sábado, 16 de agosto de 2014

Destruindo mitos

Fico estarrecido com a fabulosa criatividade das pessoas.
Bastou Eduardo Campos sofrer um acidente aéreo fatal para se difundir uma serie de fantasiosas teorias de conspiração e criação de um mito.
Vamos por partes.
Houve um acidente aéreo, sim.
Se o piloto tivesse tido habilidade de pousar na primeira tentativa, nada disso teria existiria.
Não haveria a teoria da conspiração.
A verdade é que há muitos pilotos de avião, na área privada, que não se reciclam, como deveriam.
Por que?
Porque custa caro.
Porque demanda tempo, que significa menos horas de trabalho.
E afinal, já tem o breve e pronto.
Só que não é bem assim.
O piloto de avião não é um deus.
Ele é uma pessoa como qualquer outra.
Erra.
E se não estiver bem treinado, erra mais.
Como qualquer um.
O fato é que as condições meteorológicas eram desfavoráveis.
Havia o agravante de que a cabeceira da pista por onde o avião arremeteu dar de frente para a serra do Mar.
O que fez o piloto?
O que era indicado na carta de vôo.
Virou a esquerda, onde sobrevoaria Santos.
Vamos aqui fazer umas considerações.
Eu conheço essa pista.
Sobrevoei-a anos atrás quando voava de ultraleve.
As condições climáticas eram excelentes.
Eu via da pista a serra.
Certamente os pilotos não conheciam a pista.
Mas, sabiam que a serra do Mar esta la, próxima.
E não a enxergavam.
O que fizeram?
Fecharam a curva.
A baixa altitude.
Isso pode provocar uma queda.
Se houver corrente de ar descendente é chão na certa.
A investigação dirá.
Ai aparece a noticia de que a caixa preta do avião não gravou a conversa.
Outra bobagem.
A lei não exige que aviões particulares tenham caixa preta como equipamento. Apenas aviões comerciais e taxi aéreo de médio porte são obrigados a te-la.
Portanto, não é nenhum fato conspiratório ela não funcionar adequadamente.
E ai vem o mito.
O que representava Eduardo no cenário nacional?
Sejamos honestos.
Quase nada.
Por aqui, poucos o conheciam.
Tanto é que sua cotação nas pesquisas de intenção de voto era baixa.
Agora virou estadista!
Herói nacional.
Respeito a figura humana dele.
Lamento sua morte e dos demais passageiros.
Mas, daí a virar um mito....

É muito.

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