremo.
Enquanto isso, quando as pessoas se vêem em situações difíceisdevido a cultura religiosa, apelam para que as estruturas divinas as ajudem a resolver seus problemas em suas vidas.
Esse procedimento não fica apenas no campo espiritual, pois há uma forte crença de que forças externas, da própria Terra, possam e devem interferir nas soluções dos problemas comuns a todos.
Essa foi a razão da ida de Eduardo para tentar buscar ajuda externa para resolver nossos problemas internos.
Penso diferente. 
Acredito que nós, brasileiros, temos que resolver nossos problemas.
Até porque Trump, ou seja la quem for no exterior, desconhece a nossa realidade mais profundamente.
Como a narrativa de Eduardo e Paulo deve ter feito Trump recordar, que agiu como mentor de Jair Bolsonaro, pois ele tentou anular a votação, que perdeu para Biden, através da invasão do Capitólio e, como saiu-se impune, acreditou ser possível que Jair conseguisse o mesmo.   
Juntando com a ideologia politica de que a esquerda brasileira é contra a democracia e pelos excessos relatados cometidos pelo Supremo, Trump sentiu-se na obrigação de impor sanções, como se fosse o Imperador do mundo.
A taxação absurda de 50% tinha como objetivo ser o catalizador para a derrubada do governo Lula.
Faltou a Trump entender que, ao punir uma nação, ha uma reação da população não contra o governo, mas contra ele, pois, no final, quem sera prejudicado é a própria população e não seu governante.
Assim, Trump, sem querer, acabou por colocar Lula no palanque de estadista mundial, o qual ele passou toda a vida almejando, embora, como governante, nunca demonstrou capacidade para tal. 
Mas, Lula desempenhou muito bem esse papel temporário em defesa da soberania nacional e na posição de protagonista na contestação ao autoritarismo de Trump, que o resto do mundo se retraiu, diante das tarifas intimidatórias, objetivando mitigar os efeitos delas, mas que no final não adiantou muito.
O fato é que Lula não tem mais  condições físicas e politicas para aguentar uma reeleição, embora aja muita gente que, aliada a aqueles que não querem um novo aspirante a presidente com vocações autoritárias e golpistas, querem que ele seja candidato.
E Lula parece aceitar, ele próprio, a incumbência, quando o certo seria ele conduzir o surgimento de seu sucessor.
Do lado contrario, ha muitos políticos se habilitando a concorrer contra Lula ou a quem ele indicar. 
Embora Jair Bolsonaro tenha sofrido derrotas judiciais, estas não foram suficientes para leva-lo ao ostracismo, local de onde nunca deveria ter saído.
Jair tem capital eleitoral para ser aproveitado, mas erra o politico que, em busca desses votos, se aproximar demais dele, pois ha uma rejeição, maior do que os votos a Jair, contra candidatos autoritários e com intenções golpistas.
Erra também Jair Bolsonaro em não retirar-se do cenário, restando-lhe apenas indicar aquele que receberia seus potenciais votos e deixar os opositores a Lula crescerem. 


