Richard Matt e David Sweat eram clientes da
prisão de segurança máxima Clinton, em Nova York.
Resolveram fugir.
Arquitetaram um plano
mirabolante.
Matt teve um caso com
uma funcionaria da prisão.
E esta, extasiada pelo
romance, os ajudou a fugir.
Os governos dos
estados de Nova York e Vermont mobilizaram suas forças policiais há três
semanas.
Não mediaram esforços nem recursos.
Montaram uma
verdadeira caçada humana aos prisioneiros fugitivos.
A funcionaria,
descoberta nas investigações que se sucederam, foi presa.
Matt foi baleado e
morto na sexta-feira,dia 26 de junho, na cidade de Elephant's Head, a 30
km de
distância da fronteira canadense.
O outro fugitivo,
David Sweat, finalmente, no domingo, dia 28 de junho, foi localizado em
Constable, quase na fronteira com o Canadá.
Foi baleado e
capturado por um dos 1.300 agentes que faziam parte da caçada.
A sociedade americana sentiu-se aliviada.
A sociedade americana sentiu-se aliviada.
Os criminosos não
tiveram sucesso e a justiça triunfou.
O fato é que a simbologia da caçada aos
fugitivos é mais emblemática do que de resultado.
Sim, pois, o
criminoso, mesmo sabendo que será punido, não deixa de praticar o crime.
A sociedade americana não sofre menos crimes que no
Brasil.
Além de ter mais gente presa.
Conclui-se então que o
modelo americano não é eficaz no combate ao crime.
Entretanto, a
sociedade americana sente-se confortavelmente segura.
Muito mais do que aqui
no Brasil.
Na verdade a segurança
não esta no fato de não haver crimes.
Mas, no fato de saber
que cometido um crime ele será rigorosamente punido.
A população americana
sabe que quem cai na malha da justiça não fica impune.
Essa sensação de que
há uma justiça ativa, acaba por transmitir uma falsa sensação de que há mais
segurança.
Mas, então, o que de
fato faz com que uma sociedade que pune rigorosamente seus criminosos não
funcione no combate ao crime?
A meu ver, o crime se
da em maior escala quando as cidades são maiores.
Nessas cidades a
pessoa se torna um desconhecido.
Suas referencias e
valores perdem-se na multidão.
Essa sensação de
incógnito facilita a pratica de crime.
Cria a falsa sensação
ao criminoso de que não será pego.
Mas, observando o
modelo europeu, principalmente nos países escandinavos, vejo que a
criminalidade é baixa.
É fato que nesses
países há uma população menor, com agrupamentos menores.
As pessoas estão
interligadas de alguma forma.
Claro, ha justiça
aplicada, quando necessária.
E funciona com todo o
rigor.
Mas, o que realmente
diferencia é o fator tribal.
Dentro da sociedade há
uma percepção de tribo que impõe uma contenção ao crime.
Sem contar, é claro,
que se trata de uma sociedade economicamente mais justa, culturalmente mais
desenvolvida e com educação valorizada.