sábado, 20 de junho de 2015

Sexo na escola

Ha no Brasil uma discussão sobre o ensino de sexo nas escolas.
Uma discussão envolvendo religião e moral.
De um lado os mais progressistas e de outro os mais conservadores.
Os conservadores, diria ate mais hipócritas, pois eles sabem aquilo que querem que os outros não saibam.
Se não soubessem como querem proibir?
Sou a favor.
Explico.
Como tudo que se aprende nos bancos escolares sempre haverá o envolvimento de religião e moral.
E que poderá causar suscetibilidades.
Por exemplo, na historia, não se poderia falar das Cruzadas e da Inquisição.
Afinal, trata-se de um dos maiores massacres cometidos pela religião cristã.
E poderia ofender aos cristãos dizer isso.
Nas ciências, idem.
Ha o evolucionismo darwiniano contra o criacionismo bíblico. 
Outra ofensa.
Então na escola não se poderia falar sobre muita coisa.
Como tudo na escola tem o seu tempo para falar.
Sobre sexo, ate concordo que tenha que haver uma idade minima para se tratar do assunto diretamente.
Com 12 anos acho natural que se aprenda. 
Ate porque nessa idade se aprende em ciências sobre reprodução das especies.
Se houve falar em zigotos, gens e tudo o mais.
E ademais, entrando na adolescência a curiosidade sobre sexo aumenta.
Os hormônios agem.
Prefiro que seja ensinado com técnica do que aprendido nas ruas, por lendas, mentiras ou semelhantes.
Eu com 16 anos, portanto em 1968!!!! apresentei um trabalho escolar em aula, no então cientifico, abordando um tema de prevenção contra gravidez. 
Entre outros métodos apresentei o método de Ogino-Knaus, que quase ninguém conhecia.

Trata-se da famosa tabelinha que evita gravidez indesejada.
Eu conhecia esse método, 
desde os 12 anos.
Por curiosidade.
Encontrei esse livro na biblioteca de meu pai e li.
Meus pais, felizmente, me deram um ensinamento de qualidade.
O que alguns não tem.
E que me foi muito útil para não sair engravidando por ai. 
Portanto informação sempre é valiosa.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

A redução da maioridade penal

A discussão sobre a redução da maioridade penal é um assunto polemico mesmo.
Num primeiro momento, somos todos favoráveis a uma solução aparentemente fácil.
Prende e pronto.
Mas, não é verdade.
Se prender fosse solução os Estados Unidos hoje seria um pais sem crimes.
Mas, não é!
La é um pais com mais gente presa no mundo.
Porque a Justiça funciona e rápido.
Mas, por incrível que pareça, la o crime corre solto.
La há o maior combate ao narcotráfico.
Mas, é o pais que mais consome drogas!
Já na Suécia, Dinamarca e outros países escandinavos há prisões sendo fechadas, por falta de cliente.
Por que?
Entender a solução desses países é o primeiro passo para encontrarmos o caminho para solucionar nosso problema.
Entretanto, mesmo que adotássemos agora o modelo nórdico, levariamos anos para chegarmos onde hoje eles estão.
Nas condições normais de temperatura e pressão.
Coisa que não há por aqui.
Por outro lado, temos um problema imediato.
Que precisa de uma resposta imediata.
Não conseguimos mais conviver com essa onda de crimes praticados por menores.
Crimes cada vez mais bárbaros e cheios de crueldade.
Na teoria tudo funciona.
Mas, sabemos que na pratica a teoria é outra.
Assim, se na teoria prender menores no sistema penitenciário parece ser uma solução, na pratica realmente vai funcionar?
Houve muita condenação a fala do ministro da Justiça Cardozo.
Não acho que a colocação do Cardozo seja totalmente descabida.
Misturar menores com presos maiores não me parece uma idéia razoável.
Sabemos que qualquer presidiário com 1/6 da pena cumprida ganha as ruas.
Sabemos também que a penitenciaria é um pós doutorado ao crime.
Assim, se esses menores forem para as penitenciarias junto com outros bandidos maiores, sairão, como qualquer presidiário, mais escolados.
Também não acredito em recuperação.
Pelo menos aqui no Brasil, no momento, não ha como fazê-lo.
As instituições de recuperação de menores estão todas podres.
Então, o que fazer?
Tem que prender sim.
Não podemos aceitar os deixarmos soltos, praticando crimes.
Mas não junto com maiores.
Dever-se-ia construir prisões especiais.
Ai que a porca entorta o rabo.
Serão construídas?
Sabemos que não.
Enfim, decidir por essa ou aquela solução é fácil.
Quero ver ser posta em pratica.
Ou seja, os políticos decidirão por nós e continuaremos na mesma.

