Muita se comenta sobre a PEC
241.
Essa que trata da limitação
das despesas do governo federal.
Há os que são a favor.
A maioria é a turma do oba
oba.
Apoiam, mas poucos sabem
sobre exatamente do que se trata.
Mas, felizmente, adotaram o
lado certo.
E há os que são contra.
Muitos também são da turma do
oba oba.
Há também aqueles que são
sempre do contra.
São aqueles que pensam: “Há
governo, sou contra”.
Mas, infelizmente, são da
oposição.
O fato é que essa turma do
contra justifica seus posicionamentos com argumentos que classifico de meias
verdades.
Argumentos meias verdades
são aqueles que têm em seu enunciado verdades incontestáveis.
E causam grande choque em
quem os le.
Apesar de suas conclusões
serem falsas.
Isto porque quem lê essas
meio verdades restringe-se a parte da verdade e aceitam as conclusões sem uma
maior reflexão.
Veja, por exemplo, a batida
e repetida verdade de que o contingenciamento das despesas publicas irá trazer
prejuízo ao orçamento da saúde e da educação.
Vai sim.
É obvio que vai.
Esse tópico faz parte o
orçamento.
Se o orçamento por inteiro for
cortado, as verbas para a saúde e educação também serão cortadas.
Antes de avançarmos temos
uma reflexão a fazer.
Trata-se da questão ”ser ou
não ser”.
Ou seja.
Se não houver cortes nas
despesas, qual a alternativa?
É aumentar impostos.
Quem tem duvida?
Ainda bem que os mesmos que
são contra o corte, acertadamente, são contra o aumento de impostos.
Então nos deparamos com um
impasse.
Ou se corta as despesas ou
aumenta-se os impostos.
Para aqueles que poderão
ser seduzidos pela solução do aumento de imposto, porque os há, basta ler a historia
do Brasil dos últimos 30 anos.
Na verdade esse impasse vem
la de trás.
A solução de aumentar
impostos, adotada pelos governos antecessores, foi a escolhida e não deu certo.
O resultado foi que
chegamos a uma das maiores cargas tributarias do planeta.
Enquanto as despesas, que
são altas na mesma proporção, nos oferecem um serviço publico de péssima
qualidade.
Aumentaram os impostos e a
voracidade dos gastos cresceu na mesma proporção.
Não houve contenção de
despesa.
Conclusão essa saída não
funciona.
Vira o céu é o limite.
Esta claro que temos que
adotar o corte de despesas?
Afinal é a única que nos
resta.
Ai surge a conclusão falsa dos
do contra.
Será cortado as verbas com
a saúde e educação enquanto o políticos continuaram com seus privilégios.
Essa conclusão é falsa não porque
os políticos não continuarão mantendo seus privilégios.
Continuaram, sim.
É falsa porque mostra uma
posição conformista de deixar do jeito que esta para ver como é que fica.
Isso é inaceitável.
Temos que fazer mudanças.
Claro que sentimo-nos
lesados.
Fazemos a nossa parte e
eles não fazem a deles.
Isso merece nosso basta!
O mundo dos privilégios é
amplo.
Acredito que se todos
fossem cortados, sobraria muito dinheiro nos cofres públicos!
Sabemos que os políticos,
com pouco tempo de atividade, embolsam aposentadorias milionárias.
Mas, antes, temos que
entender que não são apenas os políticos que usufruem de privilégios.
Veja o caso dos juízes.
Empurraram goela abaixo do
governo um auxilio moradia.
Valor este maior do que o
valor do teto da aposentadoria de todos aqueles que se aposentam pelo INSS!
E tantos outros privilégios
que sangram os cofres públicos.
Isso para não falar da
roubalheira.
Não so dos políticos.
Há um mundo de roubalheira
no serviço publico, escondido no manto da falta de transparência.
Mas, sejamos honestos,
mesmo que fosse mais transparente, é de difícil detecção.
Para que não fosse
praticada essa roubalheira é preciso mais honestidade individual.
Mais ética.
Sei que pensar num mundo
ideal é utopia.
Mas, o fato é que há muita
facilidade, graças à impunidade.
A Lava jato veio para nos
fazer acreditar que o combate a roubalheira é um novo caminho.
Sua espetacular atuação,
embora seja basicamente relativa a uma empresa que foi saqueada, é um marco
histórico.
Devemos apoiá-la e outras
iniciativas do poder judiciário no combate a roubalheira, porque ainda há muito
que se descobrir.
O fato é que a roubalheira
praticada pelos funcionários públicos em conivência com empresários, que nem
poderiam ser classificados como tal, tem que ser combatido.
Mas, para resolver esta
questão é preciso remodelar o estado.
E remodelar não é simples.
Leva tempo e é difícil.
Mas, não impossível!
Enquanto aguardamos essa reestruturação,
é preciso frear as despesas.
É isso que esta sendo feito
pelo governo federal.
O próximo passo será reestruturar
o estado.
Mas, vai depender de nosso
posicionamento sobre o assunto.
Temos que continuar nas
ruas exigindo essas reformas do estado pelos políticos.
Não adianta esperar dos
outros um altruísmo que nem nós temos, quando se trata de mexer nos nossos
bolsos.
Mas, ou agimos, com um
razoável grau de altruísmo, ou nunca mexeremos em nada.
Sabemos que há uns mais
poderosos do que outros.
Os mais fracos sempre serão
os prejudicados em maior proporção.
O mundo é assim.
É por isso que teremos que exercer
um certo grau de altruísmo, se pretendemos evoluir.
Por outro lado, essa
reestruturação nunca será exatamente como gostaríamos que fosse.
Terá que ser dentro do
possível.
A democracia funciona
assim.
Qualquer alteração vai sempre
desagradar aqueles que forem atingidos por ela.
É inegável que em todas as
áreas sempre haverá um grupo de descontentes.
Por isso será o possível.
Então aquele que chora que faltaram
recursos na saúde e na educação, precisa entender que não adianta chorar.
Tem é que lutar contra os
desperdícios fabulosos praticados no orçamento publico.
Ai sim haverá abundancia em
recursos para a educação, para a saúde, para a segurança publica e poderemos
ate pensar em usufruirmos de serviços públicos de melhor qualidade.