sexta-feira, 19 de setembro de 2025

O silencio dos não inocentes



No seculo passado, o nazismo prosperou na Alemanha e culminou com a tomada de poder pelo autocrático Hitler, que, na sequencia, cometeu atrocidades contra aqueles que o psicopata ditador entendia como inimigos do povo alemão, como judeus, comunistas, entre outros.
Mas, não parou por ai.
A saga conquistadora de Hitler levou a Alemanha a invadir países vizinhos, ate a dominação de quase toda a Europa, resultando na mais sangrenta guerra mundial.
E o povo alemão,assistiu a tudo isso no silencio.
Quem se habilitasse a contradizer Hitler era considerado traidor da pátria e era levado a campos de concentração, onde a morte o aguardava.
Na Alemanha, que estava submetida a depressão econômica, graças a habilidosa técnica de propaganda nazista, que enaltecia a superioridade do povo alemão, Hitler motivava o nacionalismo radical com frases que engrandeciam a nação, como Alemanha acima de tudo e a Alemanha voltará a ser um grande pais. 
A historia parece repetir o mesmo método, agora, num outro pais, os EUA,  cuja democracia floresceu por mais de um seculo.
Através do ressurgimento do movimento MAGA, traduzido por Torne a America grande novamente, que foi utilizado por Ronald Reagan, Donald Trump o restabeleceu, mas com um viés diferente, e conseguiu ser legitimamente eleito.
Na época de Reagan o objetivo era superar a recessão, que passava os EUA.
Agora, os EUA enfrentam o desafio do crescimento da China, como potencia mundial, e o crescente desemprego do americano, em razão da migração de varias industrias americanas para países asiáticos por razões estratégicas de competição.
Acreditando ser capaz de enfrentar esse desafio, Trump criou inimigos imaginários, como os imigrantes, em especial os latinos, que vivem nos EUA em maior numero, que prejudicam os empregos dos americanos, como se eles quisessem fazer os serviços que os latinos fazem, no valor que recebem.
Mas, não se limitou apenas nos latinos.
Todo imigrante que pensasse diferente do que pensa Trump passou a ser seu inimigo.
Não satisfeito, Trump também definiu como inimigos a esquerda, tendo como alvo o partido Democrata, assim como a mídia jornalistica, que não lhe bajulasse.
Desta forma, começou a perseguição a estudantes, professores, jornalistas e ate humoristas, exigindo o afastamento deles dos locais onde atuavam.
Embora tenha, momentaneamente, deixado de falar em anexação do Canada e da Groenlândia para integrarem os estados americanos, a mesma fascinação de Hitler de dominar o mundo continua vivo na cabeça de Trump. 
Desde sua posse, Trump proclamou-se o Imperador do mundo com sua significativa frase:
- Faço porque eu posso.
Ate o Brasil, que sempre manteve relações cordiais com os EUA, sofreu as garras de Trump, através da aplicação de sanções econômicas, com o objetivo de derrubar o governo Lula, além de intimidar o Judiciário com sanções aos ministros do Supremo Tribunal Federal. 
Embora o governo brasileiro não tenha se submetido aos excessos de Trump não se rebelou, pois os EUA detêm poderio econômico e militar superior.
Mas, reagiu a seu modo, buscando  novos parceiros comerciais para absorver a queda da exportação aos EUA, e o Supremo continuou com o processo contra Jair Bolsonaro, condenando-o.
O fato é que toda essas ações de Trump não encontram obstáculos nas demais instituições americanas, que se submetem a ele, restando a poucas vozes oficiais contradize-lo, sem que com isso, impeça que ele exerça seu perigoso e crescente autoritarismo.
O povo americano vai assistir a tudo isso em silencio?




 

