domingo, 12 de abril de 2015

Greve dos professores parte II

Dando continuidade ao tema, recebi vários comentários, que aproveito para melhorar a qualidade da minha visão.
E como não podia deixar de ser, para compartilhar com aqueles que também se interessam sobre o assunto.

Pelo fato de não estar autorizado não vou citar os nomes das fontes, pois são pessoas do meio acadêmico.
Recebi essa informação:

“Infelizmente os salários dos professores da rede pública e as condições de trabalho estão tão pouco atrativos que têm atraído profissionais de qualidade duvidosa.”

É complementada pela explicação do porque da existência dos profissionais de qualidade duvidosa:

“Hoje, as faculdades que formam professores acabam atraindo alunos de qualidade inferior.
Um exemplo: A USP oferece os cursos de bacharelado e licenciatura.
Bacharelado é um curso diurno de 40 horas por semana e dura 4 anos.
Licenciatura é um curso noturno de 20 horas por semana e dura 5 anos.
Daí já se percebe que o professor sai com uma bagagem bem menor.
O aluno que presta Bacharelado tem que ter nota mínima em Química, Física, Matemática e Português.
Se não atingir nota mínima é desclassificado, mesmo que sobrem vagas.
Mas isso raramente acontece, a concorrência é de 8 a 10 alunos por vaga.
O aluno que presta Licenciatura tem que ter nota mínima só em Português e se zerar em Química, Física, e Matemática não tem problema.
Se tiver vaga ele entra!
Por quê?
Porque se não as vagas não são preenchidas!
A procura é baixa justamente porque o profissional que decide ser professor sabe que será mal remunerado.”
Ou seja, está formado o circulo vicioso!
Uma coisa aqui ficou patente.
Todos os que se encaminham para a educação publica sabem das condições desfavoráveis.

“O salário é injusto e... se eles continuam a exercer a profissão em escola pública é sim por terem se submetido a um concurso público que os qualificou para tal cargo!!!”

Ora, se mesmo assim, prestam concursos é uma decisão de foro intimo, que não cabe discussão.
Entretanto, o argumento de que prestaram concurso publico e viraram donos do cargo é de uma miopia estonteante.
Aliás, essa questão de vitaliciedade no cargo deveria ser extinta.
Como em qualquer atividade privada, o profissional antes de ser contratado, de certa forma também é submetido a um concurso.
E mais, ao longo de sua trajetória está submetido o tempo todo a avaliação de seu desempenho.
O que não acontece no serviço publico!
Mas, de volta à questão salarial.

“E os professores que se formam, se conseguem ser bons, são absorvidos pela rede particular.
Que paga bem melhor que a rede pública.
Por isso tem menos greve.
Na escola particular, geralmente a empresa acolhe o que foi determinado no dissídio entre o sindicato dos professores e o sindicato dos patrões.
Mas, se em determinada escola os professores não ficaram contentes com o acordado, tem-se como negociar com o patrão.
Já teve vezes que o patrão precisava mudar algumas coisas, como tirar alguma conquista do empregado mesmo. Chamava-nos, conversávamos e de novo chegávamos a um acordo.”

Perfeita essa colocação.
O dialogo não é só para aumentar.
Mas, recuar, quando necessário.
Essa é vantagem da empresa privada.
Eu tenho uma visão sobre como deveria ser o ensino publico.
As escolas públicas deveriam ser auto sustentadas.
Seriam concessões a quem fosse da área, receberia um valor do estado por aluno.
Operariam de forma isolada e com as regras das empresas privadas.
Quanto a questão do conteúdo educacional, seriam avaliadas 
pelo ogão do estado para continuarem ou não atuando.
Sei que existe modelo semelhante no ensino superior e de certa forma é bem sucedido.
Sei também que muitas faculdades são mal avaliadas e continuam abertas.
Claro, tudo isso depende de uma gestão cuidadosa.
Coisa que não vemos em todas as esferas públicas.
E continua com o seguinte:
“Mas, na escola pública o patrão é o governador.
Quem conversa é o sindicato, que nem sempre representa os professores da melhor maneira.
O governador não vai chamar todos para uma reunião.”

É bem verdade que o governador não é patrão de ninguém.
O estado é o patrão.
O governador é apenas o gestor do estado.
Ainda que se pretenda misturar as coisas, são bem distintas.
E o estado tem varias categorias profissionais, cada uma com pauta diferente.
Mas, o orçamento é um só!
De qualquer forma, sabemos que a situação do ensino esta péssima.
E tende a se agravar mais!
Pois se não tivermos professores formados, o que acontecerá?
Para a escola publica!
Aliás, já esta capengando, como se observa no seguinte:
.
“O Estado põe 50 alunos na sala de aula, põe professor de filosofia para dar aula de matemática, põe estagiário, aluno de faculdade de primeiro, segundo, terceiro ano para dar aula, e o ensino vai ficando cada vez pior.”

Por outro lado há a estrutura educacional.

“Hoje a regra é manter o aluno na escola e passar de ano mesmo sem o aprendizado estar adquirido.
O professor está sempre sujeito às regras do Sistema Educacional e recebe pouca ou quase nenhuma condição material.”

