Lembro de quando era criança, minha mãe administrava a
casa com sucesso.
Mesmo com os poucos conhecimentos de administração que
tinha, pois não teve formação universitária.
Provavelmente era uma administradora nata, já que seus
aplicativos eram pura intuição.
Separava a quantidade de matéria prima certa para que no
preparo da comida a empregada não desperdiçasse.
Nada de fazer comida para um batalhão, como algumas
empregadas gostam de fazer e, depois, sobrar comida.
A mesa era farta, sim, mas não sobrava comida para ser
jogada fora.
O material de limpeza e higiene também era dosado.
Tudo estava sob seu controle.
O resultado era que, praticamente, não havia nem desperdício,
nem roubo por parte das empregadas.
Minha mãe zelava pelas finanças da família na casa.
É bem verdade que os gestores de hoje não têm a mesma preocupação
com as finanças das empresas que trabalham.
Afinal, qual é o comprometimento que tem com as empresas?
Nenhum!
Estão nelas para ganharem seu provento e só.
Ainda que em muitos casos querem ainda mais.
Querem roubar.
Isso me remete ao tempo de estudante universitário, quando estagiava numa
construtora.
Foi lá que conheci a face obscura do caráter do ser
humano, que até então desconhecia.
A obra era grande e tinha em torno de 200 operários.
Havia um apontador de mão de obra que era o responsável pela
parte de relações de trabalho na obra.
Já estava na empresa há muitos anos.
Era de confiança!
Eu estranhava seu jeito de se vestir.
Era cheio de pulseiras e colares de ouro.
Não entendia como era possível um sujeito com salário não
muito alto se vestir assim.
Curioso indaguei-o.
Ele, para justificar sua condição financeira exuberante, respondeu
que fazia negócios fora do expediente.
Um dia ele foi acometido de uma doença que o afastou do
trabalho compulsoriamente.
No dia seguinte foi dia de pagamento dos operários.
Como o apontador não estava lá, o engenheiro residente
solicitou que eu e outro estagiário assumíssemos o papel do apontador e realizássemos
o pagamento.
No final do dia constatamos que uns 15 operários não
apareceram para receber.
Comunicamos o fato ao engenheiro que nos orientou a aguardar
que nos próximos dias os faltantes apareceriam para receber.
O que de fato aconteceu com uns 5.
Os outros 10, nada de aparecer.
Passou-se uma semana e ninguém reclamava de seu salário.
Na verdade nunca apareceram.
Eram funcionários fantasmas!
Ah! Nem o apontador mais voltou para a obra!
Nessa obra não ficou só nisso.
Certo dia o mesmo engenheiro residente solicitou que eu
acompanhasse a pesagem do aço que seria entregue na obra.
Fui até a usina e acompanhei o carregamento e pesagem da carreta.
Peguei o tíquete com o peso.
Havia cumprido minha missão.
Deveria retornar à obra, mas, por mera curiosidade, resolvi seguir aquela carreta, sem que o
motorista percebesse.
No meio do caminho o motorista descarregou parte da carga em
outra obra.
Estranhei, pois que aquele carregamento era totalmente para
a obra que estagiava.
Se não tivesse presenciado o fato e denunciado ao engenheiro
da obra, muito provavelmente a empresa iria arcar com o custo total da carga e só
ter recebido parte.
Onde quero chegar com esses exemplos?
A questão é que podendo roubar, alguns roubam.
Outros desperdiçam.
Portanto, um gestor tem que ser honesto.
Concordo que não é fácil identificar essa característica na
contratação.
Mas, sem ela, abre-se a porta para que toda a equipe
sinta-se à vontade para roubar ou desperdiçar.
Além de ser honesto, o gestor tem ser alguém com muita experiência.
Não só das técnicas que aprendeu na escola, mas que seja
perspicaz para perceber o desvio de conduta de seus comandados.
E não foi isso que vimos nos gestores do PT no governo.
Dilma pode espernear dizendo que é honesta, o que não
acredito, pois mentiu muito em sua campanha eleitoral.
Mas, imaginemos que seja honesta e ingênua.
Só isso para explicar do porquê, na qualidade de
Conselheira da Petrobras, não tenha detectado que a compra da Refinaria de Pasadena tenha sido
super faturada.
Mas, não é só ela.
Graça Foster também.
Como uma presidente da Petrobrás pode ser uma gestora sem
experiência, a ponto de não perceber o prejuízo financeiro que a empresa foi
submetida.
Como pode ser uma profissional especializada, que não
tenha os conhecimentos técnicos para estabelecer parâmetros que pudessem
detectar os desvios cometidos?
Não estamos falando de grãos de areia no oceano.
Foram bilhões de reais!
A conclusão que chego é que minha mãe fazia todo aquele
esforço porque era comprometida com a honra, com a honestidade.
Mas, no mundo profissional poucos são os que são comprometidos.
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