Me engana que me provoca os instintos mais primitivos.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Saneamento básico estúpido

É sabido que o saneamento básico é um dos componentes de qualidade de vida.
Mais do que apenas o índice de IDH, que é o índice de desenvolvimento humano, o mais importante é que havendo saneamento básico há melhor qualidade da saúde da população.  
Entretanto, tomei conhecimento de que no Brasil há mais de 3,5 milhões de pessoas que despejam seu esgoto de forma irregular.
Isso mesmo.
Apesar de ter em frente a suas casas uma rede coletora de esgoto, essa população não regulariza a ligação de esgoto.
A fiscalização dessa regularização compete a prefeitura.
Que não se interessa por isso.
Principalmente porque, em geral, o serviço de fornecimento de água potável e coleta e tratamento de esgoto esta sob a administração do estado e não da prefeitura.
Aqui em São Paulo esse serviço é prestado pela SABESP, uma empresa sob a administração do governo do estado.
Foi feita uma pesquisa para saber o por que dessas pessoas optarem pelo não uso da rede de esgoto.
O principal motivo para esse comportamento é o financeiro.
Primeiro porque não há multas!
E também, para não pagar a taxa desse serviço.
É certo que não é um serviço barato.
A SABESP cobra por esse serviço o mesmo valor que cobra pelo abastecimento de água.
Ou seja, feita a ligação de esgoto a conta dobra de valor.
Mas, há outras razões como a própria desinformação da existência e da necessidade de se regularizar.
Alem, é claro, daqueles que não quererem quebrar o piso da casa para fazer o serviço.
O fato é que essa atitude só contribui para contaminar o lençol freático.
Isso quando não é lançado de forma mais irregular.
As famosas ligações clandestinas na qual o morador conecta seu esgoto à rede de água pluvial.
Ai a situação é mais critica.
Esse esgoto acaba sendo levado para os rios e represas, prejudicando a qualidade da água.   
Ate quando a ignorância prevalecera sobre a racionalidade?

O Pais das COTAS

Desde criança aprendi que é melhor ensinar alguém a pescar do que lhe dar o peixe pescado.
Com esse pensamento percebi que a qualidade da pescaria sempre melhora quando o ensinamento da pesca se amplia.
E não ao contrario.
Quando se da o peixe simplesmente, ninguém aprender a pescar.
O resultado?
Um dia não haverá mais peixe pescado, pois não haverá mais pescador.
No mundo todo se ensina a pescar.
Aqui no Brasil pensa-se diferente.
Talvez por ser o único pais em que tem a jabotiquaba, como sempre se refere o Prof. Marcos Villa, ficamos igual a ela e desenvolvemos o pensamento único e inusitado.
No passado, já utilizamos a reserva de mercado de indústrias.
O objetivo era proporcionar um ambiente não concorrencial para que empresas nacionais, coitadinhas, tivessem privilégios para poder crescerem.
A ideia parecia genial.
Mas, o resultado foi qual mesmo?
Ficamos anos amargando uma indústria obsoleta, que ao invés de crescer desenvolvendo tecnologia inovadora, não o fez.
Aproveitou-se da reserva de mercado e enriqueceu, isto sim, o bolso de seus acionistas.
O Brasil só deu o salto de qualidade quando o presidente Collor, finalmente, abriu o Brasil para a concorrência externa.
Os atuais governantes e expressiva parte da intelectualidade nacional, agora, reformataram a reserva de mercado.
Não mais para as indústrias.
Agora serão pessoas.
Inventaram a tal de cota racial.
Para ingressar nas universidades, no funcionalismo publico há cotas para negros.
Como se fazer reserva de mercado ajudasse o desenvolvimento intelectual do privilegiado.
Não!
Isso não é ensinar a pescar.
É dar o peixe pescado.
Ao invés de cotas, o correto, a meu ver, é proporcionar condições de ensino compatível para uma disputa intelectual entre os concorrentes.
E não estabelecer cotas, onde, certamente, a qualidade do beneficiado é bem inferior aos demais concorrentes.
No ensino, com a queda do padrão do aluno ingressante, a qualidade do ensino, na media, cairá.
Sim, porque nas escolas o professor tem que acompanhar o nível médio da classe.
Caso contrario, anulara o efeito do privilegio das cotas, reprovando o aluno mal preparado.
O fato é que com essa pratica o nível de qualidade cai.
O funcionário publico despreparado também não terá a oportunidade de se qualificar.
Primeiro porque qualificar trabalhadores na iniciativa publica não é pratica corrente.
De outro lado, o próprio privilegiado, como qualquer ser humano, sabedor de sua condição, em sua maioria se acomoda e não se interessa em se qualificar.
Ate porque se o tivesse feito antes, não entraria pela cota.
Agora o CNJ, Conselho Nacional de Justiça, determinou que 20% das vagas para juízes e funcionários do judiciário, obrigatoriamente, deverão ser reservadas para negros.
Isso é um absurdo!
Hoje o poder judiciário vire e mexe da mostra da perda de qualidade em suas decisões, do abuso em privilégios e salários alavancados para seus membros.
Enfim, o poder judiciário já não é o mesmo do passado.
Colocando privilegiados em seu meio, será que vai melhorar?
Me engana que me provoca os instintos mais primitivos.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