Importante salientar que o Sistema Educacional vigente foi arquitetado por integrantes da área.
Pode até ter sido motivado, desconheço, por determinação expressa do dirigente político de plantão.
Mas, seria o mesmo que culpar o dirigente porque, por exemplo, os engenheiros projetaram um prédio que desabou.
São profissionais da área.
Devem propor as soluções tecnicamente adequadas.
Ou não?
Não é porque um dirigente quer que eu economize cimento e aço que vou executar um prédio sem condições estruturais.
Se o fizer, não sou um profissional, mas serei um imbecil a serviço de um governo imbecil.
De qualquer forma, sem julgar o mérito, foi implantado um Sistema sem que houvesse discordância de seus pares.
Acredito ate que muitos o endossaram.
Se hoje se concluiu que foi um ato equivocado, que se mude.
Ou os dirigentes especializados que estão no poder são imbecis a ponto resistirem a mudanças necessárias?
Ou então, são capachos do governo para não perderem sua boquinha?
Em qualquer situação, havendo uma maioria contra o Sistema deveria exigir, não com greves, mas com abertura de dialogo com os dirigentes.
Sem nunca esquecer que os professores não são os donos do cargo.
O estado ou a empresa privada é que são donos dos cargos.
A meu ver, quem decide se o serviço é bom ou não é quem o recebe.
Imagina se numa empresa o empregado fará greve para melhorar a qualidade do serviço que a empresa presta.
Isso não existe.
Ele que faça o melhor de si para que a empresa preste o melhor serviço.
Claro que se a empresa não tem como objetivo prestar serviço de qualidade, pouco adiantará sua dedicação.
E a empresa se não melhorar perde seus clientes e quebra.
Mas, há uma diferença.
Ainda que isso aconteça você não esmoreceu.
E se persistir sua insatisfação, que peça demissão.
O que é mais importante: seu emprego ou sua dignidade?
No meu ponto de vista, as pessoas perderam o “certo orgulho em trabalhar nas escolas públicas!”
Querem é garantir o seu salário e benefícios e o resto que se dane.
Em geral, pensam:
Deixa pra lá. É assim mesmo!
Essa questão da qualidade do ensino não deveria ser uma bandeira exclusiva dos professores.
Mas, da sociedade, que em ultima instancia é quem será beneficiado ou não.
Se a sociedade é passiva, é passiva, fazer o que.
Por outro lado e bem lembrado assistimos a questão do vandalismo. 
Não só nas escolas, mas na sociedade como um todo.

“O professor está sempre sujeito às regras e recebe pouca ou quase nenhuma condição emocional contra as agressões dos alunos e depredação da escola por invasores”.

É verdade.
Mas, esse assunto esta mais afeto à legislação que é  complacente com os bandidos.
Conseqüência da impunidade e corrupção que se alastra em toda a sociedade.
A conclusão que chego é que o serviço público está falido.
Não será uma greve de uma categoria que fará as mudanças necessárias.
Temos todos ir às ruas e exigirmos mudanças.
Mas, não sem antes, nós mesmos, fazermos uma reflexão do que queremos para construir uma nação.

sábado, 11 de abril de 2015

Greve dos professores

A greve dos professores no estado de São Paulo virou moda.
Todo ano tem, na mesma época.
São Paulo Teacher Week.
Ainda que no caso já passe de um mês!
Merece atenção sim.
Por que fazem greve?
Essa discussão sobre os professores tem vários planos e ângulos diferentes
É uma ação política de opositores do governo, que paralisam por paralisar, com o objetivo de desgastar a imagem do governante?
É uma ação de reivindicações de ajustes salariais?
É uma ação para apresentação de propostas para melhoria do ensino publico?
Confesso que fico na duvida.
Talvez haja ate mais assuntos.
Ou uma mescla de todos.
Vamos tentar analisar ponto a ponto.
Então vejamos a questão salarial.
Ah! Antes disso, vamos lembrar que há professores da rede publica e da rede privada.
Já ai ha um divisor.
Será que um professor da escola privada ganha muito mais do que o professor da escola publica?
Confesso que não sei.
Mas, deve haver mesmo uma diferença salarial a maior dos professores da  escola privada.
Sim, porque não vejo professores das escolas privadas fazerem greves.
Mas, mesmo que haja uma diferença a favor da escola privada, não deve ser expressiva.
Pois se fosse, por que os professores da rede publica não pedem demissão e vão trabalhar na escola privada?
Particularmente, acredito que a questão salarial não deve ser o motivo para tanta greve.
Afinal, quando o professor escolheu a carreira não sabia que aquela profissão não era assim tão bem remunerada?
Digo isso porque professor no Brasil nunca foi uma profissão bem remunerada como outras profissões o são.
Sem discutir o mérito, pois de passagem já digo que sou favorável que professor seja bem remunerado.
E que deva ganhar, no mínimo, em iguais condições a outras profissões universitárias.
Apenas para ilustrar, quem estudou, no passado, na rede escolar publica, como eu, teve uma excelente formação.
Poucas eram as escolas privadas bem conceituadas.
Hoje, inverteu.
A escola publica, em geral, é de baixa qualidade e em geral a privada é melhor.
Ou não?
Parece-me que o problema não esta no salário.
Que, realmente, deixa a desejar.
Minha visão sobre o problema é que a estrutura educacional esta mal formulada.
Enquanto a escola privada quer se distinguir em qualidade, a maioria das escolas publicas não tem essa preocupação.
Nem os responsáveis pelas Secretarias de Educação do estado ou do município.
Aliás, este problema de qualidade esta em todo serviço publico.
De uma forma geral, o servidor publico, acha que o emprego é dele.
Ele fez um concurso e passou e agora ele é o dono do cargo.
Faz o que quer, como quer, quando quer.
Não precisa dar satisfação a ninguém.
Nós contribuintes somos uns chatos, que atrapalham suas vidas.
Perai!
O emprego não é dele não!
Esse é outro lado da questão.
É preciso acabar com essa estrutura arcaica de que o concursado é dono do emprego.
Temos que repensar toda a estrutura do serviço publico e acabar com esses feudos.
O servidor publico deve satisfação do que faz como qualquer trabalhador da iniciativa privada.
E quando não atende os interesses da empresa, pode ser demitido.
Mas, não é isso que vejo como propostas dos grevistas.
Querem aumentos salariais e que se dane o resto.
Alias, tanto pensam assim que estão em greve ha um mês, com prejuízo de todos os estudantes e o que eles fazem?
Nada.
Deixam os estudantes a própria sorte.
Deixam os pais dos estudantes desesperados.

