Seu maior destaque foi quando criou uma inusitada briga com sua colega petista, Maria do Rosário, que entrou no jogo dele, ou, talvez, ele no dela, que acabou por torna-los celebridades na mídia.
A partir dai, Bolsonaro entrou no radar das pessoas indignadas com a roubalheira promovida por Lula, PT e toda gangue indiciada na Lava Jato, como o herói nacional que resgataria a moralidade publica.
Virou ídolo nacional de combate a corrupção e acabou sendo eleito Presidente da Republica.
Ainda que não estivesse preparado para o cargo, isso não seria problema.
Conseguiu reunir ministros que poderiam ajuda-lo a fazer um bom governo.
Mas, desde o inicio, começou a mostrar sua baixa intelectualidade e alta ambição mesquinha.
Tentou nomear um de seus filhos como embaixador do Brasil nos USA, justificando que este estaria capacitado, por ter trabalhado numa lanchonete nos USA, fazendo hambúrgueres!
Com a chegada da pandemia mostrou seu total despreparo e desequilibro emocional.
Acreditando que a pandemia traria, em seu rastro, uma debacle na economia nacional, como de fato aconteceu mundialmente, e, como consequência, ofuscaria sua projeção como um grande governante, resolveu enfrentar a doença pelo caminho errado.
Opôs-se aos precários meios disponíveis no combate a doença, como o afastamento social e o uso de mascaras.
Não satisfeito com a falta de proeminência no combate a pandemia, demitiu seu ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, que, por ser medico, fazia um bom trabalho e se destacava na mídia por isso.
Decidiu nomear em seu lugar um fantoche, que, reconhecendo essa condição, disse:
"Um manda e o outro obedece".
E Bolsonaro se apresentou como o grande especialista no assunto de combate a Covid 19, fazendo propaganda da ivermectina e cloroquina, cuja eficiência era contestada por verdadeiros especialistas no assunto.
Quando surgiram as vacinas refutou-as, alegando que quem a tomasse viraria jacaré, entre outros argumentos tolos.
Mas, acabou tendo que colocar o governo na aquisição e distribuição das mesmas.
Apesar dele próprio e de seus assessores próximos, refutarem serem vacinados.
Com a saída das melhores cabeças dos seus ministérios, restou-lhe apenas Paulo Guedes, que permaneceu no cargo, sabe-se la por que razão, já que suas melhores propostas acabaram sendo esvaziadas pelo próprio Bolsonaro.
Para segurar-se na cadeira presidencial ate o fim do mandato, Bolsonaro entregou a direção de seu governo a seus antigos inimigos, o centrão, que virou seu novo aliado.
Era tão firme o apoio, que, no dia seguinte às eleições, ao tomarem conhecimento do resultado, migraram para o vencedor.
Como se tudo isso não bastasse, o ego de Bolsonaro, que se inflou com sua inesperada eleição presidencial, convenceu-o que ele deveria se eternizar no poder.
Era o Messias da politica!
E sua missão seria cumprida democraticamente ou através de um golpe, se assim fosse necessário.
Assim escolheu como inimigo publico numero um a urna eletrônica.
Como um Dom Quixote dos trópicos, Bolsonaro fazia seus admiradores acreditarem que, se não fosse reeleito, a razão seria a fraude nas urnas.
E incitava esses mesmos admiradores a apoia-lo, caso não se reelegesse, a trilhar um caminho que atropelasse a Constituição.
Nesse meio tempo deparou-se com Alexandre de Moraes, defensor das urnas.
Acabou elegendo-o seu oponente, sem imaginar que a escolha desse oponente, com capacidade intelectual e de articulação politica muito maior do que a dele, pudesse ser seu freio e adiante leva-lo aos tribunais, como esta acontecendo.
Foi mais um de seus grandes erros estrategicos.
Num desses episódios de demonstração de sua força, Bolsonaro fez com que desfilasse em Brasilia, na esplanada dos ministérios, equipamentos militares.
Para sua surpresa e riso de muita gente, um desses equipamentos desfilava fumegante de óleo queimado, diminuindo o poder da cena.
Acredita-se que isso foi sabotagem.
Noutro episodio, em São Paulo, Bolsonaro chegou de helicóptero à Av. Paulista, falando duro contra as urnas e contra o Supremo.
Muitos de seus admiradores, reunidos no local, aguardavam ansiosos que naquele dia Bolsonaro fizesse o tão esperado e propalado golpe de estado.
Mas, ao final, contido pela falta de apoio militar, que acabou não acontecendo, já em Brasilia, num recuo pragmático, convocou o ex-presidente Temer para escrever uma carta, que no final ele assinou, pedindo desculpas ao STF na pessoa de Alexandre de Moraes.
Perdida a eleição, enquanto seus mais fanáticos seguidores se reuniam às portas de quarteis, pelo Brasil afora, revindicando que os militares assumissem o poder, Bolsonaro se preocupava mais em arrecadar joias, que havia recebido em viagens oficiais, para vende-las nos USA.
Um dia antes da posse de Lula, Bolsonaro, depressivo, viajou a Orlando, onde permaneceu no ostracismo, que a historia que ele escreveu, o destinara.
Acabou voltando ao Brasil, com o apoio do presidente do seu partido, PL, que continuou enxergando nele uma liderança nacional em oposição a Lula.
Por aqui, os processos judiciais, que foram abertos contra ele, seguiam.
Num deles, foi condenado a inelegibilidade.
Quando foram cobradas as joias que Bolsonaro, ilegalmente, havia subtraído do patrimônio da União, numa desastrosa operação de recuperação das joias vendidas, Bolsonaro envolveu militares, cuja missão nunca foi limpar a sujeira de um presidente, deixando rastros infantis num suposto crime cometido.
Agora de herói nacional passou a ser um ladrão de galinhas.
Isto posto, não sei como completar os três pontinhos do titulo deste artigo.
Cada um faça sua escolha.