domingo, 20 de dezembro de 2015

O infiltrado

Joaquim Levy demorou muito pra deixar o governo.
Não que fosse otário para se manter por la.
Pois, não é.
Ao contrario, é uma pessoa extremamente competente.
A pessoa certa para o cargo.
E tinha mais uma qualidade.
Acreditava que poderia fazer pelo Brasil o que se propôs a fazer.
Acreditava que tinha condição de por ordem na bagunça que Dilma criou.
Merece nosso respeito e agradecimento por isso.
O fato é que Dilma não é uma pessoa confiável.
Como Lulla também não o é.
Usam e abusam das pessoas que se prestam a servir-lhes.
E descartam, sem pudor algum, quando não servem mais a seus propósitos.
Por mais que possa parecer que Levy quis sair...
Ele foi saído.
Ele mordeu a isca para sua saída, quando afirmou que se a meta de superavit que estabelecera para 2016 fosse mexida ele deixaria o governo.
Para ele foi um blefe para exigir sua vontade.
Mas, para Dilma e seus asseclas não.
Pagaram pra ver.
Ficaram no joguinho de mexer na meta, e Levy como um joão bobo ficou no sai não sai.
Eles, finalmente, gritaram touché!
A meta de Levy sera mexida.
Não lhe restou outra alternativa, senão deixar o governo.
Para não dizer que foi sacaneado o tempo todo, ainda teve que afirmar que saiu apenas decepcionado.
O fato é que Levy, como tantos outros, acreditou que conseguiria domar o leão Dilma.
Não conseguiu.
Ela é muito mais ladina que se possa imaginar.
Todos que acreditaram nela ou em Lulla sempre se deram mal.
Mas, isso é assunto para outro comentário.
O fato é que essa corja petista nunca deglutiu Levy.
Aceitaram sua nomeação porque, naquele momento difícil da transição do primeiro governo de Dilma para o segundo, havia necessidade de arrumar um algoz para as medidas que precisariam ser tomadas de imediato.
Sabiam que era necessário ajustes.
Sabiam que medidas duras tinham que ser tomadas.
Coisa que o PT nunca quis assumir como sendo suas.
Preferem que os outros arrumem a casa, para que depois eles possam usufruir a seu jeito.
Preferem combater as medidas necessárias, para que seu eleitorado tenha sempre uma imagem de que os petistas defendem o povo.
As bondades são petistas...
As maldades da oposição.
Então, precisavam encontrar alguém de confiança que acalmasse o mercado nervoso com os rumos da economia.
Alem de ser o responsável pelas maldades .
Levy vestia esse figurino.
Levy sempre foi considerado o infiltrado.
Suas ideias não compactuavam com as ideias petistas.
Ficou claro isso, quando, antes de assumir, e para não ofender frontalmente a gestão temerária, que efetivamente era comandada por Dilma, criticou a gestão de Mantega.
Que também é culpado por isso.
Mas, acabou recuando um pouco, medindo suas palavras.
Sabia que caminharia por um fio de navalha.
Deveria criticar, mas não muito.
Adotou essa posição por acreditar que assim o fazendo poderia atingir seus objetivos maiores.
Mas, vimos que enganou-se.
O fato é que seu primeiro recuo...
Foi, na verdade, seu primeiro tombo.
Se Levy tivesse se mantido inflexível talvez tivessem saído com ele antes.
Melhor seria.
Pois se outro de igual quilate a ele não assumisse o posto naquele momento, talvez o impeachment de Dima tivesse começado mais cedo e quem sabe Dilma ja estivesse fora do governo.
Mas, isso é especulação de obra pronta.
Não se tem bola de cristal.
O fato é que Levy sera vendido pelo PT como o homem culpado pelo desemprego, pela alta na inflação, pelo descredenciamento nas agencias de risco.
Tudo de ruim que assistimos na economia sera culpa de Levy.
Sim!
Alegarão que quando ele não estava no governo...
Tudo ia bem!
Havia o maravilhoso mundo de Dilma!
Levy, faltou-lhe ler Maquiavel com mais atenção!

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