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

A busca pelo fim da impunidade



Como sempre afirmo, o mesmo advogado que defende, veemente, um réu, quando muda de lado e vira juiz, por exemplo, pode condenar um outro réu, esquecendo-se de todos os argumentos que utilizou, quando era defensor.
O que o faz mudar radicalmente de posição?
É verdade que, quando um advogado defende, utiliza-se de todos os meios legais para buscar a impunidade do réu, muitas vezes sabendo que o réu cometeu os crimes, que responde, mas sua função é essa mesmo.
Embora, particularmente, acredite que o ideal seria o advogado, nessa circunstancia nunca negar o crime do cliente, mas procurar abrandar sua pena.
Sei que é uma utopia, mas faz parte de minha ideologia.
No caso do julgamento por crime de corrupção do então ex-presidente Lula, seu advogado Cristiano Zanin, conseguiu seu objetivo obcecado de torna-lo impune e o conseguiu graças ao cancelamento, no Supremo, do processo que o condenou em três instancias.
Será que o advogado Zanin acreditava que Lula era inocente, com todas as provas e todas as instancias que o condenou? 
É verdade também que, no papel de juiz, em tese, este mesmo advogado deve buscar a justiça, de forma isenta, entre os argumentos da acusação e da defesa.
E quando o juiz se vê no julgamento de um réu, que é inimigo politico do réu que, no passado, defendia?
Com o agravante de que o réu, que no passado defendeu, na condição de presidente da republica, foi quem o nomeou para ser ministro do Supremo.
Ainda que os crimes tenham sido diferentes, fica a suspeita de que não fará justiça com imparcialidade.
Será que a sentença do juiz Cristiano Zanin foi imparcial?
Espero que sim.
Mas, me sentiria mais confortável se ele tivesse se declarado suspeito de julgar o crime de golpe de estado, que Bolsonaro era réu, e não participasse da sua condenação.
Não pode restar nenhuma duvida de que o julgamento do crime de Bolsonaro foi legitimo.
Mas, assim como Lula conseguiu sua inocência provisoria, que acabará sendo definitiva, não espero que Bolsonaro, com seus advogados não tente o mesmo.
Aliás, já esta tentando, com seus aliados políticos, obter uma anistia e ficar livre da condenação.
Tudo isso mostra que, infelizmente, no Brasil, por mais que a Justiça queira mostrar-se eficiente, ha uma intensa vontade de impunidade.
Minha proposta é a de que não se tolere impunidade, com uma anistia, a  Bolsonaro, ainda que ele diga: Justo na minha vez!
E que, também, façamos o impossível para que Lula não se reeleja, como resposta, ainda que tardia, à impunidade que alcançou.

sábado, 13 de setembro de 2025

Homens sem Lei



Assisti, num canal de TV por assinatura, um documentário jornalistico com cinco capítulos denominado "Homens sem Lei".
O documentário retrata a corrupção policial, o estrelismo de policiais e bandidos, 
 entre o final dos anos 60 e anos 70, que culminou com a criação da Scuderie Le Coq e do temível esquadrão da morte.
Foi apresentado através de entrevistas com personagens policiais, repórteres e familiares dos envolvidos, que vivenciaram aquele período e com a reprodução de material jornalistico da época.
Pode-se afirmar que foi naquele momento que se originou a milicia, que hoje domina o Rio de Janeiro.
Tudo isso com apoio dos membros do alto escalão do Estado, inclusive o governador, que permitia as ações criminosas de seus policiais, ora fechando os olhos, ora os engrandecendo com o titulo de."Homens de Ouro", por exterminar milhares de bandidos e dar uma falsa sensação de segurança pelo combate ao crime com firmeza.
Foi naquela época que o então delegado Sivuca criou a expressão: "bandido bom é bandido morto", frase essa repetida ate hoje por vários políticos, que continuam acreditando, equivocadamente, que a violência é o caminho da segurança publica.
De outro lado, toda imprensa policial participava ativamente junto com os policiais, nas viaturas, nas caçadas aos bandidos, para que criassem manchetes sensacionalistas e tornassem alguns policiais estrelas de cinema.
Alguns repórteres chegaram a participar de um crime, dando, eles próprios, tiros no corpo do bandido "cara de cavalo", em homenagem ao detetive Le Coq, que supostamente teria sido morto pelo bandido.
Por fim, a própria sociedade ora aplaudia os bandidos, como o famoso Lucio Flavio, ora aplaudia os policiais, que na verdade agiam como homens sem Lei, verdadeiros bandidos, como Mariel Mariscot, que encerrou sua breve vida envolvido no jogo do bicho.
Todo esse teatro de operações de crescente violência aconteceu porque vivianos numa ditadura militar, que aproveitava-se dos esquadrões da morte para se livrar dos opositores ao regime, e não combatia esse crime institucional.
Tudo isso me leva a uma reflexão.
A sociedade brasileira endeusa bandidos, aja visto o quanto se rouba do Estado, seja por políticos, seja por funcionários públicos, em conluio com falsos empresários.
Acata tudo isso passivamente, tendo eleito ate um ex-presidente condenado por corrupção, mas alcançado com a impunidade. 
E acaba por não perceber que toda violência gera mais violência e tornou o Brasil um dos países mais violentos, mais corrupto, mais defensor da impunidade no mundo! 




