Esse meu novo projeto de escrever um texto longo, em capítulos, dei o titulo Meus Ancestrais.
Foi elaborado com base
no resultado de uma pesquisa na internet que realizei de maneira descompromissada
para tentar descobrir a origem da minha família.
Quando iniciei a
pesquisa não tinha a menor idéia até onde iria chegar.
Sabia que até um
passado recente os nascimentos, casamentos e óbitos eram registrados nas
igrejas, ao invés dos cartórios civis, como é hoje. Eles não existiam.
Diante disso, somente
alguém muito interessado em fazer todo o levantamento de dados de uma família,
pesquisando em diversas igrejas de várias localidades, conseguiria descobrir os
nomes que compõe uma árvore genealógica.
Ou no caso uma raiz
genealógica.
De alguma forma,
alguém fez o trabalho mais árduo e postou num site de genealogia.
Sem saber quem foi,
agradeço-o por ter-me permitido chegar aonde cheguei.
Surpreendi-me com o
resultado.
Vamos ao texto.
Capitulo I – Como se iniciou a busca.
Foi
num sábado de outono que recebi em minha casa a visita inesperada de meu primo
Paulo Fairbanks Barbosa.
Como
a temperatura estava amena, resolvemos ficar na varanda, que está localizada no
prolongamento da sala de visitas, nos fundos da residência.
A
varanda é uma cobertura de telhas vãs, cuja estrutura de madeira de peroba rosa
está apoiada de um lado, na parte superior, na parede da casa e de outro sobre
quatro pilares de madeira maciça. Tem um piso de pedras retangulares de ardósia
verde.
Há
uma rede pendurada em cada um dos vãos entre os pilares. A mobília é
constituída de cadeiras e poltronas de madeira com mesas de apoio em madeira
rústica.
Sentado na varanda se avista uma vegetação
densa, que causa uma falsa impressão de há uma floresta, que se prolonga após o
fundo do terreno. Muitos amigos sempre comentam isso. Essa vegetação foi
desenvolvida ao longo dos anos, colada ao muro feito de pedras, que faz a
divisa com o terreno vizinho.
Paulo
sentou-se em um sofá todo de madeira, enquanto eu deitei em uma das redes.
Apreciávamos
os raios de sol que se espreguiçavam através da vegetação, no cair da tarde.
Conversávamos
coisas do dia a dia, até que a conversa se encaminhou para as recordações do
passado. Lembrávamos de nossa infância.
Paulo,
então, questionou nosso laço de família.
Ele
nem esperou eu falar e afirmou que o avô dele deveria ser irmão do meu avô.
Respondi
que isso não era possível, pois o sobrenome do meu avô era Duarte e o nosso
sobrenome comum era Barbosa.
Ele
então afirmou que o avô dele era irmão da minha avó.
Eu
sabia que não era.
Eu
não conheci minha avó, pois ela morreu muita jovem, anos antes de eu nascer.
Mas conheci alguns dos irmãos dela.
O
avô de Paulo, Luiz Gonzaga Vianna Barbosa, tinha certeza que não era um dos
irmãos da minha avó.
Lembrei
de que, na minha infância, acompanhava meus pais nas visitas na casa de Diva,
tia dele, em São Paulo ,
no bairro da Vila Nova Conceição. E que morava junto com ela a avó dele, dona
Tintinha, que era viúva. Ela era Fairbanks.
Disse
que, provavelmente, nossa ligação era com nossos bisavós. Nossa ligação como
primos era distante.
Ele
foi embora e eu fiquei curioso em descobrir qual era nossa ligação.
Pensei:
Amanhã, vou dar uma pesquisada no Google para ver se encontro alguma coisa.
Como
meu avô Alcindo e minha tia Nilze, que morava junto com ele, residiam em
Campinas, essas viagens ocorriam quase todos os domingos.
Comecei
a fazer uma retrospectiva dos irmãos da minha avó Sarah, que os conheci quase
todos, durante a minha infância.
Lembro-me
vagamente de alguns deles, pois os visitávamos, com certa freqüência, no
périplo de visitas a parentes que fazíamos quando de nossa ida a Campinas.
Havia
um político, Ruy de Almeida Barbosa, que tínhamos muito contato com ele.
Durante
as campanhas eleitorais meu pai o ajudava no comitê de campanha. Lembro de uma
vez que fui a um desses comitês. Achava tudo aquilo muito divertido e me sentia
importante por ser sobrinho dele.
Tio Ruy teve três filhos: Ruizinho, Maria
Helena e Maria Regina. Os dois primeiros eram mais velhos e tive pouco contato.