O comportamento humano e a roda do poder

Outro dia assisti na GloboNews a parte final de um documentário sobre as mães chinesas.
Há uma lei em vigor a partir de 1979, que estabelece controle da natalidade, que ficou conhecida como a política do filho único.
Esta lei visa controlar o número de habitantes da China, obrigando cada casal a só ter um filho.
Quando os pais não cumprem com o controle proposto pelo governo são submetidos a punições, que vão desde a perda de direitos a programas sociais, pagamento de multas ou ate ser destituído do emprego.
O Documentário apresenta uma cidade do interior, submetida às metas de natalidade.
Quando essas metas são atingidas, a cidade recebe um bônus financeiro do governo central.
Que é revertido em ações para beneficiar a comunidade.
Desta forma, toda a cidade acaba se integrando para que as metas sejam atingidas.
Mas, há todo um aparato do estado empenhado em fiscalizar a comunidade para que sejam cumpridas as metas.
É a Comissão Nacional Chinesa para a Saúde e o Planejamento Familiar.
Quando as metas excedem o previsto, a comunidade é penalizada com restrições orçamentárias.
E os fiscais podem ser punidos com a demissão.
Assim, esses fiscais tentam dissuadir as pessoas a se tornarem estéreis, principalmente aqueles que já têm um filho.
Mas, quando a situação fica critica tentam realizar, de forma imposta, os procedimentos cirúrgicos de esterilização.
No episodio, se observa as nuances do comportamento humano.
Há uma mulher que se recusa a fazer a laqueadura.
Ela teve conhecimento das agruras que outras mulheres, que fizeram a cirurgia, tiveram no pós cirúrgico.
Não deve ser fácil ser submetido a cirurgias numa cidade com poucos recursos de instalação, equipamentos e atendimento.
Mas, ela já tem 2 filhos.
O fiscal, homem do povo, tenta, utilizando variada argumentação, convencer essa mulher a realizar a cirurgia de laqueadura.
Ela refuta, argumentando que tem medo da cirurgia.
Que é nova e não quer sofrer as dores e as conseqüências da cirurgia.
Com isso ela tenta procrastinar ao máximo a realização da cirurgia, alegando estar gripada.
O fiscal chega a ir conversar com a mãe dela, uma idosa, que argumenta ser contra a política, pois deixará os idosos desprovidos de filhos e netos que os amassem e cuidassem na velhice.
Mas, ainda que tenha que cumprir seu oficio, o fiscal é um ser humano.
Ele aceita às alegações dela.
E acaba ajudando a mulher, junto aos membros do serviço de controle, por diversas vezes, alegando que ela esta doente e não deve realizar a cirurgia.
Há ainda o componente religioso, que muitos, inclusive eu, não imaginava tão presente na cultura chinesa.
Quando uma mulher engravida, ela ora para determinada entidade taoista.  
Dependendo para quem for feito o pedido, a criança será homem ou mulher.
O mais surpreendente é que Mao Tse-Tung, ditador comunista, após sua morte, tornou-se um deus do panteão taoísta.
E é venerado.
Ela então roga sua orações para que Mao a ajude a não ter mais filhos.
Mas, a cidade esta no limiar de não atingir a meta.
E o fiscal, sob pressão de seus colegas, acaba dando a ultima cartada para convencer a mulher a se submeter a cirurgia.
Telefona para a diretora da escola onde os filhos dela estudam e determina que eles sejam afastados da escola.
Ela, finalmente, sucumbe aos apelos e realiza a cirurgia. 

Destrinchando a conta de luz




Você já teve a curiosidade de examinar com lupa sua conta de energia elétrica?
Se não quiser se aborrecer, não faça isso.
Mas, se o fizer, assim como eu fiz, você vai descobrir absurdos inimagináveis.
Minha conta de luz deste mês totalizou R$419,04.
De consumo, propriamente dito, o valor original foi de R$116,93.
Como, então, a conta chega no valor 3,5 vezes o valor original?
Vamos destrinchar.
Só de bandeira vermelha, que é o custo a mais da energia pelo fato do governo estar utilizando termoelétricas, o valor chega a 1,5 vezes o valor original!
Isso mesmo, me foi cobrado R$175,00.
Ou seja, pela irresponsabilidade do governo em não ter investido em energia hidráulica mais barata, ao invés de pagar R$119,63, pago o custo total de energia no valor de R$294,63.
Como a conta ainda esta baixa, o governo cobra mais R$5,40 para uma tal de COSIP, que nada mais é do que a fatura da iluminação publica.
Dinheiro que vai para a prefeitura custear o serviço de iluminação publica.
Ou seja, imposto municipal travestido de contribuição.
Só que você já paga o IPTU.
Que deveria cobrir esse custo.
Mas, os governos são insaciáveis.
Sempre arrumam um jeito de você pagar mais impostos.
Então você já sabe.
Aquela luminária que fica no poste da rua da sua casa, você paga R$5,40 por mês!
Portanto, exija sempre que ela esteja funcionando.
Mas, não fica por ai, não.
E os impostos?
Pois é, de ICMS, que é um imposto estadual, pago a bagatela de R$103,41!!!!
Quase o valor original da conta.
Esse imposto escorchante representa 35% do valor do custo total da energia.
Há, também, o PIS/COFINS, um imposto federal, no valor de R$18,03.
Então soma tudo.
O valor que seria inicialmente de R$116,93, chega a R$419,04.
Mas, não fiz toda essa na analise apenas para irritá-lo.
Quero irritá-lo ainda mais.
Na verdade, eu não.
Quem nos irrita é o governo com suas ações.
Então vamos examinar essa questão dos impostos.
Sim, porque o custo da energia é custo.
Tem que pagar e pronto.
O que me incomoda é que tanto o governo estadual como o governo federal poderiam reduzir os impostos, sem perda real de arrecadação original.
Veja por este ângulo.
Se o governo federal não precisasse usar as termoelétricas para gerar energia elétrica, o valor total do custo da conta seria menor.
Assim, pagaria apenas o valor original.
Ou seja bandeira verde.
Que é a situação normal de energia.
O governo do estado deveria, então, cobrar apenas sobre o valor original da energia.
Com isso, o ICMS seria menor, também.
Portanto, conclui-se que o governo estadual esta se aproveitando de uma situação calamitosa para cobrar mais imposto.
Isso sem contar que pagar 35% de ICMS é um absurdo.
Estamos sendo duplamente escorchados pelo governo estadual!
Alíquota de imposto alta e imposto sobre a desgraça.
Já o imposto federal, o governo também deveria cobrar o imposto apenas sobre o custo original.
Mas, ai já tem outra safadeza.
O imposto não incide sobre o custo total da energia.
Incide também sobre a COSIP e o ICMS.
Cobra imposto sobre imposto!!!!
Coisa que os governos aprenderam a fazer.
É ilegal, mas ninguém reclama.
Sim, porque se fosse pagar PIS/COFINS sobre o valor original da energia, o valor correto seria de R$5,17 e não R$18,03.
Ou seja, estamos sendo duplamente escorchados pelo governo federal.
Imposto sobre imposto e imposto sobre a desgraça.
No caso do imposto federal o governo deveria ainda isentar o PIS/COFINS.
Explico.
Dilma não prometera abaixar a conta de energia antes de sua eleição?
Se não cobrasse os impostos, haveria uma redução no valor da conta da energia e ela cumpriria sua promessa.
Ainda que não fosse expressiva.
Esquece, a vaca tossiu.
Mas, o que quero, realmente, dizer é que se houvesse redução dos impostos, tanto estadual como federal, haveria uma contração na inflação.
Isso mesmo, a inflação abaixaria!
Sem precisar gastar com juros da SELIC que serão pagos a mais.
Afinal, uma das razões que se eleva os juros da SELIC não é para conter a inflação?
Hoje, um dos fortes componentes da inflação reside no aumento das contas da energia elétrica.
Que incide sobre toda a cadeia produtiva.
Será que só eu consigo enxergar essas coisas?