quinta-feira, 11 de setembro de 2025

A polemica decisão de Fux



A sentença do ministro Luiz Fux pela absolvição de Jair Bolsonaro, ocorrida ontem,
deve ser recebida como qualquer sentença de um juiz e acatada com serenidade e respeito.
O juiz não julga como um chapgpt, que como toda IA responde a perguntas com base em seus algorítimos.
Diante das provas apresentadas nos autos, certamente, a IA condenaria Jair Bolsonaro.
Mas, os julgamento são feitos por humanos.
O juiz, em tese, deveria se ater a legislação para dar sua sentença e ao que consta nos autos do processo.
Mas, na pratica, não é assim que funciona.
No dia do julgamento, o juiz está sujeito, em suas decisões, como todo ser humano, às convicções politicas, religiosas e ate do humor dele, diante de adversidades ou de alegrias que aconteceram horas e dias antes.
No caso do julgamento da trama golpista, o Supremo, sofreu uma forte adversidade, que pode ter intimidado o ministro Fux a votar a favor da absolvição de Jair Bolsonaro.
Trata-se da aplicação da Lei Magnitsky, que já atingiu o ministro Alexandre de Moares, por decisão autoritária e sem fundamentos do presidente Trump, que pensa que é o Imperador do Mundo.
Além do cancelamento de vistos americanos imposta pelo mesmo Trump aos ministros: Luis Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Carmen Lucia e Gilmar Mendes.
Fux foi, estrategicamente, preservado dessa sanção americana, para que sofresse os efeitos intimidadores e votasse a favor de Bolsonaro.
Já Alexandre, corajosamente, parece que não se intimidou com as sanções a ele impostas e votou pela condenação de Jair Bolsonaro com tranquilidade.
Como Luiz Fux exarou sentença a favor da absolvição de Bolsonaro, dentro de um excesso de legalismo aos peixões, enquanto, antes dessa intimidação foi mais "punivista" aos peixinhos de 7 de janeiro, fica evidente que ele não escapou dos efeitos da intimidação.
Eduardo bananinha Bolsonaro e Paulo Figueiredo, traidores da pátria, devem ter ficado exuberantes de alegria com a sentença de Fux, pois acreditam que foi graças às suas ações junto a ultra direita americana, que fez com que o presidente Trump impusesse sanções econômicas ao Brasil e sanções contra os ministros do Supremo, surtisse o efeito que desejavam.
Assim como todos os bolsonaristas devem estar comemorando a "vitoria" da absolvição de Jair Bolsonaro, ainda que não conclusiva, pois faltam outros ministros votarem.
Mas, acreditam que essa "vitoria" expressa que tinham razões em taxar o Supremo como "ditadores da toga" e que suas convicções da inocência de Bolsonaro eram reais.
Sem entrar no mérito jurídico, mas apenas pela observação dos fatos, não é possível acreditar que o 8 de janeiro aconteceu de maneira espontânea.
Aqueles que compareceram àquele ato, faziam parte daqueles outros apoiadores de Jair Bolsonaro, que desde o dia 2 de novembro de 2022 foram às portas dos quarteis, em diversos estados brasileiros e em Brasilia, clamando por uma intervenção militar, que impedisse a posse do presidente eleito Lula e mantivesse Jair Bolsonaro governando o Brasil.
Assim, como essa iniciativa de ir às portas de quarteis foi alimentada por Jair Bolsonaro desde o dia de sua posse como presidente eleito.
Nada foi por acaso.
Se não houve tentativa de golpe, como alegam os bolsonaristas, por que estes chamavam os militares, que não quiseram participar da tentativa de golpe, de melancias?
Negar esse fato é negar a verdade.
Digo mais, Tiradentes foi enforcado por decisão judicial por se insurgir, junto com os demais inconfidentes mineiros, apenas por tramar um golpe, que nunca foi concretizado.
Bolsonaro também não efetivou o golpe de estado, que tanto pretendia, mas como os inconfidentes tramou um golpe, sim.
A tentativa de golpe a família Bolsonaro não cessou.
As ações de Eduardo, nos EUA, a favor da libertação do pai, é a prova indiscutível que querem voltar ao poder de qualquer jeito.
Por enquanto, aguardemos como os demais ministros votarão.