Como querer exigir que a sociedade os apoie se eles mesmos dão as costas para a sociedade negando ensino que é sua obrigação de fazer.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Delator muda versão e nega sobrepreços nos contratos da Petrobras!

Interessante como esses canalhas, que butinaram o governo, subestimam a nossa inteligência.
Paulo Roberto Costa, que se beneficiou da delação premiada, resolveu alterar sua versão.
Agora, disse que não houve sobrepreço nos contratos da Petrobrás!
Talvez, em conluio com as empreiteiras denunciadas, que disseram o mesmo.
A tese deles é que o dinheiro que foi desviado...
Que poderá também no futuro ser retificado para doação divina....
Pois então, a tese é que o dinheiro desviado foi parte do lucro da empresa!
Que lindo!
Com isso pretendem descaracterizar que houve roubo de dinheiro público!
Sim, dinheiro que saiu do lucro da empresa não é dinheiro publico!
Como são engenhosos esses advogados!
Para quem não sabe, o lucro usual em empresas desse tipo gira em torno de 10%.
Ai é que a porca entorta o rabo.
Como o valor desviado é bem superior a 10%, como explicar o enriquecimento dessas empresas, se operavam com prejuízo?
Claro que houve superfaturamento, sim!

Sem esse artificio, não seria possível todos ganharem o que ganharam.

Gestão temeraria

Lembro de quando era criança, minha mãe administrava a casa com sucesso.

Mesmo com os poucos conhecimentos de administração que tinha, pois não teve formação universitária.

Provavelmente era uma administradora nata, já que seus aplicativos eram pura intuição.

Separava a quantidade de matéria prima certa para que no preparo da comida a empregada não desperdiçasse.

Nada de fazer comida para um batalhão, como algumas empregadas gostam de fazer e, depois, sobrar comida.

A mesa era farta, sim, mas não sobrava comida para ser jogada fora.

O material de limpeza e higiene também era dosado.

Tudo estava sob seu controle.

O resultado era que, praticamente, não havia nem desperdício, nem roubo por parte das empregadas.

Minha mãe zelava pelas finanças da família na casa.

É bem verdade que os gestores de hoje não têm a mesma preocupação com as finanças das empresas que trabalham.

Afinal, qual é o comprometimento que tem com as empresas?

Nenhum!

Estão nelas para ganharem seu provento e só.

Ainda que em muitos casos querem ainda mais.

Querem roubar.

Isso me remete ao tempo de estudante universitário, quando estagiava numa construtora.

Foi lá que conheci a face obscura do caráter do ser humano, que até então desconhecia.

A obra era grande e tinha em torno de 200 operários.

Havia um apontador de mão de obra que era o responsável pela parte de relações de trabalho na obra.

Já estava na empresa há muitos anos.

Era de confiança!

Eu estranhava seu jeito de se vestir.

Era cheio de pulseiras e colares de ouro.

Não entendia como era possível um sujeito com salário não muito alto se vestir assim.

Curioso indaguei-o.

Ele, para justificar sua condição financeira exuberante, respondeu que fazia negócios fora do expediente.

Um dia ele foi acometido de uma doença que o afastou do trabalho compulsoriamente.

No dia seguinte foi dia de pagamento dos operários.

Como o apontador não estava lá, o engenheiro residente solicitou que eu e outro estagiário assumíssemos o papel do apontador e realizássemos o pagamento.

No final do dia constatamos que uns 15 operários não apareceram para receber.

