Sua suposta conclusão deu-se durante seu governo democrático, quando enfrentou uma grave crise politica, por forte atuação da oposição, que acabou levando-o ao suicídio.
A discussão de projetos de governo, quando os há e tem qualidade, num ambiente democrático, só é possível quando a oposição se propõe a negociar e aperfeiçoa-los.
E mesmo assim não é fácil.
Quando, então, a oposição é contra porque é contra e tem como único objetivo disputar espaço de poder, Vargas tinha razão.
Gleisi Hoffamann, presidente do PT, como Getulio, parece que descobriu isso quando disse que "se cair um pouquinho a popularidade de Lula, não tenham dúvida do que o Congresso vai fazer. Foi o que aconteceu com a Dilma. E começou com a economia. Se a gente baixar a popularidade do presidente, esse Congresso engole a gente”.
Interessante que Gleisi teve essa lucidez.
Mas, age como se fosse oposição.
Veja a questão do equilíbrio fiscal, por exemplo.
Embora Haddad faça parte do governo petista, ate ele sofre resistência interna no partido.
E no caso a oposição o apoia!
O problema do PT é que seus projetos não tem a qualidade de bons projetos.
Os que tem foram imaginados em outro momento da historia e mostram-se ultrapassados.
De fato a oposição ao governo Lula também está preocupada apenas em seu manter no poder.
E tem conseguido cargos em nome da governabilidade.
Mas, ate quando Lula esta disposto a ceder?
Ai a previsão de Gleisi poderá de fato ocorrer, de um jeito ou de outro.
Pois, então, ela que conduza seu partido para uma nova visão de mundo na qual possam se manter firmes ate o final do mandato presidencial.
Mas, o PT vai fazer isso?
Não acredito.
Olhando em volta na America Latina, nos deparamos com a Venezuela com uma ditadura que esta no poder com o único objetivo de se manter no poder.
A ditadura de Maduro corrompeu todas as instituições democráticas para que obtivesse o respaldo para manter-se no poder.
Perderam a oportunidade de construir uma nação com progresso, como bem ou mal Vargas fez quando ditador.
A economia na Venezuela vai mal ha anos e o governo incapaz de Maduro não tem capacidade de formular um projeto para mudar esse estado de coisas.
Como foi percebida a queda de popularidade de Maduro o que ele fez?
Trocou o inimigo, que era o imperialismo americano, pela convocação à nacionalidade do povo, elegendo um novo inimigo.
A Guiana.
E o povo continua sendo ludibriado com uma pretensa anexação de parte da Guiana, que traria riqueza à Venezuela.
Com essa artimanha tentará manter-se com a popularidade necessária para mais uma manipulada reeleição, com falso verniz de democrática.
Já na Argentina, Milei se apresentou como o revolucionário de uma nova era.
Conseguiu se eleger.
Afinal o povo se viu entre manter o governo falido ou eleger um salvador da pátria.
Como sempre, o povo se iludiu que terá um bom governante.
O fato é que o povo não consegue ver que por mais qualificado que Milei seja, o que não acredito, que tenha as melhores cabeças pensantes em seus ministérios, dificilmente terá o sucesso esperado.
O que de fato ira acontecer é que Milei enfrentará a democracia que Vargas tanto reclamou.
Terá um Congresso com baixa adesão a suas ideias, com forte oposição, que ressente-se da perda de poder e que quer retoma-lo.
Se Milei tivesse lido Maquiavel entenderia na pratica o pensamento dele que diz:
"Nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de manejar do que dar início a uma nova ordem de coisas. O reformador tem inimigos em todos os que lucram com a velha ordem e apenas defensores tépidos nos que lucrariam com a nova ordem."
Ou seja, dificilmente Milei conseguira implantar a nova ordem que estava em suas promessas de campanha.
E o povo se frustrara novamente.
Num movimento pendular o povo acabara trazendo de volta os políticos que rejeitou.
Aliás é assim que vivemos aqui no Brasil também nas ultimas eleições.
As democracias mostram-se a melhor forma de governar.
Mas faltam-nos políticos experientes, capacitados, bem intencionados, habilidosos e com muito carisma para conseguirem governar sem sobressaltos e que não o levem a perder o poder.
É preciso quebrar esse paradigma pendular entre extremos incapazes.