domingo, 7 de setembro de 2025

A teoria na pratica é outra



Não sou defensor da anistia, mas de uma revisão na dosimetria de penas, em especial àquelas apicadas contra os baderneiros de 8 de janeiro. 
Realmente, seja pelo tamanho da pena, seja pela mão pesada dos julgadores, houve um excesso obsceno nas penas aplicadas.
Em resumo, sou contra a impunidade, mas também sou contra abusos em condenações.
Assim, fui contra a anulação do julgamento de Lula.
Ele teve um julgamento que passou por três instancias, portanto, se houvesse alguma injustiça, houve chance de ser corrigida.
Embora Lula não tenha ficado impune durante o tempo que ficou preso por 580 dias, o que não é pouco, acabou sendo alcançado pela impunidade.
Obvio que a anulação de seu julgamento
 teve alcance maior do que, simplesmente, livra-lo da cadeia.
Foi uma manobra politica engendrada para habilita-lo a ser candidato a presidente da republica, como o foi e saiu-se vencedor, em 2022.
Também não gostei dessa manobra, que rompeu o bloqueio daqueles que cometem crimes e, com sentença transitada, ficam impedidos de concorrer a cargo publico.
Digo mais, esse movimento de anulação do julgamento de Lula foi além. 
Outros tantos, que participaram do butim aos cofres públicos, também foram alcançados com a impunidade.
Ou seja, vivemos um pais no qual o crime compensa.
Seja ele qual for.
Mas, não vale para qualquer um.
Tanto é que as cadeias estão superlotadas.
O crime só compensa se você fizer parte da politica!
Ha algumas exceções, como Carla Zambelli, que, mesmo fugindo para Itália, onde acreditava que ficaria impune, esta presa.
Mas, será por pouco tempo.
Se for aprovada uma anistia ela, certamente, terá sua pena cancelada.
Agora, outro personagem da politica cometeu um crime.
Não há o que se discutir sobre Jair Bolsonaro ter tentado um golpe de estado.
As provas, ainda que não aceitas pelos bolsonaristas, assim como aconteceu quando  Lula foi julgado e os lulistas contestavam, são suficientes para condena-lo.
Copiando o Supremo, que engendrou e fez a anulação do julgamento de Lula e sua reabilitação para ser candidato, agora, o Congresso quer fazer o mesmo com Jair Bolsonaro.
Sou contra mais esse ato arbitrário e oportunista.  
Mas, entendo que o velho ditado que pau que bate em Chico, bate em Francisco será aplicado.
Assim, se Jair Bolsonaro obtiver a anistia, que não duvido, confirmará que, realmente, todos aqueles meus valores, que herdei de meus pais, eram meramente teorias que, na pratica, são outros.
Esse é o Brasil.


quinta-feira, 4 de setembro de 2025

A origem do tarifaço americano contra o Brasil

 



