terça-feira, 8 de julho de 2014

Reflexão politica 2

        Tenho lido e ouvido as pessoas proporem diversas soluções para resolver os problemas políticos que nos afligem.
Mas, independente da proposta todas convergem para o seguinte problema: Quem implementará? O que implementará? Como implementará?
Analisemos a questão do quem.
Não pode ser uma pessoa única. Uma andorinha não faz verão. Tem que ser uma equipe. Uma equipe grande o suficiente para disseminar rapidamente. Uma equipe coesa constituída por pessoas que acreditem na proposta e não percam o foco.
Tem que ter legitimidade para ser aceita pela população.
Tem que ter credibilidade para que a população aceite sua proposta.
Agora analisemos a questão do que.
Há a necessidade de um estudo amplo e detalhado para desenvolver uma proposta de um pacto sócio, econômico, jurídico e político que será implementado.
Esse pacto devera ser definido por uma equipe. Quem serão os escolhidos para integrar essa equipe? Quais serão os critérios para essa escolha? Quem estabelecerá esses critérios? Quem julgará os candidatos?  
Analisemos a questão do como.
Tem que haver um cronograma e prazo para ser implementado. Quais serão os canais de implementação? Quais serão os feed back para avaliar a aceitação e sedimentação da proposta. E depois disso, o que acontecerá com quem não acatar, se representarem a maioria?  
Essas questões são meros exemplos, pois não esgotam a amplitude e complexidade de questões para a solução.
Como dizia Maquiavel, “Nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de manejar do que dar início a uma nova ordem de coisas. O reformador tem inimigos em todos os que lucram com a velha ordem e apenas defensores tépidos nos que lucrariam com a nova ordem”
Apenas para ilustrar a dificuldade, os soviéticos quando assumiram o poder pretenderam tornar a União Soviética um pais sem religião. Passaram-se quase 100 anos. Não conseguiram. É difícil mudar a cultura de um povo. Está arraigado. 
E repetindo Maquiavel, "Mesmo as leis bem ordenadas são impotentes diante dos costumes."
        Entretanto, não podemos aceitar que nada se deve fazer e esperarmos vir o caos total para um renascimento da sociedade.
        Precisamos canalizar nossas indignações, unirmos pelo mesmo ideal. Temos que nos conscientizar que mesmo não estando no poder, somos maioria. E como maioria temos a força da mudança.


4 comentários:

  1. Estou com as duas frases de Maquiavel. Mesmo canalizando nossas indignações e conseguindo mudar o estado de coisas, a cultura do país prevalecerá. A nossa teve início no dia do descobrimento e foi se formando, desordenadamente, séculos afora. Nem com a paz e nem com a força, isto será mudado.

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    1. Salvio, concordo com seu pensamento. Mas, não podemos perder a nossa vontade e obstinação de que as coisas mudem, para não concretizarmos a profecia.

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    2. Entre a vontade, obstinação e o desejo de mudanças, está a coragem, o carisma e a credibilidade de quem possa realizá-las. O "quem", "como" e "quando" possa ter inicio essa árdua tarefa são obstáculos visíveis, quase intransponíveis a curto e médio prazos. Um novo 1964 não pode ser descartado, apesar da rejeição daqueles que viveram POLITICAMENTE aquele período.

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    3. A alternativa militar como uma possibilidade de mudança esbarra em alguns fatores.
      O primeiro deles é de que os militares de 1964 tinham uma formação distinta, uma participação politica e um comprometimento diferente dos militares de hoje.
      Não frequento o meio militar para afirmar com total convicção, mas observo que os militares não querem se envolver nesse assunto. Não podemos nos esquecer de que apesar de serem militares vivem no Brasil e são brasileiros. O que quer dizer que pensam como os brasileiros pensam.
      Por outro lado, o cenário politico daquela época era propicio para golpes militares. O mundo aceitava com mais concordância esse modelo de governo. Ate porque havia a guerra fria e o medo da URSS dominar o mundo. Em toda a America Latina e nos países do terceiro mundo era uma solução recorrente. E sempre foi baseada no combate ao comunismo.
      Hoje o cenário politico é de governos populistas, dai ate o sucesso do modelo bolivariano na America Latina.

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