quinta-feira, 30 de abril de 2015

O que ha por trás da manifestação dos professores do Paraná

Os noticiários estão focados na manifestação de professores do Paraná.

Imagens chocantes mostram feridos e uma truculência policial repudiante.
A primeira vista causa comoção social.

Mas, é preciso conhecer melhor a questão.

Não aplaudo repressão gratuita.
Nem cala boca autoritário.

Sou a favor da livre manifestação.

Entretanto, não é isso que acontece.

Há uma provocação orquestrada contra a autoridade.
E ela precisa responder.
Senão vira bagunça.

Houve excessos?
Sim, claro que houve.
Mas, esse era o objetivo das lideranças do movimento.
Promover o caos.
Quanto mais feridos, melhor.
Professores, então, que são símbolos importantes para os cidadãos, é favo no mel.

Ha uma estratégica luta política protagonizada pelo PT contra os governos tucanos.

Acontece o mesmo aqui em São Paulo, com a interminável greve dos professores.

O objetivo é desgastar o governo.

Todos sabem que a pauta que justifica tal greve é impossível de ser atendida.

Essa técnica é adotada, também, para embolar a corrupção petista desvendada e escancarada.

A intenção é parecer que tudo é podre e único.

A inspiração dessa estratégia baseia-se no conceito de hegemonia e bloco hegemônico de Antonio Gramsci de tomar o poder do estado sem uso das armas.

A má sucedida experiência guerrilheira dos petistas foi determinante para provar-lhes o que dizia Gramsci.

“Nas sociedades com forte presença da sociedade civil o golpe de Estado não funciona.”

Entenderam os guerrilheiros de outrora, que através da força das armas não conseguiriam prosperar em suas ambições.

Resolveram, então, tomar o Estado dentro da legalidade.

Chegaram ao poder por eleições democráticas!

Como acontecia no passado guerreiro, tomar o estado é como tomar uma fortaleza avançada.

Irapuan Costa Junior, em texto publicado em Goiânia no Jornal Opção, que transcrevo abaixo com alguns retoques, expressou a estratégia petista em curso:

Atrás da fortaleza estão inúmeras “trincheiras e casamatas” a serem neutralizadas.

Gramsci se re­fe­ria às organizações burguesas como igreja, sindicatos, universidades, imprensa.

Dizia que é preciso fazer uma “guerra de posição”, desgastar essas trincheiras e casamatas, neutralizá-las para que, tomado o Estado, se tenha também o poder, e não surjam resistências.

O mesmo deveria ocorrer com valores morais e éticos, de modo a neutralizar as trincheiras burguesas.

O Judiciário deveria ser criticado em suas decisões legalistas, e incentivado a adotar decisões “sociais”, ignorando os dispositivos legais.

Pressão deveria ser exercida nas decisões que pudessem prejudicar o partido, seus membros, simpatizantes, ou simples elementos das “classes subalternas”, independente das cominações legais a que estivessem sujeitos.

As casas legislativas deveriam ser objeto de constante crítica e desmoralização, enquanto os representantes do partido “proletário” surgiriam como únicos acima das críticas.

As Forças Armadas deveriam ficar sob constante açulamento, e deveriam ser vistas como desnecessárias, perdulárias, ignorantes, ditatoriais.

As polícias seriam sempre acusadas de truculência, violência e corrupção, enquanto a marginalidade deveria ser alvo da proteção dos direitos humanos e da tolerância, por pertencer à classe subalterna.

Se o bandido age à margem da lei é apenas por falta de opções, sendo a marginalidade fruto, pois, da injustiça social e da exclusão burguesa.

Nada mais justo, pois, que os burgueses sofram na pele, sem reclamar, o castigo de serem “expropriados” de seus bens, e até às vezes “justiçados” pelos “excluídos”.

Todo o sistema capitalista deveria ser demonizado: os fazendeiros como latifundiários exploradores de mão de obra escrava, depredadores da natureza; os industriais como gananciosos apropriadores da mais valia e sonegadores; os banqueiros como parasitas especuladores; os órgãos de imprensa como vendidos ao capital nacional e estrangeiro.

Os intelectuais tradicionais deveriam ser cooptados, e os intelectuais da “classe”, os dito orgânicos,isto é, todos os cidadãos que fossem inteiramente obedientes ao partido, deveriam ser estimulados a um incessante trabalho de convencimento e doutrinação.

Esta é a fase da hegemonia.

Numa última fase, neutralizados os organismos burgueses da sociedade civil, quando a sociedade já aceita a imposição de novos valores culturais, éticos e morais, já não mais tem mecanismos de reação, é hora de tomar o poder, instituir o socialismo e caminhar para a etapa final, o comunismo.

Agora, o partido é quem detém, na verdade a hegemonia.

É um partido único, embora pulverizado em várias agremiações.

Esse partido é quem aponta os dirigentes.

É o “moderno príncipe”, como dizia Gramsci, admirador de Maquiavel.



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