No inicio do processo de imposição arbitraria e autoritária, pelo presidente Trump, de novas tarifas aos produtos importados pelos EUA, de diversos países pelo mundo, o Brasil viu-se diante de uma tarifa de 10%, considerada baixa, comparativamente com outros países.
Entretanto tal alegria durou pouco.
Diante da narrativa do traidor da pátria, Eduardo Bolsonaro, que com mentiras e desinformações descreveu ao presidente Trump que as instituições brasileiras são semelhantes às da Venezuela, onde o ditador Maduro governa impondo suas vontades ao Congresso e ao Judiciário venezuelano.
O Brasil não tem paralelo com a Venezuela.
Lula não é um ditador e nem foi eleito como foi a reeleição fajuta de Maduro, que teve falsificações na apuração.
Os poderes no Brasil são independentes.
Não ha perseguição politica contra opositores do governo, como acontece na Venezuela, que prende sem uma acusação fundamentada, pelo simples fato de ser contra a ditadura de Maduro.
O presidente Trump foi imprudente em não solicitar á CIA e outros órgãos do governo que investigasse e confirmasse ou não como se comporta o estado brasileiro.
Simplesmente, ele escutou o traidor, sem questionar nada, e entendeu que havia uma "caça as bruxas" a Jair Bolsonaro, pelo Supremo.
E mais, que Lula tinha domínio sobre o Supremo e sobre o Congresso.
Desta forma, o governo brasileiro precisava sofrer sanções para capitular e encerrar o processo contra Jair Bolsonaro.
Aliás, os governos americanos acreditam que impor sanções fará com que o pais sancionado se ajoelhe e se submeta às suas exigências.
Parece que desconhecem a historia.
Impuseram sanções á vários países, como Cuba, Coreia do Norte, Venezuela e, recentemente, à Russia, objetivando que esta cessasse a guerra que iniciou contra a Ucrânia.
O resultado, em todos os casos, foi a frustração que o governo americano amargou pelo insucesso dessa politica desastrada.
Bem diferente do presidente Roosevelt, que na segunda guerra mundial, observando que o ditador brasileiro Getulio Vargas flertava com o nazismo, ao invés de impor sanções, trouxe o Brasil para perto de si e o teve como aliado no enfrentamento ao nazismo.
Mas, o presidente Trump não tem postura de um estadista.
Diante da narrativa maldosa, o presidente Trump ampliou de 10% para 50% as taxas de importação de produtos brasileiros.
Na verdade, a questão Bolsonaro foi útil para que Trump, sem justificativas legais, a usasse para impor aumento da tarifa de 10% para 50% e atendesse o que interessa mesmo.
As exigências dos empresários americanos do agronegócio!  
Que não se esqueça, o ajudaram a se eleger!
Embora o numero 2 do Departamento de Estado americano, Christopher Landau, tenha afirmado aos empresários brasileiros, que participaram de reunião com ele, de que a missão deles seria mais efetiva se conversassem com as autoridades brasileiras sobre a avaliação negativa que o governo americano tem pelas decisões do Judiciário brasileiro, a questão não fica só no âmbito politico.
Tem, também, interesses comerciais das big techs, que sofreram ações judiciais pelo Supremo, que ele acabou por revelar nas entrelinhas.
Voltando a questão do agronegócio, as Associações do agronegócio americano estão solidarias ao presidente Trump na manutenção das sobretaxas impostas ao Brasil.
Alegam que o agronegócio brasileiro concorre deslealmente, prejudicando os interesses deles e acabam encontrando no velho protecionismo uma forma de melhorar sua competitividade.
Igual ao que os produtores do agronegócio europeu, com argumentos mentirosos e estapafúrdios, conseguiram barrar, em parte, os produtos do agronegócio brasileiro.
Utilizam-se da surrada desculpa de que áreas da Amazônia teriam sido convertidas em terras agrícolas, o que não acontece da maneira como divulgam.
Aliás essa foi uma das razões da demora no acordo Mercosul com a comunidade europeia.
Fazem-se de esquecidos de que eles próprios desmataram seus países para ter área para poder cultivar.
O fato é que os empresários enxergam os consumidores como alvo de seus lucros e fazem qualquer coisa para mante-los cativos, em detrimento do aceite da concorrência que os obrigaria a buscar melhor produtividade e competitividade.
Como aconteceu com o agronegócio brasileiro que, através de pesquisas da EMBRAPA, melhorou sua performance.
Mas, a questão americana não fica só por ai.
Os produtores de soja americanos impuseram como condição para a flexibilização das taxas de importação dos produtos chineses, que.a soja americana tenha uma maior participação na importação chinesa, o que, se acatada, prejudicara em muito a exportação da soja brasileira para a China.
O fato é que o Brasil, por se destacar no agronegócio, esta sendo asfixiado de todas as formas,pois estamos diante de uma terrível nova ordem mundial retrograda.
Todo aquele desenvolvimento de comercio mundial civilizado, que acontecia com a OMC, virou far west.

