Se compararmos o poder de compra que se tinha ha 50 anos com o que se tem de rendimento do trabalho hoje, concluir-se-a que ganhamos menos.
Mas, se olharmos mais profundamente, identificaremos que no passado pagava-se bem menos impostos do que hoje.
Por isso a percepção de que no passado se ganhava mais.
Com uma carga tributaria menor, o estado era mais enxuto, não haviam marajás do serviço publico.
Quando se encontrava um era limitado a um pequeno contingente de privilegiados.
Como a arrecadação cresceu, o gasto publico em todos os níveis, federal, estaduais e municipais, aumentou em varias dimensões, entre elas:
1) O estado engordou alem do necessário e ficou obeso grau III.
As estruturas dos três poderes, executivo, legislativo e judiciário, criaram uma abundancia de cargos em numero bem superior com o que se pratica na iniciativa privada para a mesma atividade.
Pelo ultimo levantamento de dados de 1995 a 2002 o numero de funcionários públicos no Brasil mais do que dobrou!!!!
Como se não bastasse o aumento de funcionários concursados, os cargos de funcionários de livre nomeação, também aumentou e muito, pois a vontade dos políticos em nomear apadrinhados com cargos aumentou exponencialmente!
Muitos desses cargos poderiam ser ocupados pelos funcionários de carreira, pois acabam fazendo a mesma coisa, em duplicidade, na melhor situação.
Em geral só fazem articulação politica para.quem os nomeou.
Para se ter ideia da dimensão desse problema, nos municípios, em 1995, haviam 38.000 cargos de livre nomeação.
Em 2022 passaram para 716.000!!!!
Certamente essa situação continua piorando, ano a ano.
É fato, também, que se de um lado ha um excesso, em determinadas carreiras ha falta de funcionários em outras.
Ou seja, ha um desequilíbrio na distribuição de vagas.
Em geral, essa situação de falta de funcionários públicos são nos serviços que a população tem maior demanda.
2) O contingente de marajás cresceu e espraiou-se, em especial na nata do Judiciário.
As limitações legais de salários não são respeitados.
Para isso utilizam de vários artifícios, denominados benefícios, que em alguns casos ultrapassam o o teto do salario legal.
Os rendimentos tem o céu como limite.
3) O assistencialismo social deixou de ser um apoio emergencial e passou a ser uma forma de assegurar renda para pessoas que não querem trabalhar.
Em especial no comercio ha muitas vagas não preenchidas, principalmente quando a contratação for por CLT.
Se houver vagas sem registro, ai ha candidatos.
O que acaba acontecendo é que fazem "bicos" para reforçar o que ganham do governo.
Isso porque muitos que ingressaram no assistencialismo social, sabem que se forem registrados poderão perder esse rendimento, que pode ser eterno, pois não tem prazo de validade.
Não querem perder a "boquinha".
4) A aposentadoria, quando foi criada, foi equacionada para ser auto sustentada.
Havia um equilíbrio teórico entre o que era arrecadado e o que seria gasto.
Entretanto, naquela época, a expetativa de vida era bem menor do que hoje.
Com o tempo de vida dos aposentados e pensionistas aumentando, começou o primeiro desequilíbrio nas contas da previdência.
Isso se agravou na previdência dos funcionários públicos, pois como eles recebem na integralidade o que recebiam na ativa e os salários dos funcionários públicos tiveram aumentos substanciais, houve um grande aumento nessa despesa.
Houve uma reforma na previdência para corrigir essa distorção, mas sera necessária outra, pois a os aposentados estão vivendo mais.
Também o volume arrecadado nos primeiros anos foram mal administrados por investimentos duvidosos, que trouxeram prejuízos e, como resultado, uma perda substancial no estoque de arrecadação.
Mas, o roubo não ficou só na corrupção dos gestores.
Uma máfia de golpistas conseguiu montar mecanismos aparentemente legais para roubar o estoque de arrecadação.
Como se tudo isso não bastasse, a previdência social acolheu quem nunca havia contribuído.
Ou seja, mais despesas sem recursos do sistema, obrigando o governo usar parte do que arrecada para cobrir o rombo.
Para piorar um pouco mais foram criadas as MEIs.
A contribuição à previdência do titular dessas empresas é diminuta.
Mas, quando se aposentarem receberam uma aposentadoria, ainda que seja o salario minimo, que trara mais um rombo na previdência.
Ha outras despesas que não foram abordas aqui, pois são menos representativas no custo geral.
A questão da divida publica é outro problema que no futuro abordarei.
As elencadas consomem algo entre 80 a 90% do gasto do Orçamento Publico.
Assim, resta muito pouco para investimentos e quitação da divida publica.
O desafio dos políticos é encontrar caminhos para solucionar essas questões.
Mas, com o populismo que domina a vida politica nacional dificilmente serão analisadas com olhar responsável.
Resta-nos consolarmos em pagar mais impostos!
Ou vamos tomar vergonha na cara e mudarmos esse políticos?
As elencadas consomem algo entre 80 a 90% do gasto do Orçamento Publico.
Assim, resta muito pouco para investimentos e quitação da divida publica.
O desafio dos políticos é encontrar caminhos para solucionar essas questões.
Mas, com o populismo que domina a vida politica nacional dificilmente serão analisadas com olhar responsável.
Resta-nos consolarmos em pagar mais impostos!
Ou vamos tomar vergonha na cara e mudarmos esse políticos?