Comunicamos o fato ao engenheiro que nos orientou a aguardar que nos próximos dias os faltantes apareceriam para receber.

O que de fato aconteceu com uns 5.

Os outros 10, nada de aparecer.

Passou-se uma semana e ninguém reclamava de seu salário.

Na verdade nunca apareceram.

Eram funcionários fantasmas!

Ah! Nem o apontador mais voltou para a obra!

Nessa obra não ficou só nisso.

Certo dia o mesmo engenheiro residente solicitou que eu acompanhasse a pesagem do aço que seria entregue na obra.

Fui até a usina e acompanhei o carregamento e pesagem da carreta.

Peguei o tíquete com o peso.

Havia cumprido minha missão.

Deveria retornar à obra, mas, por mera curiosidade, resolvi seguir aquela carreta, sem que o motorista percebesse.

No meio do caminho o motorista descarregou parte da carga em outra obra.

Estranhei, pois que aquele carregamento era totalmente para a obra que estagiava.

Se não tivesse presenciado o fato e denunciado ao engenheiro da obra, muito provavelmente a empresa iria arcar com o custo total da carga e só ter recebido parte.

Onde quero chegar com esses exemplos?

A questão é que podendo roubar, alguns roubam.

Outros desperdiçam.

Portanto, um gestor tem que ser honesto.

Concordo que não é fácil identificar essa característica na contratação.

Mas, sem ela, abre-se a porta para que toda a equipe sinta-se à vontade para roubar ou desperdiçar.

Além de ser honesto, o gestor tem ser alguém com muita experiência.

Não só das técnicas que aprendeu na escola, mas que seja perspicaz para perceber o desvio de conduta de seus comandados.

E não foi isso que vimos nos gestores do PT no governo.
  
Dilma pode espernear dizendo que é honesta, o que não acredito, pois mentiu muito em sua campanha eleitoral.

Mas, imaginemos que seja honesta e ingênua.

Só isso para explicar do porquê, na qualidade de Conselheira da Petrobras, não tenha detectado que a compra da Refinaria de Pasadena tenha sido super faturada.

Mas, não é só ela.

Graça Foster também.

Como uma presidente da Petrobrás pode ser uma gestora sem experiência, a ponto de não perceber o prejuízo financeiro que a empresa foi submetida.

Como pode ser uma profissional especializada, que não tenha os conhecimentos técnicos para estabelecer parâmetros que pudessem detectar os desvios cometidos?

Não estamos falando de grãos de areia no oceano.

Foram bilhões de reais!

A conclusão que chego é que minha mãe fazia todo aquele esforço porque era comprometida com a honra, com a honestidade.


Mas, no mundo profissional poucos são os que são comprometidos.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Terceirização de mão de obra em votação - parte III

Essa questão da aprovação da terceirização da mão de obra é um assunto polemico.

Observo que alguns alegam que irá provocar conflito na relação capital e trabalho, com vitória do capital que promovera a redução dos direitos e salários.

Se de um lado é possível que isso ocorra, porque alguns empresários se aproveitarão dessa medida para melhorar sua lucratividade, de outro lado reduzira os conflitos no âmbito da Justiça do trabalho.

A meu ver, o conflito na relação capital e trabalho é resolvido pela lei de oferta e procura.

Se uma determinada atividade está ofertada, os salários tendem a diminuir.
Assim como acontece o contrário quando há carência de trabalhador os salários tendem a aumentar.

Um bom exemplo disso foi o que aconteceu com as empregadas domesticas.

Até o final da década de 80, empregadas domesticas ganhavam na média menos do que 50 dólares por mês.

A partir da década de 90 passaram a ganhar o mínimo de 100 dólares por mês e hoje ganham em torno de 500 dólares por mês.

Por que?

Com os baixos salários domésticos, as empregadas passaram a trabalhar como faxineiras de empresas, que antes era exercido apenas por homens.

E começaram a ganhar mais.

Resultado, a migração provocou escassez de empregadas domesticas.

Reagindo a isso as patroas passaram a pagar mais para tê-las em suas casas.
Estabeleceu-se uma competição de mercado.

O mesmo aconteceu nos últimos 10 anos, por exemplo, na construção civil, quando operários disponíveis eram raros, provocando um aumento nos salários e benefícios desses trabalhadores.

É preciso entender esse mecanismo a favor dos trabalhadores e estabelecer mecanismos que provoquem competição de mercado.

Isso deveria ser competência dos sindicatos.

Que não o fazem.

O objetivo da maioria dos sindicatos é apenas arrecadar.

Aliás, não por outra razão que são contra a terceirização.

Como a contribuição sindical é obrigatória, quanto mais gente estiver pendurada no sindicato mais ele arrecada.

Entretanto, há uma outra razão que de fato interessa a aprovação dessa legislação.

Trata-se da solução, ainda que precária, da inflexibilidade da legislação trabalhista.

Enquanto essa questão não for abordada de frente, arremedos como esse são necessários.


quarta-feira, 8 de abril de 2015

Terceirização de mão de obra em votação - parte II

Minha publicação sobre a terceirização, abriu uma boa discussão sobre o assunto, o que é bom, pois assim ampliamos nosso conhecimento sobre os diferentes pontos de vista sobre o problema.