Já com Maria Regina, durante minha infância brincávamos juntos. Ela era minha
namorada platônica, pois nunca revelei a ela minha paixão.
No
dia seguinte, pesquisei na internet o nome do meu tio.
Digitei:
Ruy de Almeida Barbosa.
Encontrei
essa foto dele.
Encontrei
várias referencias ao meu tio na área política, sobre ter sido deputado
estadual e presidente da Assembléia Legislativa do estado de São Paulo, deputado
federal e prefeito de Campinas.
Mas,
não encontrava nada que fizesse referencia a família Barbosa.
Encontrei
essa ilustração com texto sobre ele:
Há
uma passagem curiosa em sua vida política na eleição para prefeito de Campinas
em 1968.
Tio
Ruy era o candidato favorito a prefeito. Ele sofreu uma queda e teve a retina
deslocada. Decidiu renunciar a candidatura para se tratar e recuperar.
Resultado: foi eleito prefeito de Campinas Orestes Quércia.
Havia
uma freira, irmã Regina, que não morava em Campinas. Mas , como
vinha com certa frequencia a cidade, ela se hospedava em um colégio de freiras
da mesma congregação. Era nesse local que a visitávamos
Havia
também outros irmãos da minha avó. Eram a Cely, Wladimir, João, Francisco,
Dácio, Agnelo, Edite, Maria Amélia, Olga, Theodoro, Clarice e Moacir.
Depois,
na adolescência, as viagens foram rareando, acabei não mantendo contato com os
irmãos da minha avó.
Resolvi
perguntar a minha tia Nilze, irmã do meu pai, já que este é falecido, o nome de
meu bisavô e da minha bisavó, por parte da minha avó Sarah. Ela informou os
nomes Theodoro Vianna Barbosa e Elvira de Almeida.
Encontrei
no Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro - 1891 a 1940 uma citação
do Ano
1918\Edição C00074 - Pag: 576, na qual ele aparece como vereador,
que reproduzo abaixo.
Continuei
pesquisando e descobri que também foi presidente da Câmara Municipal de São
Simão.
Na
seqüência achei o site www.genealogia.villasboas.nom.br/OutrasGens/bja/pafg03.htm
onde encontrei a seguinte informação:
CASAMENTO (Cartório) :
- Pesquisa de Luis Antonio Villas Bôas, realizada em 17/ABR/2004 no microfilme da CHF 1444053, item 11, referentes aos registros de casamentos do cartório de São Simão, onde à folha 140V, termo 226, consta : "Aos 23/ABR/1892 ..... receberam-seem
matrimônio THEODORO VIANNA BARBOSA, com 23 anos, solteiro,
filho legítimo do Doutor JOSÉ JULIO VIANNA BARBOSA, e D. CECÍLIA LUDOVINA
BARBOSA BRANDÃO, natural de Minas e D. ELVIRA ROSALEA DE ALMEIDA com 21 anos,
solteira, filha legítima de JOÃO BENTO DE ALMEIDA e D. AMÉLIA ALVES DE ALMEIDA,
natural do estado do Rio ...."
- Pesquisa de Luis Antonio Villas Bôas, realizada em 17/ABR/2004 no microfilme da CHF 1444053, item 11, referentes aos registros de casamentos do cartório de São Simão, onde à folha 140V, termo 226, consta : "Aos 23/ABR/1892 ..... receberam-se
FALECIMENTO :
- Na borda, junto a assento de casamento consta que Teodoro faleceu no distrito da Conceição da comarca de Campinas (SP) no dia 27/SET/1929.
- Na borda, junto a assento de casamento consta que Teodoro faleceu no distrito da Conceição da comarca de Campinas (SP) no dia 27/SET/1929.
Agora,
tinha mais uma informação. O nome de meu trisavô, José Julio Vianna Barbosa da
Silva, e da minha trisavó, Cecília Ludovina Barbosa Brandão.
Digitei
o nome do meu trisavô e fui conduzido ao site de genealogia http://familytreemaker.genealogy.com
Havia
uma pagina que constava o nome do pai e da mãe dele, o nome da esposa, a
filiação dela e o nome dos filhos.
Descobri
então que meu bisavô Theodoro era irmão de Luiz Gonzaga Vianna Barbosa, que foi
casado com Adalgisa Cavalcanti Fairbanks, conhecida como Tintinha, que eram os
pais de Jose Julio Fairbanks Barbosa, este pai do Paulo, meu primo.
Telefonei
para Paulo e contei-lhe da descoberta. Éramos realmente primos distantes.
Diante
dessa descoberta me empolguei.
Resolvi
continuar a pesquisa.
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