quinta-feira, 4 de junho de 2015

A GREVE

        Realizar greves é um direito constitucional de todo trabalhador.
Como a própria definição de greve anuncia, compete aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-la e sobre os interesses que devam por meio dela defender.
A legislação prevê regras para esse exercício, inclusive consta a previsão da greve ser declarada abusiva, em determinados casos.
Entretanto, apesar de a legislação dizer que a greve é temporária, portanto não eterna, não foi definido o tempo máximo da sua permanência.
Talvez, o legislador quando elaborou a legislação, acreditou no bom senso do trabalhador em definir qual tempo a greve deve durar.
Assim, pela legislação a greve pode ser ilimitada, desde que não enquadrada como abusiva.
O fato é que paralisar atividades, principalmente em serviços públicos ou concessões publicas, não afeta apenas os interesses do empregador.
Terceiros serão prejudicados.
Talvez ate mais do que o próprio empregador.
Nesse caso, a greve deveria ser considerada abusiva.
Não contra o empregador, mas contra aqueles que são atendidos pelo empregador.
Ações como a greve dos ferroviários da C.P.T.M., prejudicaram milhares de usuários, que foram penalizados sem ter nada a ver com o assunto.
Assim como as ações como a greve dos professores do nível médio, em vários estados brasileiros, prejudicam milhares de estudantes, que são penalizados sem ter nada a ver com o assunto.
A greve, no meu entender, deveria ser uma ultima manifestação de insatisfação.
Um aviso prévio do trabalhador aos empregadores.
Para mostrar claramente seu descontentamento e informar que, em não se resolvendo as questões que motivaram a greve, os trabalhadores pedirão sua exoneração.
Sim, solicitarão sua demissão.
Por que esse é o caminho que aqueles insatisfeitos com seu trabalho deveriam fazer.
Mas, não o fazem.
Preferem a manutenção de seus empregos.
Se assim pensam, então não estão insatisfeitos?
Não.
Também não é assim.
Querem sim uma melhora substancial.
Mas, se conseguirem uma melhoradinha, já esta bom.
O fato é que a força de uma demissão coletiva é superior a tudo.
O mercado de trabalho faz o restante.
Não havendo quem aceite as condições oferecidas pelo empregador, sobrará vagas.
Sobrando vagas, ou empregador deixa de prestar o serviço ou contrata trabalhadores com os valores que o mercado pratica.
Estando trabalhadores em falta, paga-se mais.
Mas, é isso que realmente acontece?
Não.
Sempre haverá aqueles que se sujeitam a receber menos para ter um emprego.
Daí que ninguém pede demissão.
Entretanto, apesar da greve parecer ter o mesmo efeito de uma demissão coletiva, já que simula uma, não o é.
O empregador sabe que mais dia, menos dia o trabalhador volta ao trabalho.
O trabalhador, uma vez que não perdeu o vinculo com a empresa e temeroso de perdê-lo, sucumbe, conformando-se com o ajuste obtido.
Com isso, perde o serviço, pois o trabalhador volta insatisfeito, e resulta na perda da produtividade.
Perde o tomador do serviço, pois recebera um serviço de menor qualidade.
Perde o empregador, pois retornará a sua zona de conforto e não se preocupará em reestruturar seu negocio.
Enquanto continuarmos nesse joguinho de fazer greves, que serve mais para atender interesses políticos partidários do que os interesses dos trabalhadores e dos clientes, seguiremos com um pais injusto.
Porque aqueles que detêm um mínimo de poder, sem greves, sem alardes, ajustam seus salários para o valor que bem entendem.
E o caso do poder judiciário e dos políticos.
Porque os trabalhadores da iniciativa privada, que não conseguem reunir força para promover greves, nem para provocar grandes mudanças no mercado de trabalho, continuam cada dia mais perdendo poder aquisitivo.
Os trabalhadores que atuam em serviços públicos, bem ou mal, conseguiram avanços salariais, graças ao governo petista que está mais próximo dessa categoria.
Temos que ter coragem e avançarmos para um estado mais moderno, sem a atual e estonteante burocracia.
Um estado onde as relações de trabalho sejam mais justas.
Para todos os trabalhadores.
Para que isso ocorra a primeira coisa que deve acontecer é termos um pais com equilíbrio econômico.
Durante o primeiro mandato do governo Lula, o cenário econômico era favorável, graças a inflação sob controle, mas ao invés do governo buscar o avanço, preocupou-se em se manter no poder.

Perdemos uma grande oportunidade de avançarmos.
E prenuncia-se anos piores!

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