Minha amiga Dalva Lima Oliveira teceu os seguintes comentários:

“Li seu artigo e discordo, em parte. No serviço público, a terceirização serve para contratar firmas dos "amigos". O pessoal que trabalha é remunerado com salários pífios. E essas empresas desaparecem, da noite para o dia, sem contribuir para nada. O sujeito é praticamente escravo. Hoje as repartições estão cheias de terceirizados. Ainda acredito no concurso público, mas acho que a pobreza moral da Administração é que impede que se demita. O Brasil precisava começar tudo de novo.”

Completado por:

“O PMDB tirou o projeto do arquivo. É briga de gente grande, sobretudo de Sindicatos. Particularmente. No serviço público, tudo que vi foi o escravizado de um lado, o protegido de políticos só buscando o contracheque e aboletados nós melhores cargos em comissão e os concursados...Trabalhando e sendo chamado de "funcionário público ". Pode ter melhorado. Quem sabe? “

Concordo com ela.

No serviço público há muita terceirização.

Não estou me referindo aos contratos de obras ou serviços especializados.

Mas de contratos de prestação se serviços, que deveriam ser prestados pelos funcionários públicos.

Como por exemplo o gerenciamento de obras.

O estado dispõe de técnicos para exercer a fiscalização de contratos.

Mas ao invés disso contrata empresas para exercer esse papel.

Outro exemplo são as Organizações Não Governamentais, as ONGs.

Para não ser injusto, posso afirmar que 90% dos contratos com ONGs no Brasil são com empresas que se transvestem de ONGs para ter contratação privilegiada.

Uma ONG não pode, sob meu ponto de vista, ter quase 100% de sua receita proveniente de contratos com o governo.

Não é ONG. É empresa.

E são essas ONGs que acabam executando funções que deveriam ser eminentemente executados por funcionários públicos.

Ai o comentário de Dalva acerta em cheio.

Os amigos do rei são contratados, prestam serviços de baixa qualidade, são muito bem remunerados, mas pagam salários pífios a seus empregados.

Conheço pessoalmente muitos casos desse tipo.

E, infelizmente, nada posso fazer, além de escrever.

Há outro tópico, que ela pincela, quando diz que o comando no serviço público é feito por pessoas que não tem como objetivo a melhora do serviço, mas sim a melhor remuneração e posição nos cargos.

Isso, quando, não enveredam para a roubalheira!

Sabemos perfeitamente que o serviço público é um feudo.

Como tal, quem lá está, seja funcionário concursado ou nomeado, tem um grande poder decisório.

Mesmo que seja desconhecido por eles ou não, eles têm um grande poder.

Se, realmente, houvesse uma determinação de cada um deles em traduzir este poder na melhoria do serviço público, teríamos um atendimento muito melhor.

Ao contrário, a maior parte dos que lá estão, com honrosas exceções, torna o serviço público de baixa qualidade.

Ouço alguns dizerem que falta-lhes motivação.

Que são desprestigiados.

Talvez tenham razão, mas, penso, que quando se quer, se faz.

Daí que, na tentativa de melhorar essa qualidade, os gestores públicos que estão engessados pela legislação do funcionalismo público, de uma forma ou de outra, optam para contratarem os terceirizados.

Mas, que acabam caindo na mesma esparrela.

Finalmente, ela arremata bem: “O Brasil precisava começar tudo de novo.”

Está certa.

Por outro lado, outra amiga, Carmen Lucia Nagel Bragança, teceu outro ponto de vista, igualmente importante:

“No meu entendimento, as grandes empresas (lobby CNI) querem se livrar dos custos trabalhistas, que ficarão com as prestadoras de serviços. Como resultado: desemprego em massa; crescimento do número de CNPJs - micro empresas individuais - com garantia de recolhimento ao fisco, mas sem direitos trabalhistas; ampliação da cadeia das relações trabalhistas que determina a queda do valor dos salários. Mais uma vez, os arcaicos "modelos mentais" sobre relação de trabalho, herdados das relações escravistas, desconectam as empresas da concepção de organização do futuro, com fundamentos na valorização da pessoa e superação da visão instrumental do trabalho.”

Ela está correta quando afirma que as empresas querem se livrar dos custos trabalhistas.

Querem mesmo.

E não é sem razão.

Hoje, por exemplo, uma empresa sem empregados, se precisar contratar um funcionário, terá que contratar 2.

Sim, pois, há tanto penduricalho legal sobre o funcionário, que para que o funcionário possa trabalhar, há a necessidade de outro para cumprir as todas as obrigações mensais.

Senão, vejamos o básico:

Elaboração e pagamento de folha de pagamento, Elaboração e pagamento de guia de INSS; Elaboração e pagamento de guia de FGTS; Elaboração e pagamento de DARF de Imposto de Renda Retido na Fonte; Aquisição e disponibilização de vale transporte; Aquisição e disponibilização de vale refeição; Pagamento de seguro de vida; Pagamento de convenio medico; Elaboração da declaração de RAIS, etc. e tal.

