Estava ontem assistindo uma reportagem da GloboNews sobre a expansão da
religião Islâmica no Brasil.
Não foi dito isto na matéria, mas tenho conhecimento de que há dois anos
foi realizado na Turquia um encontro com líderes
islâmicos de 40 países.
Nessa reunião foi definida
uma estratégia de expansão do islamismo em
diversos países do mundo e popularizar suas tradições no futuro.
Os líderes islâmicos
pretendem expandir a religião no Brasil e na América do Sul.
Por uma razão muito
simples.
Por aqui ainda não há “islamofobia”.
Havendo
menor resistência à fé muçulmana, facilita a disseminação.
Por
outro lado, há uma condição importante nesse jogo.
É a
grande facilidade com que o brasileiro troca de religião.
No
passado não muito distante a população brasileira era de maioria católica.
Nesses
últimos anos houve uma migração para religiões evangélicas, principalmente as
neopentecostais.
Esse
fator de mobilidade deve ter também entusiasmado os lideres islâmicos em sua
decisão.
Para ilustrar essa expansão a reportagem mostrou uma mesquita bem
simples no meio de uma comunidade no Embu das Artes.
Um cantor de rapper, de alguma forma, identificou-se com o Islamismo.
Deixou de ser cantor e transformou-se num líder religioso nessa
comunidade.
Mudou ate seu visual, com a cabeça raspada e barba longa.
Enquanto assistia a matéria, comecei a fazer uma reflexão, de como o
islamismo aqui no Brasil seguia exatamente a cartilha que fundamenta as
religiões que conhecemos no mundo ocidental.
A fórmula da religião pressupõe a criação de uma divindade, que possui
amplos poderes sobre os seres humanos, que deve ser reverenciada sempre, mas por
ser imaginária, ninguém consegue vê-la.
Com exceção do fundador dessa religião, que mantém diálogo direto com
essa divindade.
Assim, o fundador estabelece as regras básicas com o aval da divindade,
que devem ser seguidas pelos fieis que aderirem a religião.
Depois, com o crescimento da religião, para prosseguimento da mesma
aparecem os representantes dos fundadores e da divindade, que ajudarão a manter
e difundir a religião.
Alguns, ate, incrementam novas regras, sem perder de vista suas próprias
e convenientes regras, de maneira a manter os seguidores unidos nessa chamada fé
e poderem exercer sua liderança com tranquilidade.
Evidentemente, para que se de o amalgama é necessário haver um grupo de
pessoas oprimidas, carentes e sem esperança.
Como a comunidade de Embu.
Que através da liderança islâmica que la se instalou oferece conforto e
apoio moral a esse povo.
Mal sabendo que acabará sendo dominado e manipulado pela fé.
Como acontece em todas as religiões.
A migração dos católicos para as seitas neopentecostais se deu
exatamente sobre essa condição.
Os chamados pastores fizeram do rito religioso tradicional um espetáculo
de dramatização interpretado por pessoas selecionadas por eles, que fazem depoimentos
os mais esdrúxulos possíveis para demonstrarem que tiveram suas vidas melhoradas
depois que aderiram a seita.
O espetáculo sensibiliza de tal forma quem assiste que provoca no individuo a explosão do instinto pela sobrevivência.
Esse instinto tem a seguinte mola propulsora.
Quanto mais o mundo conspira para matar o individuo, mais intensamente ele
deseja viver.
Que é uma ação natural.
Assim, como em geral essa pessoa se encontra em um estado de autocomiseração
ou, em alguns casos, de real desgraça que faz com que essa pessoa lute mais
arduamente pelas suas aspirações.
Essa reação positiva faz com que aconteça o fenômeno do sucesso.
Por exclusiva consequência das ações que ele mesmo tomou.
Mas ele acaba reputando àquela religião.
E acaba virando um circulo vicioso e pior.
Assistimos há alguns anos as religiões neopentecostais, que eram tímidas
em seu inicio, após sua consolidação nacional, passarem a integrar e dominar o
mundo politico.
E o povo acreditando que esta no poder politico, quando na verdade é
apenas um instrumento dessas lideranças.
Essa regra vem desde o passado longínquo.
A única diferença é que havia uma segregação sem maquiagem.
Havia a alta corte, que dominava e a grande massa que só obedecia.
Isso era aceito sem grandes contestações.
Mas, sempre no meio dessa massa surgia alguém com ideias revolucionárias.
Não propriamente para vencer a alta corte numa batalha.
A vitória era contra o mesmo povo.
O objetivo era obter para ele próprio uma condição superior entre os
desgraçados.
Assim foi, por exemplo, com os judeus, que se tornaram escravos dos egípcios.
Moisés, considerado uma das maiores lideranças judia, na verdade nunca
lutou contra os egípcios para vencê-los e domina-los.
Sua real intenção foi unir os judeus para sair daquela condição de
escravos que lhe foi imposta e formar uma nova nação sob sua liderança.
A própria religião cristã, quando se iniciou, não era una, como alguns
equivocadamente imaginam.
O fato é que havia, principalmente no Oriente, uma maioria de pessoas oprimidas
pela dominação romana há séculos.
Especialmente pobres e escravos,
que acabaram se voltando para a religião cristã por acreditarem na promessa de
vida eterna no Paraíso.
Como não tinham força militar para reagir contra o Império, aceitavam a
falsa promessa de que o sofrimento na Terra seria recompensado após a morte.
Quando o imperador romano Constantino percebeu a o crescimento de
adeptos dessa nova religião cristã e a força que estava adquirindo, entendeu
ser mais útil tê-la como aliada, na manutenção da ordem politica, do que como
inimiga.
E através do concilio de Nicéia, reuniu um amontoado de bispos, que
tinham algumas convergências ideológicas, para formar uma religião única.
Ao final, acabou por tornar a religião cristã a religião oficial do Império
Romano, em detrimento da religião pagã que subsistia desde os primórdios do Império.
Foi essa mesma religião cristã que nos conduziu a Idade Média, na qual
muito do conhecimento humano, ate então conquistado, foi censurado e destruído.
Nunca podemos nos esquecer de que essa dominação que se instaurou meteu
a humanidade num atraso cultural por séculos.
O fato é que o islamismo torna-se uma nova força religiosa, com
poderosos recursos, que poderá vir a mudar a cultura brasileira no futuro, e
trazer um retrocesso cultural pelo seu antagonismo a liberdade de pensamento e
expressão, que a cultura ocidental conquistou desde a Idade Media.