domingo, 7 de junho de 2015

CARDEAL BERGOGLIO, o PAPA, e o SOCIALISMO

   Independentemente de ser verdadeira a entrevista que se segue, considero os argumentos utilizados pertinentes e de acordo com meu pensamento.
   Daí ofereço a você a leitura para reflexão.
   Conta que o Cardeal Bergoglio, atual Papa Francisco, ainda na Argentina foi entrevistado pelo jornalista Chris Mathews da MSNBC.
   A entrevista nunca foi ao ar, porque Mathews não gostou das respostas recebidas e arquivou o vídeo.
   Porém, um estudante de Notre Dame, que prestava serviços sociais na MSNBC, apoderou-se dele e o deu para seu professor.
   O destaque da entrevista é a discussão sobre a pobreza.
   A entrevista começou quando o jornalista, tentando embaraçar o Cardeal,
perguntou-lhe o que ele pensava sobre a pobreza no mundo.
   O então cardeal respondeu:
 - Primeiro na Europa e agora nas Américas, alguns políticos têm se
dedicado a endividar as pessoas, fazendo com que fiquem dependentes.
E para quê?
Para aumentar o seu poder.
Eles são grandes especialistas em criação de pobreza e isso ninguém questiona. Eu me esforço para lutar contra esta pobreza.
A pobreza tornou-se algo natural e isso é ruim.
Minha tarefa é evitar o agravamento de tal condição.
As ideologias que produzem a pobreza devem ser denunciadas.
A educação é a grande solução para o problema.
Devemos ensinar as pessoas como salvar sua alma, mas ensinar-lhes
também a evitar a pobreza e a não permitir que o governo os conduza a esse
estado lastimável
   Mathews ofendido pergunta, e trava-se o seguinte diálogo:
- O senhor culpa o governo?
- Eu culpo os políticos que buscam seus próprios interesses.
Você e seus amigos são socialistas. 
Vocês (socialistas) e suas políticas, são a causa de 70 anos de miséria, e são culpados de levar muitos países à beira do colapso.
Vocês acreditam na redistribuição, que é uma das razões para a
pobreza.
Vocês querem nacionalizar o universo para poder controlar todas as
atividades humanas.
Vocês destroem o incentivo do homem, até mesmo para cuidar de sua família, o que é um crime contra a natureza e contra Deus.
Esta vossa ideologia cria mais pobres do que todas as empresas que vocês classificam de diabólicas”.
   Replica Mathews:
- Eu nunca tinha ouvido nada parecido de um cardeal.
   E o cardeal prossegue:
- As pessoas dominadas pelos socialistas precisam saber que não têm que
ser pobres.
   Ataca Mathews:
- E a América Latina? O senhor quer negar o progresso conseguido?
   Bergoglio responde:
 - O império da dependência foi criado na Venezuela por Hugo Chávez, com
falsas promessas e mentindo para que se ajoelhem diante de seu governo.
Dando peixe ao povo, sem lhes permitir pescar.
Se na América Latina alguém  aprende a pescar é punido e seus peixes são confiscados pelos socialistas.
A liberdade é castigada.
Você fala de progresso e eu falo de pobreza.
Temo pela América Latina. Toda a região está controlada por um bloco de regimes socialistas, como Cuba, Argentina, Equador, Bolívia, Venezuela, Nicarágua.
Quem vai salvá-los (a América Latina) dessa tirania?
    O jornalista acusa e o dialogo continua:
 - O senhor é um capitalista.
   Bergoglio:
 - Se pensarmos que o capital é necessário para construir fábricas, escolas, hospitais, igrejas, talvez eu seja capitalista. Você se opõe a este raciocínio?
Mathews:
 - Claro que não, mas o senhor não acha que o capital é retirado do povo pelas corporações abusivas?
   Bergoglio:
 - Não, eu acho que as pessoas, através de suas escolhas econômicas, devem decidir que parte do seu capital vai para esses projetos.
O uso do capital deve ser voluntário.
Só quando os políticos confiscam esse capital para construir obras públicas e para alimentar a burocracia é que surge um problema grave.
O capital investido voluntariamente é legítimo,
Mas o que é investido com base na coerção é ilegítimo.
   Mathews:
 - Suas idéias são radicais.
   Bergoglio:
 - Não. Há anos Khrushchev advertiu: "Não devemos esperar que os
americanos abracem o comunismo, mas podemos ajudar os seus líderes com
injeções de socialismo, até que, ao acordar, eles percebam que abraçaram o
comunismo".
Isto está acontecendo agora mesmo no antigo bastião da liberdade.
Como os EUA poderão salvar a América Latina, se eles próprios se tornarem escravos de seu governo?
   Mathews diz:
- Eu não consigo aceitar tal pensamento.
   O então cardeal responde e conclui:
- Você está muito irritado porque a verdade pode ser dolorosa.
Vocês (os comunistas) criaram o estado de bem-estar que consiste apenas em atender às necessidades dos pobres, pobres esses que foram criados por vocês mesmos, com a vossa política.
O estado interventor retira da sociedade, a sua responsabilidade.
Graças ao estado assistencialista, as famílias deixam de cumprir seus deveres para obterem o seu bem-estar, incluindo as igrejas.
As pessoas já não praticam mais a caridade e vêem os pobres como um
problema de governo.
Para a igreja já não há pobres a ajudar, porque foram e são empobrecidos
permanentemente e agora são propriedade dos políticos.
E algo que me irrita profundamente, é o fato dos meios de comunicação observarem o problema sem conseguir analisar o que o causa.
O povo empobrece e logo em seguida, vota em quem os afundou na pobreza.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