É muita coisa.

E custa!

Hoje, para R$1,00 pago a um funcionário há custo adicional de outro R$1,00 para custear as obrigações trabalhistas.

Ao passo que com a terceirização da PJ, é reduzido as obrigações e custos.

Entretanto, ela está certa quanto a queda salarial.

Mas, isso não é culpa do sistema alternativo.

Trata-se aplicação da lei de mercado.

Com a multiplicação de diplomas universitários, há mais oferta que demanda.

Hoje, um profissional de excelente qualidade é trocado por um profissional de qualidade inferior, por duas razões básicas:

A primeira e quase decisiva.

O profissional de baixa qualidade se contenta com salários baixos.

Até porque, na sua origem, já estava habituado a ganhar pouco.

Essa atitude agrada o empresário.

Que quer reduzir seu custo para auferir mais lucro.

A segunda é que, pelo mesmo valor de um profissional de excelente qualidade, o empresário prefere contratar 2 ou 3 profissionais de qualidade inferior, pelo mesmo custo ou até menos.

Seu raciocínio se baseia no fato de que seu serviço prestado embora perca na qualidade, ganha na quantidade de escravos.

Afinal, ele acredita que seus clientes não prezam pela aquisição de serviço de qualidade.

Daí que os PROCONs estão entulhados de reclamação, que muitas vezes acabam em nada, pois grande parte do consumidor não está nem ai pelos seus direitos. Ou nem sabe como se defender. Mas, é outra historia.

E ai, novamente, vejo que a solução está na mudança radical na forma de agir e pensar de nós brasileiros, como bem disse a Dalva.

Se quisermos conviver com o que acontece no resto do mundo civilizado, temos que acender a condição de cidadãos.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Terceirização de mão de obra em votação

Está em votação no Congresso a legislação que trata da terceirização de mão de obra.

Há duas vertentes básicas nessa questão.

A primeira vertente é essencialmente de cunho trabalhista.

A segunda vertente é de cunho operacional.

Na primeira vertente, não deixa de ser uma forma de quebrar a legislação trabalhista.

A tal da CLT.

Que de fato, deveria ser flexibilizada.

Mas ninguém tem coragem de mexer.

Sob minha ótica, a CLT deveria valer para salários de até 10 Salários Mínimos.

A partir desse valor, deveria haver flexibilização.

Como já vem sendo feita em muitas empresas, através da terceirização do trabalhador pela chamada contratação por PJ.

PJ significa que um empregado constitui uma empresa para receber a remuneração combinada pela prestação de serviço para a empresa que trabalha.

Não lhe é devido férias, 13º, FGTS.

A terceirização vem consolidar esse tipo de contratação.

Na segunda vertente, em especial no serviço público, adotou-se a contratação de empresas para prestar serviços que funcionários públicos fariam.

Essa foi a solução encontrada para driblar as amarras da legislação trabalhista do servidor público, que são mais fortes que a CLT.

O engessamento trabalhista do funcionário público começa com a contratação, que exige todo um processo de seleção.

Uma vez contratado, para que o servidor público seja demitido há necessidade de todo um processo justificado e com ampla defesa do demissionário.

Mesmo que seu desempenho seja sofrível, nunca será demitido.

No máximo será encostado.

Nem mesmo quando houver necessidade do estado enxugar seus quadros, a demissão é tabu.

Ou seja, uma vez ingresso no serviço público, o funcionário ficará para sempre.

Isso torna difícil a mobilidade operacional.

Outro ponto foi a equiparação salarial dos funcionários públicos por cima.

Há 30 anos atrás o salário médio do servidor público era baixo.

As diversas categorias foram buscando equiparação e elevou essa média.

Hoje, muitos têm salários superiores aos da iniciativa privada.

A solução da terceirização traz a facilidade na contratação, no trato salarial e na demissão do funcionário, que em geral estará sob a égide da CLT.


Rei morto, rei posto!

Vi no noticiário que Vicente Cândido, deputado federal do PT paulista, e Sibá Machado, do PT- Acre, procuraram Joaquim Levy para pedir que os bancos públicos continuem patrocinando o clube das empreiteiras afundadas na operação Lava Jato.
Logico, eram empresas que beneficiaram os cofres do PT e de muitos correligionários que enriqueceram.
Não concordo com isso.
Que quebrem! 
Ha outras empreiteiras para substitui-los.
Rei morto, rei posto!
Aliás, a saída deles proporcionará ao governo uma sadia oxigenação nos contratos, possibilitando redução nos preços.
Além de abrir oportunidade para quem quer trabalhar sem roubar.
O que não ocorria, graças ao esquema existente.

domingo, 5 de abril de 2015

A ilusão do combate ao crime

Li uma matéria que aborda a questão da pena de morte em Bali, na Indonésia.
Sim, aquele pais conhecido como o Éden no mundo.
E que também, recentemente, foi morto um traficante de drogas, o brasileiro Marcos Archer.
Li
, também, à época do fato, muitos comentários de pessoas que acreditavam que se a mesma pena de morte aplicada em Bali, fosse aplicada por estas bandas, seria a panaceia dos nossos males.
Lamento informar.
A pena de morte não inibe a venda de drogas. 
Ao contrario, alimenta, isto sim, a corrupção.
Muitos não sabem e confesso que também não sabia, ate ler as matérias de jornalistas de todo mundo, que la em Bali ha um enorme esquema de corrupção envolvendo advogados e a policia.

