Agora a pouco via na TV uma reportagem sobre duas comemorações
religiosas.
Uma que acontece em Belém do Para, que homenagear a santa padroeira
da cidade.
O círio de Nazaré.
E outra em São Paulo, precisamente em Aparecida do Norte,
para homenagear a padroeira do Brasil.
A festa de nossa senhora Aparecida.
Em ambas, o depoimento emocionado dos fieis que peregrinam é
o mesmo:
- Foi a santa que me concedeu a graça.
Cada um com sua gratidão, seja por questões de saúde, de
emprego, de paixão.
Interessante que o esforço individual pela conquista é
relegado a um plano inferior.
Como se não existisse.
A conquista obtida foi exclusivamente por intermédio da
santa.
Mais do que isso, a atitude paternalista que se impõe a
santa demonstra exatamente como pensa o crédulo.
Há sempre alguém cuidando de sua vida.
Zelando por ela.
Uma submissão infantil, quem sabe porque a maturidade nunca
lhe chegou.
O fato é que tudo aconteceu como deveria acontecer.
Independente da suposta vontade de alguém superior que lhe
ajudou.
Não pretendo discutir a fe de cada um.
Cada um que tenha a sua.
Mas, não podemos continuar a agir como crianças mimadas.
Essa atitude vale para tudo na vida.
Na política acontece a mesma coisa.
Ainda que no caso da política esse alguém tome uma forma física
real, encarnada no político que o cidadão elege.
Mas, a mesma credulidade permanece.
Quantas vezes não ouvi:
- Eles têm que ajudar o povo.
No emprego, o patrão paizinho tem que estar presente.
O empregado quer vale refeição, vale transporte, plano de saúde.
O tal dos benefícios.
Travestido com o nome de benefícios, mas é salário.
O fato é que não há necessidade nenhuma do patrão paizinho
ter que separar em caixinhas o que você ira fazer com seu salário.
Mas, se o patrão paizinho não fizer, o empregado é capaz de
gastar todo o dinheiro do transporte e de sua alimentação antes do tempo e
ficar sem essa verba ate o final do mês!
Nossa infantilidade fica mais feliz quando se tem os benefícios
do que quando se tem um bom salário sem benefício nenhum.
Sem ele, fica aquele vazio paternalista.
Precisamos, nos mesmos, tomar a direção de nossas vidas.
Nós temos que conduzir, não ser conduzidos.
Non Ducor Duco!
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