Realizar
greves é um direito constitucional de todo trabalhador.
Como
a própria definição de greve anuncia, compete aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-la e sobre os
interesses que devam por meio dela defender.
A
legislação prevê regras para esse exercício, inclusive consta a previsão da greve
ser declarada abusiva, em determinados casos.
Entretanto,
apesar de a legislação dizer que a greve
é temporária, portanto não eterna, não foi definido o tempo máximo da sua permanência.
Talvez,
o legislador quando elaborou a legislação, acreditou no bom senso do
trabalhador em definir qual tempo a greve deve durar.
Assim,
pela legislação a greve pode ser ilimitada, desde que não enquadrada como
abusiva.
O
fato é que paralisar atividades, principalmente em serviços públicos ou concessões
publicas, não afeta apenas os interesses do empregador.
Terceiros
serão prejudicados.
Talvez
ate mais do que o próprio empregador.
Nesse
caso, a greve deveria ser considerada abusiva.
Não
contra o empregador, mas contra aqueles que são atendidos pelo empregador.
Ações
como a greve dos ferroviários da C.P.T.M., prejudicaram milhares de usuários, que
foram penalizados sem ter nada a ver com o assunto.
Assim
como as ações como a greve dos professores do nível médio, em vários estados
brasileiros, prejudicam milhares de estudantes, que são penalizados sem ter
nada a ver com o assunto.
A
greve, no meu entender, deveria ser uma ultima manifestação de insatisfação.
Um
aviso prévio do trabalhador aos empregadores.
Para
mostrar claramente seu descontentamento e informar que, em não se resolvendo as
questões que motivaram a greve, os trabalhadores pedirão sua exoneração.
Sim,
solicitarão sua demissão.
Por
que esse é o caminho que aqueles insatisfeitos com seu trabalho deveriam fazer.
Mas,
não o fazem.
Preferem
a manutenção de seus empregos.
Se
assim pensam, então não estão insatisfeitos?
Não.
Também
não é assim.
Querem
sim uma melhora substancial.
Mas,
se conseguirem uma melhoradinha, já esta bom.
O
fato é que a força de uma demissão coletiva é superior a tudo.
O
mercado de trabalho faz o restante.
Não
havendo quem aceite as condições oferecidas pelo empregador, sobrará vagas.
Sobrando
vagas, ou empregador deixa de prestar o serviço ou contrata trabalhadores com os
valores que o mercado pratica.
Estando
trabalhadores em falta, paga-se mais.
Mas,
é isso que realmente acontece?
Não.
Sempre
haverá aqueles que se sujeitam a receber menos para ter um emprego.
Daí
que ninguém pede demissão.
Entretanto,
apesar da greve parecer ter o mesmo efeito de uma demissão coletiva, já que
simula uma, não o é.
O
empregador sabe que mais dia, menos dia o trabalhador volta ao trabalho.
O
trabalhador, uma vez que não perdeu o vinculo com a empresa e temeroso de perdê-lo,
sucumbe, conformando-se com o ajuste obtido.
Com
isso, perde o serviço, pois o trabalhador volta insatisfeito, e resulta na
perda da produtividade.
Perde
o tomador do serviço, pois recebera um serviço de menor qualidade.
Perde
o empregador, pois retornará a sua zona de conforto e não se preocupará em
reestruturar seu negocio.
Enquanto
continuarmos nesse joguinho de fazer greves, que serve mais para atender
interesses políticos partidários do que os interesses dos trabalhadores e dos
clientes, seguiremos com um pais injusto.
Porque
aqueles que detêm um mínimo de poder, sem greves, sem alardes, ajustam seus salários
para o valor que bem entendem.
E
o caso do poder judiciário e dos políticos.
Porque
os trabalhadores da iniciativa privada, que não conseguem reunir força para promover
greves, nem para provocar grandes mudanças no mercado de trabalho, continuam
cada dia mais perdendo poder aquisitivo.
Os
trabalhadores que atuam em serviços públicos, bem ou mal, conseguiram avanços
salariais, graças ao governo petista que está mais próximo dessa categoria.
Temos
que ter coragem e avançarmos para um estado mais moderno, sem a atual e
estonteante burocracia.
Um
estado onde as relações de trabalho sejam mais justas.
Para
todos os trabalhadores.
Para
que isso ocorra a primeira coisa que deve acontecer é termos um pais com equilíbrio
econômico.
Durante
o primeiro mandato do governo Lula, o cenário econômico era favorável, graças a
inflação sob controle, mas ao invés do governo buscar o avanço, preocupou-se em
se manter no poder.
Perdemos
uma grande oportunidade de avançarmos.
E prenuncia-se anos piores!
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