A GREVE

        Realizar greves é um direito constitucional de todo trabalhador.
Como a própria definição de greve anuncia, compete aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-la e sobre os interesses que devam por meio dela defender.
A legislação prevê regras para esse exercício, inclusive consta a previsão da greve ser declarada abusiva, em determinados casos.
Entretanto, apesar de a legislação dizer que a greve é temporária, portanto não eterna, não foi definido o tempo máximo da sua permanência.
Talvez, o legislador quando elaborou a legislação, acreditou no bom senso do trabalhador em definir qual tempo a greve deve durar.
Assim, pela legislação a greve pode ser ilimitada, desde que não enquadrada como abusiva.
O fato é que paralisar atividades, principalmente em serviços públicos ou concessões publicas, não afeta apenas os interesses do empregador.
Terceiros serão prejudicados.
Talvez ate mais do que o próprio empregador.
Nesse caso, a greve deveria ser considerada abusiva.
Não contra o empregador, mas contra aqueles que são atendidos pelo empregador.
Ações como a greve dos ferroviários da C.P.T.M., prejudicaram milhares de usuários, que foram penalizados sem ter nada a ver com o assunto.
Assim como as ações como a greve dos professores do nível médio, em vários estados brasileiros, prejudicam milhares de estudantes, que são penalizados sem ter nada a ver com o assunto.
A greve, no meu entender, deveria ser uma ultima manifestação de insatisfação.
Um aviso prévio do trabalhador aos empregadores.
Para mostrar claramente seu descontentamento e informar que, em não se resolvendo as questões que motivaram a greve, os trabalhadores pedirão sua exoneração.
Sim, solicitarão sua demissão.
Por que esse é o caminho que aqueles insatisfeitos com seu trabalho deveriam fazer.
Mas, não o fazem.
Preferem a manutenção de seus empregos.
Se assim pensam, então não estão insatisfeitos?
Não.
Também não é assim.
Querem sim uma melhora substancial.
Mas, se conseguirem uma melhoradinha, já esta bom.
O fato é que a força de uma demissão coletiva é superior a tudo.
O mercado de trabalho faz o restante.
Não havendo quem aceite as condições oferecidas pelo empregador, sobrará vagas.
Sobrando vagas, ou empregador deixa de prestar o serviço ou contrata trabalhadores com os valores que o mercado pratica.
Estando trabalhadores em falta, paga-se mais.
Mas, é isso que realmente acontece?
Não.
Sempre haverá aqueles que se sujeitam a receber menos para ter um emprego.
Daí que ninguém pede demissão.
Entretanto, apesar da greve parecer ter o mesmo efeito de uma demissão coletiva, já que simula uma, não o é.
O empregador sabe que mais dia, menos dia o trabalhador volta ao trabalho.
O trabalhador, uma vez que não perdeu o vinculo com a empresa e temeroso de perdê-lo, sucumbe, conformando-se com o ajuste obtido.
Com isso, perde o serviço, pois o trabalhador volta insatisfeito, e resulta na perda da produtividade.
Perde o tomador do serviço, pois recebera um serviço de menor qualidade.
Perde o empregador, pois retornará a sua zona de conforto e não se preocupará em reestruturar seu negocio.
Enquanto continuarmos nesse joguinho de fazer greves, que serve mais para atender interesses políticos partidários do que os interesses dos trabalhadores e dos clientes, seguiremos com um pais injusto.
Porque aqueles que detêm um mínimo de poder, sem greves, sem alardes, ajustam seus salários para o valor que bem entendem.
E o caso do poder judiciário e dos políticos.
Porque os trabalhadores da iniciativa privada, que não conseguem reunir força para promover greves, nem para provocar grandes mudanças no mercado de trabalho, continuam cada dia mais perdendo poder aquisitivo.
Os trabalhadores que atuam em serviços públicos, bem ou mal, conseguiram avanços salariais, graças ao governo petista que está mais próximo dessa categoria.
Temos que ter coragem e avançarmos para um estado mais moderno, sem a atual e estonteante burocracia.
Um estado onde as relações de trabalho sejam mais justas.
Para todos os trabalhadores.
Para que isso ocorra a primeira coisa que deve acontecer é termos um pais com equilíbrio econômico.
Durante o primeiro mandato do governo Lula, o cenário econômico era favorável, graças a inflação sob controle, mas ao invés do governo buscar o avanço, preocupou-se em se manter no poder.

