Tenho lido e ouvido
as pessoas proporem diversas soluções para resolver os problemas políticos que
nos afligem.
Mas, independente da proposta todas
convergem para o seguinte problema: Quem implementará? O que
implementará? Como implementará?
Analisemos a questão do quem.
Não pode ser uma pessoa única. Uma andorinha não
faz verão. Tem que ser uma equipe. Uma equipe grande o suficiente para
disseminar rapidamente. Uma equipe coesa constituída por pessoas que acreditem
na proposta e não percam o foco.
Tem que ter legitimidade para ser aceita pela
população.
Tem que ter credibilidade para que a população
aceite sua proposta.
Agora analisemos a questão do que.
Há a necessidade de um estudo amplo e detalhado para
desenvolver uma proposta de um pacto sócio, econômico, jurídico e político que será
implementado.
Esse pacto devera ser definido por uma equipe. Quem
serão os escolhidos para integrar essa equipe? Quais serão os critérios para
essa escolha? Quem estabelecerá esses critérios? Quem julgará os candidatos?
Analisemos a questão do como.
Tem que haver um cronograma e prazo para ser implementado.
Quais serão os canais de implementação? Quais serão os feed back para avaliar a
aceitação e sedimentação da proposta. E depois disso, o que acontecerá com quem
não acatar, se representarem a maioria?
Essas questões são meros exemplos, pois não esgotam
a amplitude e complexidade de questões para a solução.
Como dizia Maquiavel, “Nada é mais difícil de
executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de manejar do que dar
início a uma nova ordem de coisas. O reformador tem inimigos em todos os que
lucram com a velha ordem e apenas defensores tépidos nos que lucrariam com a
nova ordem”
Apenas para ilustrar a dificuldade, os soviéticos quando
assumiram o poder pretenderam tornar a União Soviética um pais sem religião. Passaram-se
quase 100 anos. Não conseguiram. É difícil mudar a cultura de um povo. Está
arraigado.
E repetindo Maquiavel, "Mesmo
as leis bem ordenadas são impotentes diante dos costumes."
Entretanto, não podemos aceitar que nada
se deve fazer e esperarmos vir o caos total para um renascimento da sociedade.
Precisamos canalizar nossas indignações,
unirmos pelo mesmo ideal. Temos que nos conscientizar que mesmo não estando no
poder, somos maioria. E como maioria temos a força da mudança.
Estou com as duas frases de Maquiavel. Mesmo canalizando nossas indignações e conseguindo mudar o estado de coisas, a cultura do país prevalecerá. A nossa teve início no dia do descobrimento e foi se formando, desordenadamente, séculos afora. Nem com a paz e nem com a força, isto será mudado.
ResponderExcluirSalvio, concordo com seu pensamento. Mas, não podemos perder a nossa vontade e obstinação de que as coisas mudem, para não concretizarmos a profecia.
ExcluirEntre a vontade, obstinação e o desejo de mudanças, está a coragem, o carisma e a credibilidade de quem possa realizá-las. O "quem", "como" e "quando" possa ter inicio essa árdua tarefa são obstáculos visíveis, quase intransponíveis a curto e médio prazos. Um novo 1964 não pode ser descartado, apesar da rejeição daqueles que viveram POLITICAMENTE aquele período.
ExcluirA alternativa militar como uma possibilidade de mudança esbarra em alguns fatores.
ExcluirO primeiro deles é de que os militares de 1964 tinham uma formação distinta, uma participação politica e um comprometimento diferente dos militares de hoje.
Não frequento o meio militar para afirmar com total convicção, mas observo que os militares não querem se envolver nesse assunto. Não podemos nos esquecer de que apesar de serem militares vivem no Brasil e são brasileiros. O que quer dizer que pensam como os brasileiros pensam.
Por outro lado, o cenário politico daquela época era propicio para golpes militares. O mundo aceitava com mais concordância esse modelo de governo. Ate porque havia a guerra fria e o medo da URSS dominar o mundo. Em toda a America Latina e nos países do terceiro mundo era uma solução recorrente. E sempre foi baseada no combate ao comunismo.
Hoje o cenário politico é de governos populistas, dai ate o sucesso do modelo bolivariano na America Latina.