quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Sobre a PEC 241

Muita se comenta sobre a PEC 241.
Essa que trata da limitação das despesas do governo federal.
Há os que são a favor.
A maioria é a turma do oba oba.
Apoiam, mas poucos sabem sobre exatamente do que se trata.
Mas, felizmente, adotaram o lado certo.
E há os que são contra.
Muitos também são da turma do oba oba.
Há também aqueles que são sempre do contra.
São aqueles que pensam: “Há governo, sou contra”.
Mas, infelizmente, são da oposição.
O fato é que essa turma do contra justifica seus posicionamentos com argumentos que classifico de meias verdades.
Argumentos meias verdades são aqueles que têm em seu enunciado verdades incontestáveis.
E causam grande choque em quem os le.
Apesar de suas conclusões serem falsas.
Isto porque quem lê essas meio verdades restringe-se a parte da verdade e aceitam as conclusões sem uma maior reflexão.
Veja, por exemplo, a batida e repetida verdade de que o contingenciamento das despesas publicas irá trazer prejuízo ao orçamento da saúde e da educação.
Vai sim.
É obvio que vai.
Esse tópico faz parte o orçamento.
Se o orçamento por inteiro for cortado, as verbas para a saúde e educação também serão cortadas.
Antes de avançarmos temos uma reflexão a fazer.
Trata-se da questão ”ser ou não ser”.
Ou seja.
Se não houver cortes nas despesas, qual a alternativa?
É aumentar impostos.
Quem tem duvida?
Ainda bem que os mesmos que são contra o corte, acertadamente, são contra o aumento de impostos.
Então nos deparamos com um impasse.
Ou se corta as despesas ou aumenta-se os impostos.
Para aqueles que poderão ser seduzidos pela solução do aumento de imposto, porque os há, basta ler a historia do Brasil dos últimos 30 anos.
Na verdade esse impasse vem la de trás.
A solução de aumentar impostos, adotada pelos governos antecessores, foi a escolhida e não deu certo.
O resultado foi que chegamos a uma das maiores cargas tributarias do planeta.
Enquanto as despesas, que são altas na mesma proporção, nos oferecem um serviço publico de péssima qualidade.
Aumentaram os impostos e a voracidade dos gastos cresceu na mesma proporção.
Não houve contenção de despesa.
Conclusão essa saída não funciona.
Vira o céu é o limite.
Esta claro que temos que adotar o corte de despesas?
Afinal é a única que nos resta.
Ai surge a conclusão falsa dos do contra.
Será cortado as verbas com a saúde e educação enquanto o políticos continuaram com seus privilégios.
Essa conclusão é falsa não porque os políticos não continuarão mantendo seus privilégios.
Continuaram, sim.
É falsa porque mostra uma posição conformista de deixar do jeito que esta para ver como é que fica.
Isso é inaceitável.
Temos que fazer mudanças.
Claro que sentimo-nos lesados.
Fazemos a nossa parte e eles não fazem a deles.
Isso merece nosso basta!
O mundo dos privilégios é amplo.
Acredito que se todos fossem cortados, sobraria muito dinheiro nos cofres públicos!
Sabemos que os políticos, com pouco tempo de atividade, embolsam aposentadorias milionárias.
Mas, antes, temos que entender que não são apenas os políticos que usufruem de privilégios.
Veja o caso dos juízes.
Empurraram goela abaixo do governo um auxilio moradia.
Valor este maior do que o valor do teto da aposentadoria de todos aqueles que se aposentam pelo INSS!
E tantos outros privilégios que sangram os cofres públicos.
Isso para não falar da roubalheira.
Não so dos políticos.
Há um mundo de roubalheira no serviço publico, escondido no manto da falta de transparência.
Mas, sejamos honestos, mesmo que fosse mais transparente, é de difícil detecção.
Para que não fosse praticada essa roubalheira é preciso mais honestidade individual.
Mais ética.
Sei que pensar num mundo ideal é utopia.
Mas, o fato é que há muita facilidade, graças à impunidade.
A Lava jato veio para nos fazer acreditar que o combate a roubalheira é um novo caminho.
Sua espetacular atuação, embora seja basicamente relativa a uma empresa que foi saqueada, é um marco histórico.
Devemos apoiá-la e outras iniciativas do poder judiciário no combate a roubalheira, porque ainda há muito que se descobrir.
O fato é que a roubalheira praticada pelos funcionários públicos em conivência com empresários, que nem poderiam ser classificados como tal, tem que ser combatido.
Mas, para resolver esta questão é preciso remodelar o estado.
E remodelar não é simples.
Leva tempo e é difícil.
Mas, não impossível!
Enquanto aguardamos essa reestruturação, é preciso frear as despesas.
É isso que esta sendo feito pelo governo federal.
O próximo passo será reestruturar o estado.
Mas, vai depender de nosso posicionamento sobre o assunto.
Temos que continuar nas ruas exigindo essas reformas do estado pelos políticos.
Não adianta esperar dos outros um altruísmo que nem nós temos, quando se trata de mexer nos nossos bolsos.
Mas, ou agimos, com um razoável grau de altruísmo, ou nunca mexeremos em nada.
Sabemos que há uns mais poderosos do que outros.
Os mais fracos sempre serão os prejudicados em maior proporção.
O mundo é assim.
É por isso que teremos que exercer um certo grau de altruísmo, se pretendemos evoluir.
Por outro lado, essa reestruturação nunca será exatamente como gostaríamos que fosse.
Terá que ser dentro do possível.
A democracia funciona assim.
Qualquer alteração vai sempre desagradar aqueles que forem atingidos por ela.
É inegável que em todas as áreas sempre haverá um grupo de descontentes.
Por isso será o possível.
Então aquele que chora que faltaram recursos na saúde e na educação, precisa entender que não adianta chorar.
Tem é que lutar contra os desperdícios fabulosos praticados no orçamento publico.

Ai sim haverá abundancia em recursos para a educação, para a saúde, para a segurança publica e poderemos ate pensar em usufruirmos de serviços públicos de melhor qualidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é bem vindo!
Agradeço sua participação.