Perdemos uma grande oportunidade de avançarmos.
E prenuncia-se anos piores!

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Reforma do poder nas Estatais

    Parece que o presidente da Câmara e do Senado entenderam melhor o que a população quer.
    A proposta deles no Congresso, envolvendo as Estatais, tem os seguintes tópicos:
1) Sabatina dos indicados a presidência, como acontece com os ministros do STF,
2) Comprovação do candidato a presidência de experiência de pelo menos um ano no mercado,
3) Ministros e ocupantes de cargos ate o terceiro escalão não podem integrar o Conselho de Administração,
4) Diretores devem ser eleitos pelo Conselho de Administração e comprovar experiência de 5 anos em cargos semelhantes,
5) Os membros dos Conselhos devem ser eleitos em assembléia de acionistas,
6) Dirigentes de estatais não podem tomar decisões que prejudiquem os acionistas minoritários,
7) As estatais devem ter Conselhos Fiscais e auditores para tronar seus gastos transparentes,
8) Caso as estatais descumpram metas e não entreguem resultados previstos pro 2 anos consecutivos, o Conselho de Administração devera destituir os diretores.
   Boas idéias.

   Mas, Dilma ja disse que não quer!!!!!!
   Não concorda com a perda do poder absoluto!
   E o Congresso como votara?

As top 5 do BNDES

Sabe qual é a empresa que mais contratos celebrou...
Celebrou nos 2 sentidos.
Firmou contrato...
E comemorou.
Muito bem, qual foi a empresa que mais firmou contratos com os países agraciados com financiamentos do BNDES?
Pois é ....
A Odebrecht!
Ela levou US$8,2 bilhões!
Ou seja, quase 70% do total das obras financiadas pelo banco, desde 2007.
A Odebrecht tem como “vendedor” nada mais nada menos do que quem?
Lulla!!!
Sim!
O vendedor Lulla é quem, digamos assim, faz a intermediação do negocio entre o Brasil, o pais beneficiário do financiamento do BNDES e a Odebrecht!
Ah! 
So pra constar.
Também foram agraciados as empresas
Andrade Gutierrez com U$2,6 bilhões
Queiros Galvão com US$388 milhões!
OAS com US$354 milhóes!
Camargo Correa com US$ 256 milhões!
Todas envolvidas no Petrolão!!!!
E ai no BNDES elas agiram com santidade?
Ta bom!
Me engana que eu me aguça meus instintos mais primitivos!

terça-feira, 2 de junho de 2015

Ajuste fiscal - parte 2

O estado patrimonialista brasileiro é uma folia.
Enquanto a maior parte da população paga juros abusivos.
Não!
Não estou me referindo a taxa de juros de cheque especial ou de cartão de credito.
Esses juros são um assalto a mão desarmada.
Refiro-me a taxas de juros na compra de um bem como automóvel,  como capital de giro das empresas, empréstimo consignado.
Esses juros que andam na casa dos 3% ao mês.
Ainda que possam parecer baixos, pois não são, tem gente que paga juros de 6% ao ano!
Sim, 6% ao ano!
Abaixo do que o governo paga de juros no mercado financeiro.
Hoje a taxa SELIC é de 13,15% ao ano!
Sabe quem financia taxa abaixo da SELIC?
O BNDES!
Sim, o BNDES financia, com dinheiro publico, alguns felizardos, cobrando a Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP, que hoje é de 6% ao ano.
Como é possível o governo pagar juros de 13,15% ao ano e cobrar 6% ao ano?
Só no Brasil patrimonialista!
Isso quebra qualquer um!
Ainda que o ministro Levy tenha dito que iria acabar com esse subsidio, como o BNDES continua sem transparência, nem eu e nem a velhinha de Taubaté acreditamos que seja verdade.
Isso sem falar das taxas de juros que foram emprestados com recursos do BNDES para países no estrangeiro.
Isso é um segredo a sete chaves.
Ninguém sabe!
Ainda que desconfiemos de que certos países nem o principal devolverão.
Como já ocorreu no passado em que certos países tiveram suas dividas, para com o Brasil, perdoadas.
Lulla foi benevolente com o chapéu alheio.
O fato é que esses recursos ditos emprestados a países não foram apenas uma solidariedade com esses países.
Serviram, isto sim, para que esses países contratassem empreiteiras brasileiras para executar obras.
Elas levavam o financiamento e ganhavam a obra.
Sem concorrência.
Qual o valor dessas obras?
Outro mistério.
Foram superfaturadas?
Eu não sei!

Enquanto o brasileiro comum se aperta nesse ajuste fiscal, muita gente, amigos Del Rey, comemoram os benesses que este governo proporcionou e sabe-se lá ate quando irão proporcionar.  

