No meu tempo de escola, estudar em escola publica era privilegio
de poucos.
Fiz parte daqueles que alguns chamavam de elite.
Fiz o antigo primário em um Grupo Escolar.
Depois, o ginásio e cientifico também em escola publica.
Para ingressar no ginásio, tive que fazer um exame de admissão.
Era quase um vestibular.
Já desde aquela época havia um movimento intelectual que exigia
das autoridades que a escola publica deixasse de ser privilegio de poucos.
Queriam que se ampliasse a disponibilidade de vagas para aqueles
mais carentes, que em grande parte, eram alijados das escolas publicas.
O Brasil de então tinha um elevado índice de analfabetismo,
que era um problema crônico sem solução.
Quando estava para concluir o cientifico, foram criadas duas
frentes na tentativa de melhorar a questão do ensino.
Uma delas tinha como meta erradicar o analfabetismo em todas
as faixas etárias.
Foi criado o MOBRAL que era um programa social federal.
Que teve ao longo dos anos um sensível avanço, mas com o
tempo perdeu força.
A outra coube aos governadores ampliar a rede escolar.
Mas, como ampliar a rede escolar sem novos professores, sem
novas salas de aula?
Aqui em São Paulo, para atender essa demanda emergencial,
foi acrescentado um período a mais na grade escolar, que anteriormente tinha três
períodos: manhã, tarde e noite.
Entre a manhã e a tarde, foi incluído o período do meio dia,
com redução da carga horário dos outros três.
Os governos também investiram na ampliação das escolas
existentes, com as famosas escolas de lata.
Se por um lado ampliou o numero de vagas, do outro começou o
processo de redução da qualidade do ensino.
No aspecto físico as escolas aos poucos foram tendo uma melhor
qualidade, com a construção de novas unidades.
Mas, o aumento do numero de professores não teve a mesma
preocupação.
Para suprir a carência de professores, simultaneamente
surgiram diversas faculdades.
Que foi um fenômeno que abrangeu também diversas categorias profissionais.
Enquanto os melhores professores, formados pelas melhores
faculdades eram absorvidos pela rede particular, os novos professores, em sua
maioria formada em faculdades de qualidade duvidosa, restavam-lhe atuar na rede
publica.
Como de resto aconteceu em diversas profissões.
Muitos formados em direito, por exemplo, eram de tal forma desqualificados,
que a OAB criou uma prova para obtenção da inscrição na Ordem.
Com esse quadro a qualidade do ensino publico, ao invés de
ser nivelada por cima, foi nivelada por baixo.
Os intelectuais que participaram dessas decisões
governamentais tinham uma teoria.
Pensavam que é melhor que todos tenham acesso a educação,
mesmo sacrificando a qualidade, do que poucos tendo acesso com qualidade.
Sabemos da imensa dificuldade que é oferecer quantidade e
qualidade ao mesmo tempo.
Então, a opção de universalização do ensino pode parecer
justa.
Oferece condição mínima para que todos tenham acesso ao
ensino.
O resultado é que hoje surgiram os analfabetos funcionais!
Muitos com diploma universitário!
O fato é que com essa opção, a qualidade do ensino vem
caindo ano a ano.
Por uma razão obvia.
Formam-se universitários de baixa qualidade que por sua vez
irão ensinar alunos que serão formados com baixa qualidade.
Essa situação se retroalimenta, impedindo quebrar o circulo
vicioso para que se avance em direção a uma melhor qualidade no ensino.
Mas, a estupidez desses intelectuais não parou por ai.
Como sobreviveram universidades de boa qualidade, em razão
dos professores e os alunos serem oriundos de boas escolas, agora essa turma
resolveu também deteriorar o que restava de bom ensino publico.
Inventaram as cotas!
Pode-se alegar o que quiser.
Isso é esdrúxulo!
Não é porque as escolas de ensino infantil, fundamental e médio
são ruins que se corrige a origem desqualificando o ensino universitário.
Tem-se que melhorar a qualidade do ensino na tenra idade.
Há inúmeros exemplos de pessoas, de origem humilde, que
estudaram em escolas publicas de baixa qualidade, mas que se qualificaram ate
conseguirem ingressar em uma universidade de boa qualidade.
Não ingressaram por cotas.
Ingressaram por mérito!
Hoje ocupam cargos importantes tanto na iniciativa privada
como publica.
Isso prova que não é reduzindo a qualidade que se ira
construir um pais qualificado.
Mas, as cotas avançam ate reduzirem a pó o que restou de patrimônio
qualificado.
Enquanto isso, as empresas perdem eficiência,
competitividade, pois com mão de obra de baixa qualificação nunca conseguirão
se nivelar ao mercado internacional.
Mas, é assim que o Brasil quer crescer!
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