Se você tiver dinheiro...
Você escapa da prisão!
E até da pena de morte!
Ou seja, toda aquela imagem, que muitos acreditaram fossem autenticas...
Era apenas o resultado de um negócio mal resolvido.
Um recado para os que relutassem a pagar o preço da corrupção.
Marcos Archer, o brasileiro morto, so o foi porque ele não conseguiu levantar a tempo R$1 milhão com a venda do apartamento no Rio.
Esse seria o preço estabelecido para aplacar a ira dos deuses indonésios.
Portanto, antes de se pensar em qualquer solução por aqui, nunca devemos esquecer que o mal da corrupção nos assola aqui também!

quinta-feira, 2 de abril de 2015

May day! May day!

Minha paixão pela aviação vem desde criança.
Sempre quis ser piloto de avião.
Entretanto, minha mãe se opunha ferozmente.
Seu irmão caçula, que era militar da aeronáutica, morreu aos vinte anos de idade, em um lamentável desastre aéreo.
Esse trauma familiar me impediu de ingressar na aviação.

O tempo passou, até que, finalmente, tive condições de adquirir um ultraleve da Microleve.
Com dez horas de treino já estava habilitado a voar solo.
Meu furor para desvendar os céus era tanto que voava todo sábado e domingo.

Mas, quase vi encerrar-se minhas aventuras, quando sofri a primeira pane.
Sobrevoava uma pista abandonada, de terra batida, que fora construída na década de 70/80 pelo frigorifico Eder, em Itapecerica da Serra.
De repente, o motor perde potência.
Fiquei apavorado.
Não havia feito adequadamente o treinamento para pouso de emergência.
Minha primeira reação foi tentar manter a aeronave voando.
Entretanto, com motor em baixa rotação, não havia empuxo suficiente para manter o ultraleve voando.
Como a velocidade cruzeiro desse aparelho é baixa, por volta de 60 km por hora, qualquer redução de velocidade leva ao estol.
Foi o que aconteceu.
Em poucos segundos estava caindo sobre a pista.
Como estava voando só e a asa tinha uma boa área aerodinâmica, o estol foi suave.
Nos últimos segundos tentei corrigir a atitude de voo, movimentando o manche para frente, pensando em ganhar um pouco de velocidade e conseguir fazer um pouso, mas era tarde.
O avião caiu no solo.
Rapidamente toquei-me para me examinar e verificar se não havia algum ferimento.
Estava tudo em ordem.
Desci da aeronave.
Um pouco assustado e chateado com a situação, percebi que o trem de aterrisagem estava com uma das rodas tortas.
Fui caminhando até uma escola próxima e consegui falar por telefone com meus amigos do São Paulo Ultraleve Clube, o SPUC, solicitando socorro.
O SPUC ficava às margens da represa Guarapiranga.
Tinha uma boa infraestrutura.
Havia uma longa pista em grama, hangares e uma equipe de mecânicos que faziam a manutenção periódica dos diversos ultraleves que lá ficavam.
Em pouco minutos chegou uma frota de ultraleves para meu resgate.
O mecânico verificou que o filtro de ar estava encharcado de gasolina, que impedia a combustão por falta de ar.

Daquele dia em diante me submeti a um intensivo treinamento para pouso sem motor.
Um dos ensinamentos é voar sempre procurando um local para pouso.
Como o ultraleve precisa de pista curta era fácil identificar um local para pouso.
Estava bem treinado.