Ajuste fiscal - parte 1

Você descobriu que o que você ganha não é suficiente para pagar as suas contas.
O que você faz?
Pega dinheiro emprestado do agiota?
Se responder sim, saiba que você vai ficar em situação ainda pior.
Vai gastar mais!
Tenta ganhar mais?
Boa opção.
Mas, você não tem mais tempo disponível para trabalhar em outro emprego.
Seu tempo esta todo tomado.
Sobra o que?
Cortar as despesas.
Claro!
Mas, não é isso que o governo federal faz.
Ele resolve aumentar a taxa SELIC, que corresponde a taxa de juros que o governo vai pagar para os bancos e seus aplicadores.
Resultado.
Vai pegar dinheiro de agiota.
Vai gastar mais!
A desculpa é que aumentando a taxa SELIC o consumidor vai gastar menos.
E com isso faz um ajuste na economia.
Conversa fiada.
Os juros nos bancos estão impagáveis.
Aliás, sempre foram.
O que o governo esta mais uma vez fazendo é transferência de dinheiro publico para o setor privado de forma enviesada.
Para o consumidor gastar menos, basta o governo restringir o dinheiro disponível para os bancos emprestarem, que o dinheiro seca.
Reduz-se o credito sem aumentar juros SELIC.
Acontece que os bancos querem manter seus lucros fabulosos.
Então como não emprestam para a população, tem que arrumar um otário para emprestar.
Voltou a ciranda financeira.
Que faz um mal danado para a economia.
Ninguém investe.
Pra que correr risco se a taxa de juros é atraente?
Esse é um dos lados da questão.

Há outros que tratarei em outro comentário. 
Para aguçar.
Você sabia que todo o dinheiro do ajuste fiscal que foi prometido pelo Levy e Barbosa servira apenas para pagar o aumento dos juros SELIC?

Redução da maioridade penal é a solução?

