segunda-feira, 29 de junho de 2015

A simbologia da segurança

Richard Matt e David Sweat eram clientes da prisão de segurança máxima Clinton, em Nova York.
Resolveram fugir.
Arquitetaram um plano mirabolante.
Matt teve um caso com uma funcionaria da prisão.
E esta, extasiada pelo romance, os ajudou a fugir.
Os governos dos estados de Nova York e Vermont mobilizaram suas forças policiais há três semanas.
Não mediaram esforços nem recursos.
Montaram uma verdadeira caçada humana aos prisioneiros fugitivos.
A funcionaria, descoberta nas investigações que se sucederam, foi presa.
Matt foi baleado e morto na sexta-feira,dia 26 de junho, na cidade de Elephant's Head, a 30 km de distância da fronteira canadense.
O outro fugitivo, David Sweat, finalmente, no domingo, dia 28 de junho, foi localizado em Constable, quase na fronteira com o Canadá.
        Foi baleado e capturado por um dos 1.300 agentes que faziam parte da caçada. 
        A sociedade americana sentiu-se aliviada.
        Os criminosos não tiveram sucesso e a justiça triunfou.
O fato é que a simbologia da caçada aos fugitivos é mais emblemática do que de resultado.
Sim, pois, o criminoso, mesmo sabendo que será punido, não deixa de praticar o crime.
        A sociedade americana não sofre menos crimes que no Brasil.
        Além de ter mais gente presa.
Conclui-se então que o modelo americano não é eficaz no combate ao crime.
Entretanto, a sociedade americana sente-se confortavelmente segura.
Muito mais do que aqui no Brasil.
Na verdade a segurança não esta no fato de não haver crimes.
Mas, no fato de saber que cometido um crime ele será rigorosamente punido.
A população americana sabe que quem cai na malha da justiça não fica impune.
Essa sensação de que há uma justiça ativa, acaba por transmitir uma falsa sensação de que há mais segurança.
Mas, então, o que de fato faz com que uma sociedade que pune rigorosamente seus criminosos não funcione no combate ao crime?
A meu ver, o crime se da em maior escala quando as cidades são maiores.
Nessas cidades a pessoa se torna um desconhecido.
Suas referencias e valores perdem-se na multidão.
Essa sensação de incógnito facilita a pratica de crime.
Cria a falsa sensação ao criminoso de que não será pego.
Mas, observando o modelo europeu, principalmente nos países escandinavos, vejo que a criminalidade é baixa.
É fato que nesses países há uma população menor, com agrupamentos menores.
As pessoas estão interligadas de alguma forma.
Claro, ha justiça aplicada, quando necessária.
E funciona com todo o rigor.
Mas, o que realmente diferencia é o fator tribal.
Dentro da sociedade há uma percepção de tribo que impõe uma contenção ao crime.
Sem contar, é claro, que se trata de uma sociedade economicamente mais justa, culturalmente mais desenvolvida e com educação valorizada.

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