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A anistia em pauta



Ha uma dicotomia na sociedade brasileira.
De um lado, queremos o punitivismo extremado, com penas cada vez maiores e ate, se discute no meio da sociedade, uma redução da maioridade penal, com o objetivo de coibir o crime com mais enfase e reduzir a violência.
De outro lado, aceitamos, com naturalidade, a impunidade.
É comum ouvirmos que a policia prende, mas a justiça solta.
Ou mesmo, depois de preso, com recursos abusivos, sem fatos que comprovem a não autoria, sejam libertados por uma interpretação, de juízes, diferente da mesma Lei que condenou o preso.
Ainda que juízes argumentem desde a falta de provas consistentes ou que decidam sob sua interpretação da Lei, os julgamentos como descrito acima não são aceitos por uma grande parte da sociedade.
Isso para não adentramos na campo da corrupção, que é outro mal, que aceitamos passivamente.
Se realmente quiséssemos a punição dos criminosos, como determina a Lei, não poderíamos compactuar com esse procedimento.
Seja por omissão da sociedade ou por esta aceitar algum ato que classifique como "humanista" a impunidade resultou no aumento dos crimes e da violência.
Se ha algo errado que permite os juízes soltarem com facilidade, que se exija da policia que seja mais cuidadosa ao apresentar provas e dos Congressistas que melhorem os textos da Lei, para evitar interpretações conflitantes.
Mas, não vejo nem por parte dos políticos, nem da sociedade, disposição para tal.
O faz de conta que se faz justiça sempre foi assim.
No caso especifico da tentativa do golpe de estado, centenas de pessoas que participaram dos atos criminosos de 8 de janeiro, alguns foram condenados com penas severas.
Uma parte da sociedade,alinhada com o viés ideológico bolsonarista, acha que as penas foram abusivas.
Outra, da qual faço parte, acha que eles devam ser punidos, sim. 
Mas, enxergam, também, que houve um excesso na dosimetria aplicada.
É unanime dizer que gostariamos de uma revisão que abrandasse as penas.
Diante disso, surgiu a ideia de uma anistia, que embora muito discutida, ate hoje não foi implementada porque, na verdade, aqueles que defendem a anistia com vigor, não estão preocupados com o excesso de penas aplicada aos"malucos", como disse Jair Bolsonaro, mas, porque querem uma anistia ao próprio Jair, para que possa lidera-los na próxima eleição.
Os políticos, que apoiam Jair Bolsonaro, diante da iminente condenação pelo Supremo pelo crime de tentativa de golpe de estado, aumentaram, substancialmente, a pressão para que ele possa ter anulada a pena, assim que for sentenciada.
Até o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, decidiu participar ativamente desse grupo.
Foi a Brasilia para demonstrar seu apoio ao Congresso para que aprove a anistia e que esta inclua Jair Bolsonaro.
É verdade que, ao apoiar, de forma explicita, essa anistia abrangente, Tarcísio
revelou seu objetivo, ate então, não declarado, de ser candidato a presidente da republica em 2026.
Tarcísio sabe que Jair Bolsonaro precisa apoia-lo para que vença a eleição.
Ele sabe que sem a transmissão do potencial de votos que Jair detêm, numa eventual e possível adesão, uma vitoria dele sobre Lula em 2026 seria uma missão, se não impossível, mas difícil de conquistar.
Tem mais, Tarcísio precisa demonstrar cabalmente a família Bolsonaro que é fiel a Jair, condição para que a família o apoie também.
Se a anistia atingirá, ou não, Jair Bolsonaro ai não é problema dele.
Vai caber ao Congresso decidir.
Mas, ele fez sua parte.
Entretanto, a anistia mais conveniente para acontecer de verdade, não é aquela que anula a condenação de todos, incluindo Jair Bolsonaro, como se tem difundido.
Essa poderá ser contestada pelo Supremo.
A ideia que ouvi e achei inteligente é a forte redução das penas aos que foram apenados pelos crimes cometidos.
E seria aplicada a todos condenados retroativamente.
É assim que a Lei é aplicada, 
quando for favorável ao condenado.
Não haveria espaço para contestação, pois a decisão do tamanho da pena é uma atribuição do Congresso, que pode tanto reduzi-la como amplia-la.
Ainda que não pacifique os lados ideológicos opostos, acho que 
atende aos anseios da sociedade de punição e impunidade.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