         Ha algum tempo assistimos adolescentes participando ativamente em crimes violentos.
        A situação piora a cada dia.
        A reação das instituições publicas, frente a esse desafio, restringe-se a prendê-los e encaminhá-los a uma Instituição, onde deveriam se submeter a medidas sócios educativas, como preconiza o Estatuto da Criança e Adolescente.
A policia cumpre sua parte. Prende-os.
Mas, as Instituições responsáveis pelo cumprimento das medidas sócio educativas, são incapazes de receber esses jovens e corrigi-los.
Claro, há exceções.
Mas, o que se vê é que em pouco tempo, esses jovens saem das Instituições e continuam praticando crimes.  
Agora discute-se no Congresso a redução da maioridade penal.
Mas, será que essa é a solução?
Pesquisei e encontrei um texto de Vinicius Bandera, Pós-doutorando em História Social (USP), Doutor em Sociologia (UFRJ), Mestre em Ciência Política (UNICAMP), que aborda essa problemática.
Vou procurar resumir.
Explica-nos o autor que ao longo da história, os menores ficavam sob a ação direta da polícia, que se encarregava de levar para a delegacia tanto os menores abandonados quanto os menores delinqüentes.
Na delegacia, esses adolescentes submetiam-se a uma triagem para terem um destino de acordo com a situação de cada um.
Triagem essa que, não raramente, estava condicionada ao subjetivismo das autoridades policiais, ainda mais se considerarmos que àquela época o respeito aos direitos humanos era bem menos protegido do que é atualmente.
Como conseqüência da triagem uns ficavam presos à espera de julgamento e outros libertos, de volta às ruas.
Esses libertos eram entregue aos responsáveis, ou a instituições governamentais, principalmente para internação em escolas militares de aprendizes, ou a instituições assistenciais, principalmente da Igreja Católica.
Nessas instituições eram encaminhados para empregos no comércio, na indústria, na área rural, e mesmo a particulares, sob o regime de soldada, que é uma espécie de adoção sob regime de emprego, geralmente doméstico. Além de outros destinos menos cotados.
A quase totalidade desses menores era de origem pobre ou miserável, geralmente oriundos de famílias incursas em ambientes de marginalidade, nos quais vigoravam os chamados maus costumes, os hábitos "viciosos", enfim o mundo da desordem.
Ser menor abandonado era uma espécie de rito de passagem para se chegar a ser um menor delinquente, embora somente uma minoria dos menores abandonados chegasse a delinquir, no sentido de conflitar com a lei.
Como decorrência do avanço civilizatório modernizador capitalista e do agravamento do problema menores abandonados e delinquentes, surgiu o Código de Menores, sancionado em 1927.
O Código se apresentava como sendo uma lei para todos os menores, independentemente de  condições sociais, étnicas e  ideológicas  dos menores e/ou de seus familiares.
Não obstante, na prática, seus "clientes" mais frequentes eram os menores de antes: pobres ou miseráveis, com baixa ou nenhuma escolaridade, oriundos de lares e ambientes imersos no mundo da desordem, negros ou mestiços em sua maioria. 
O Código, malgrado com o tempo ter-se tornado anacrônico, era uma lei avançada para a época, no que tange a proteger e/ou corrigir os menores de idade.
Acontece que como no caso do futuro Estatuto da Criança e do Adolescente, não se muda a realidade por decreto.
O que implica dizer que o problema menores abandonados e delinquentes atravessou décadas, à revelia do Código de Menores, vindo a transformar-se nos  atuais problemas crianças e adolescentes em risco social e adolescentes em conflito com a lei.
Problemas estes que  suscitaram a necessidade de uma nova lei, representada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que, a despeito de ser bem mais favorável à causa infanto-juvenil do que fora o Código de Menores, também tem sido insuficiente em mitigar substantivamente a triste realidade de grande parte de crianças e adolescentes enquadrados em seus artigos.
Isto devido principalmente a que, como no período de vigência do Código, a realidade, na qual qualquer  lei se inscreve, não sofreu alterações significativas que viessem  a possibilitar  uma maior aproximação com os preceitos do ECA.
Por outro lado, na esteira da modernização industrializadora, o Brasil foi conduzido a um grande salto em termos de desenvolvimento econômico e tecnológico.
No entanto, tratava-se de um desenvolvimento concentrador de  riquezas, que trouxe um incremento de densidade populacional para as cidades mais desenvolvidas.
Sobretudo as do sudeste, acometidas de seguidos êxodos rurais, que sobrecarregavam a capacidade urbana de atender a essa demanda excedente.
Faltavam serviços públicos como saúde, educação, saneamento básico, entre outros.
Faltavam empregos e moradias, levando muitas famílias a não terem outra opção senão ocupar áreas sem estrutura habitacional adequada, como as favelas, que se desenvolviam em extensão, desordem urbanística, número de habitantes e marginalidade e criminalidade.
Todo esse quadro estrutural atingia diretamente a questão do menor, que, desde sua origem, em meados do século XIX, esteve associada, em grande parte, à desigualdade social, que persistia como um problema crônico.
No plano ideológico, a política do menor  seguia  tendo  considerável  porção  do  viés  cientificista de indigitar o menor como alguém fora da ordem, portanto  merecedor  de correção.
Não  se  aventava  a lógica  de  que a correção deveria passar  por  responsabilizar o Estado em garantir para todas as crianças e  adolescentes, independentemente de condição social ou étnica, os três lotes: cívico, político e social de direitos básicos indicados por Marshall  como componentes da cidadania liberal.
A lógica continuava a ser responsabilizar o menor por sua “culpa” de  se  encontrar  marginalizado, concedendo-lhe  a  correção  como  forma  de  seu adestramento social.
Também continuava o papel hegemônico do Estado em dirigir a política do menor.
Concluindo o problema social envolvendo crianças e adolescentes em risco social e adolescentes em conflito com a lei segue em um estado de extrema gravidade.
As razões para tal gravidade estão na continuidade do alto nível de desigualdade social que marca a sociedade brasileira, na influência perniciosa da indústria cultural em forjar valores e comportamentos baseados no individualismo possessivo, na deficiência escolar, sobretudo em se tratando de escola pública de ensino básico, em não educar os alunos para o fortalecimento de uma consciência crítica diante do mundo em que estão inseridos, além de fornecer-lhes uma educação de baixa qualidade em termos de disciplinas curriculares, e na deficiência, não menos grave do que a escolar, dos dispositivos estatais em educar os adolescentes cumpridores de medidas socioeducativas.
 Finalmente, a razão provavelmente de maior gravidade, por estar na raiz do problema, é a incapacidade de muitas famílias em educar suas crianças e adolescentes de modo a prevenir que elas entrem em situação de risco social, o que contribui de forma bastante acentuada para que sejam futuros agentes de conflitos com a lei.
Tal incapacidade decorre do fato de essas famílias estarem acometidas de alguns dos males, ou até todos, que acometem seus filhos e não contarem com apoio suficiente de organizações governamentais e/ou não-governamentais que lhes deem subsídios suficientes para desenvolverem uma consciência critica e uma condição material capazes de proteger a si a seus filhos.

Não atacando essas fontes principais de fatores de risco, de modo a fazerem serem vencidos por fatores protetivos, a tendência é que os problemas crianças e adolescentes em risco social e adolescentes em conflito com a lei prossigam no mesmo diapasão de então ou até venham a se agravar, a despeito da vigência de uma  lei bem qualificada do ponto de vista protetivo/corretivo e da diligência de uma multiplicidade de projetos, organizações e agentes bem intencionados em mitigar ambos os problemas. 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Entre a cruz e a caldeirinha

        Quando o governo federal instituiu o ambicioso programa habitacional Minha Casa Minha Vida não o fez sob forma de doação total do estado a população mais carente.
        O cliente do Programa tem um compromisso contratual de efetuar pagamentos de prestações mensais.
Na faixa 1 do programa, que é a que  atende famílias com renda inferior a R$1.600,00, o cliente paga prestações mensais entre R$25,00 e R$80,00 por ate 10 anos.
Embora isso represente apenas algo como 5% do valor total do imóvel, não é uma doação plena.
Entretanto, agora com a crise financeira, a inadimplência desses contratos aumentou para quase 22% dos contratos.
O que faria o agente financeiro nos casos de inadimplência?
Retomar o imóvel.
Ai é que a porca entorta o rabo.
Como despejar o cliente inadimplente, se o objetivo do Programa é justamente proporcionar reduzir o déficit de moradias e promover condições para que a população mais carente tivesse acesso digno a uma moradia?
Mesmo em condições melhores da economia sempre há uma inadimplência.
O cliente tem pouco comprometimento com o pagamento e pouco incentivo para fazê-lo.
Na primeira oportunidade o cliente prioriza outros pagamentos, pelo fato de saber que nunca será retomado seu imóvel.

Como resolver essas questões?