Foi quando um domingo, minha mulher Cristina, que voou poucas vezes comigo, sentindo confiança, naquele dia resolveu me acompanhar.
Voamos por toda a represa Guarapiranga, sobrevoando as margens em voos rasantes.
Como ainda havia combustível suficiente, resolvi voar até uma pista na represa Billings.
Como o trajeto era distante, decidi subir a uma altitude mais segura.
Quando sobrevoava a Billings, o motor perdeu potência.
Minha reação foi imediata.
Decidi fazer um pouso de emergência.
Lembrei que havia sobrevoado uma área às margens da Billings, que havia elegido como local para um eventual pouso.
Como estava com altitude suficiente para planeio, não tive problemas para voar até o local eleito.
Para voar de ultraleve usava-se um capacete.
O meu capacete e do passageiro estavam ligados para comunicação.
Falei para Cristina:
- May day! May day!
Ela não entendeu e riu, acreditando que brincava.
Para continuar no clima de descontração, disse:
- Houston, we have a problem.
Ela, um pouco preocupada, perguntou o que acontecia.
Afinal, tinha feito uma manobra de retorno.
Falei que estávamos com problemas no motor.
Ela perguntou se conseguiríamos voar até o SPUC.
Respondi que não.
Disse que teríamos que fazer um pouso de emergência ali mesmo.
Ela procurou me acalmar, dizendo que eu sabia o que fazer e que estava treinado.
Ao chegar ao local, fiz dois círculos sobre o terreno para perder altitude e, finalmente, fiz o pouso dentro das normas.
Olhei para ela e rimos de tanta tensão.
Descemos.
Pensei.
Escapamos de morrer.  
Foi quando comecei a tremer de nervoso.
Lembrei-me que meus filhos eram pequenos e poderiam ter ficado órfãos.
Abracei minha mulher emocionado.
Ela disse que fiz um pouso tranquilo.
Concordei e acrescentei que, felizmente, não estávamos machucados e que não havia nenhum dano na aeronave.
Ainda desorientado, perguntei:
- E agora? O que faremos no meio do mato?
De repente, surgem muitas crianças e depois alguns adultos, vindo de diversas direções, correndo em nossa direção.
Chegando próximo elas pararam, afastadas um pouco do ultraleve.
Nos olhavam assustados.
Minha mulher comentou comigo, em voz baixa:
- Acho que eles pensam que somos extra terrestres.
Rimos.
Perguntei onde havia um telefone.
Um deles me levou até um bar próximo, enquanto outros levavam minha mulher para tomar agua na casa de um dos moradores, enquanto outros se prontificaram a tomar conta do ultraleve.
Novamente solicitei resgate do SPUC.
Depois de algum tempo chegaram para meu alivio.

Esse fato serviu como uma grande lição.
Sem treinamento teria morrido.
Sobrevivemos a essa experiência porque estava bem treinado.
Minhas reações não exigiram pensar no que fazer.
Foram automáticas.


Moto perpetuo!

Fiquei intrigado com esse vídeo.
Assista antes de continuar lendo.




Pelos meus parcos conhecimentos de física, que se exauriram com o tempo, tenho uma vaga lembrança de que não há moto perpetuo.
Mas, vendo o vídeo, tenho a nítida impressão que isso é um moto perpetuo!
Por outro lado, no trajeto há atrito.
Isso fará que em um determinado momento, haja paralisação.
Entretanto, por um paradoxo do sistema, ele é retroalimentado a cada momento, anulando a força do atrito.
Resumindo. Não consigo afirmar se para ou não.
Meu feeling acredita que para!
Perai, vou assistir de novo.
Aha!
Acho que desvendei a questão.
Deu-me o insight.
A peça que se coloca no sistema é uma bateria!
Portanto tem vida útil.
Conclusão:
Quando acabar a carga da bateria, a peça para!!!!
Ufa!
A física que aprendi na escola....ainda vale!

O certo era meu pai!

Certa vez, ha muitos anos atrás, quando vieram denunciar a um amigo empresário que funcionários da alta cúpula estavam lhe roubando, este, com ar blasé, e para surpresa de todos, respondeu:

- Não tem problema. Enquanto eles me proporcionarem ganhar o que ganho, não me importo com isso.

Confesso que fiquei atordoado.
Nunca imaginei que alguém pudesse pensar assim.
Se fosse comigo, apuraria os fatos e, sumariamente, os demitiria.
Como já o fiz no passado, quando era empresário.

E na sequencia fiquei indignado.
Não só com a atitude dos seus funcionários.
Mas, principalmente, com atitude dele.

Entretanto, ao longo da vida, fui observando que aquela reação, que aquele amigo empresário teve, era mais comum do que me parecia ser.  

As pessoas têm até um dogma:
Não se mexe em time que está ganhando!

Leio na imprensa que Dilma tem apoio de apenas 12% da população.
Que sua taxa de rejeição é altíssima.
Muitos querem seu impeachment!!

Mas, faz só 5 meses que ela foi eleita!!!!

O que mudou?
Mudou que o mundo maravilhoso de Dilma e do PT acabou.
O pão e circo que inebriava o povo....
E não só o povo...
Muitos empresários também, de alguma forma, participaram da festa.
Todos acordaram com uma grande ressaca.
A fatura chegou!

Porque na hora de pagar a conta...
Fica todo mundo indignado.
Todo mundo alardeia que roubou-se como nunca antes haviam roubado neste pais.
Mas, perai!
Concordo que a maioria é cega.
Mas, muitos viram...
Alguns até participaram também!
E todos ficaram calados.

O fato é que se tivéssemos agido combatendo a corrupção, talvez não vivêssemos esse drama econômico e político que presenciamos hoje.
Quando houve o mensalão, o que fizemos?
Nada!
Toleramos.
Por que?
Porque era uma época de fartura!
Já naquela época lembrava daquela frase que ecoa em meus ouvidos até hoje:
- “Não tem problema. Enquanto eles me proporcionarem ganhar o que ganho, não me importo com isso”.

Depois, por conta e obra do ministro do STF Joaquim Barbosa houve uma reação, que de certa forma fez-me recordar de uma frase.
Não a do meu amigo empresário.
Mas a de meu pai que me ensinava:
Não transija com o crime. Um dia ele pode voltar-se contra você.
O certo era meu pai!