O julgamento do seculo!



Começa hoje, propriamente, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo.
Interessante não o fato de um ex-presidente sentar nos bancos dos réus.
Lula, na condição de ex-presidente, também o fez, ainda que em instancia inferior.
Foi condenado e preso por quase 2 anos, ate ser "indultado" pelo mesmo Supremo que agora julga Bolsonaro.
Interessante é o fato do mesmo Jair, defensor da ditadura militar de 64, que perseguia, prendia e matava, ao arrepio da Lei, todos aqueles que se opunham politicamente à ditadura; zombador dos direitos humanos, ridicularizando, por diversas vezes, a condição de quem os revindicava, estar ele hoje denunciando sofrer do mesmo mal.
Aos olhos do presidente Trump, pelo que foi-lhe narrado de maneira desinformada pelo filho de Jair, o traidor da pátria Eduardo Bolsonaro, Jair é um perseguido politico e sofre violação dos mesmos direitos humanos, que, certa vez, declarou ser esses direitos de "esterco da vagabundagem".
Como Trump também tentou reverter sua derrota eleitoral motivando a invasão do Capitólio, embora não tenha sido levado à Justiça por isso, de maneira conclusiva, ha uma identificação com Jair Bolsonaro.
Dai sua solidariedade, com ações punitivas contra os ministros do Supremo.
Entretanto, os ministros não se intimidaram e, certamente, irão condenar Jair Bolsonaro a cumprir uma pena severa.
Ha um movimento de apoio a uma anistia a Jair Bolsonaro, por parte de seus admiradores, que se recusam a enxergar que ele tenha tentado dar um golpe de estado, mesmo tendo ele reconhecido, nos autos do processo no STF, que pensou, junto com seus assessores militares, em produzir razões legais para não entregar o poder a Lula, o vendedor da eleição.
Da mesma forma, os inconfidentes mineiros, cujo mártir foi Tiradentes, ficaram pensando e articulando, nos bastidores, um golpe de estado, quando foi revelada a trama golpista, estes sofreram julgamentos dentro da Lei vigente.
Então, não se pode falar que Bolsonaro não deveria ser julgado porque não efetivou o golpe planejado.
A pratica de julgar é pela tentativa e não pela execução.
Quanto anistiar ou indultar Bolsonaro, entendo como legitima, como decisão politica.
Entretanto, apesar dos defensores de Jair Bolsonaro, utilizarem como argumento que a anistia tem como objetivo atingir os  participantes do ato de 8 de janeiro, ou os "malucos", como falou expressamente Bolsonaro, isso não é verdade.
Se houvesse real disposição de anistiar esses apenados, isso já deveria ter acontecido.
O objetivo é "descondenar" Jair.
Essa anistia ate poderá acontecer.
Mas, não é o que os aliados de Bolsonaro acreditam.
Tanto é que o governador Tarcísio de Freitas declarou, publicamente, que seu primeiro ato como presidente eleito é indutar Jair Bolsonaro.
Mesmo que Tarcísio cumpra sua promessa sera uma decisão politica legitima.
Afinal, Tarcísio estará cumprindo uma promessa de campanha, que foi aceita pelos eleitores, que o elegeram democraticamente.  
O fato é que Trump não precisava ter se metido em nosso assunto domestico.
Temos meios de corrigir rumos que a maioria não concorde.